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Festival Política estreia-se em Loulé e reflete sobre o tema da “Desinformação”

De 22 a 24 de setembro, Loulé irá receber o Festival Política proporcionando debates, conversas, exibição de filmes premiados, música, humor e encontros entre jornalistas. O documentário “Alcindo”, de Miguel Dores, é o grande destaque entre as obras cinematográficas que serão apresentadas.

Texto de Mariana Moniz

Festival Política. Fotografia da cortesia da organização do festival

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Após as edições de Lisboa e de Braga em abril e maio deste ano, o Festival Política estreia-se agora na cidade de Loulé, no Algarve. O evento irá decorrer entre os dias 22 e 24 de setembro e o tema central será a “Desinformação”. Encontram-se, entre os locais que irão receber este programa, o Cineteatro Louletano, o Palácio Gama Lobo, o Auditório Solar da Música Nova e os Banhos Islâmicos.

Tal como explicou Rui Oliveira Marques, codiretor artístico do Festival Política, este tema já estava planeado desde 2021, uma vez que a desinformação é “uma ameaça à democracia, fator de polarização, discriminação e marginalização de grupos populacionais, e elemento que mina a confiança dos cidadãos nos meios de comunicação social e no jornalismo”. Motivada pela disseminação de informação falsa através das redes sociais, pelos discursos anti-jornalismo e pela atual Guerra na Ucrânia, a organização do Festival convocou “artistas, ativistas e cidadãos para que, através do cinema, humor, música, performances e debates, discutam este tema”.

No arranque do Política, dia 22, o Cineteatro Louletano irá receber a sessão de anúncio dos vencedores do Programa de Bolsas para Jovens, em parceria com o Instituto Português do Desporto e Juventude. Segue-se um showcase do álbum da artista portuguesa, Sílvia Barros, “Nua”.

Também no primeiro dia do Festival, irá decorrer uma sessão de cinema, intitulada “Corpos Políticos I” e onde o grande destaque é o filme de Miguel Dores: “Alcindo”. A obra retrata o “brutal assassinato de Alcindo Monteiro por um grupo de etno-nacionalistas portugueses". Miguel Dores descreveu-nos o filme como “uma elaboração em torno de um caso traumático para a cidade de Lisboa, e sobretudo para as pessoas negras do país, que nos permite observar e pensar nos processos sociais do presente”. Para além disso, a “higienização de figuras e discursos de extrema-direita”, serviram-lhe de base para a construção deste documentário.

Still do filme "Alcindo" de Miguel Dores

A partir de depoimentos da família, colegas de trabalho e amigos, o realizador procurou “não isolar Alcindo Monteiro como a vítima flagrante do racismo em Portugal”, mas sim transformar, “coletivamente, o luto em luta”. “Procurámos uma abordagem visual que subtraísse uma metodologia puramente arquivística e que, apesar disso, se construísse em torno de um fato social apenas – o caso Alcindo Monteiro”, frisou Miguel Dores. O autor caracteriza-a ainda como uma obra cheia de questionamentos, conversas, ironias, descobertas e comoções, e por isso, “não é uma obra confortável”.

No que diz respeito ao Festival Política, o realizador destaca a importância de existir um evento que “proponha à sociedade portuguesa discutir política e cinema, a partir de uma abordagem crítica ao domínio e às lógicas de poder que atravessam as sociedades contemporâneas”. Posto isto, para Miguel Dores, filmes como “Alcindo” e festivais como o Política “estão em perfeita comunhão de interesses”.

No dia 23, uma das conversas que irá decorrer no Palácio Gama Lobo, será entre os jornalistas Nuno Viegas (Fumaça), Anselmo Crespo (TVI/CNN Portugal) e Catarina Carvalho (Mensagem de Lisboa). “Aqui, o ponto de partida para a discussão será: “o mau jornalismo é desinformação”.  Já no dia 24, destaca-se a visita guiada que irá acontecer pelo centro de Loulé para que o público possa “conhecer melhor a História Islâmica da cidade”. O percurso termina nos Banhos Islâmicos, com uma conversa com o Sheik Zabir Edriss e Dália Paulo, da Câmara Municipal de Loulé.

Durante toda a duração do Festival Política, terás também acesso a exposições e workshops, nomeadamente o de “Desinformação, Regulação e Literacia Mediática'', onde serão analisados alguns temas, como a covid-19 e a Guerra na Ucrânia. “A nossa missão é convencer o público de que pode ser um agente de cidadania e de promoção do debate político”, concluiu Rui Oliveira Marques. 

O Política é de acesso gratuito e, de forma a manter “o compromisso com a inclusão”, todas as sessões de cinema têm legendagem em português (incluindo os de língua portuguesa) e todas as atividades serão acompanhadas por tradução em Língua Gestual Portuguesa.

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