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Festival Verão Azul: a 10ª edição de um festival que nos lembra que “o Mundo não é imortal”

De 4 a 20 de novembro, Lagos, Loulé e Faro recebem a 10ª edição do…

Texto de Patrícia Nogueira

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De 4 a 20 de novembro, Lagos, Loulé e Faro recebem a 10ª edição do Festival Verão Azul. O festival transdisciplinar de artes contemporâneas celebra uma década dedicada à descentralização e criação em arte contemporânea, e suas variantes e cruzamentos, com 29 propostas artísticas.

Em 2011, Lagos fazia-se palco de quatro dias da primeira edição de um festival dedicado à arte contemporânea, com uma programação essencialmente nacional. Sempre com direção artística de Ana Boralho e João Galante, desde então, o festival estendeu-se também ao sotavento algarvio e hoje Loulé e Faro integram os palcos do festival. O Festival Verão Azul chega este ano à 10.ª edição e celebra uma década dedicada à descentralização e criação em arte contemporânea, e suas variantes e cruzamentos - "Nesta edição a nossa imagem é uma bomba em explosão, uma chamada de atenção a todos os que se esquecem desse tick-tack, de que o Mundo não é imortal. Esquecemos a Greta, passámos a ter um novo lixo nas ruas - as máscaras descartáveis. Esquecemos a importância de olhar o Outro e passámos a olhar para nós.", conta Catarina Saraiva em comunicado.

Em 2021, a programação do Verão Azul centra-se em temas da contemporaneidade como o ambiente, os direitos humanos, a igualdade e a precariedade, através do que de mais experimental se faz na produção artística nacional, internacional e local. O programa, que tem uma forte componente educativa, apresenta uma lista extensa de propostas para escolas e famílias e estará, em cada semana, num município diferente, com a missão de sensibilizar e de aproximar a comunidade às novas formas de arte.

O festival começa no dia 4 de novembro com "Faro Oeste", a nova exposição da fotógrafa Pauliana Valente Pimentel. A exposição lança um olhar empático e intimista das comunidades ciganas locais, nomeadamente as das zonas de Faro, Loulé e Boliqueime. A mostra permanece em exibição até 19 de Dezembro, no Museu Municipal de Faro. M̶i̶g̶u̶e̶l̶ Bonneville faz também parte desta 10ª edição, com a apresentação da sua performance "A Importância de Ser Alan Turing", no Teatro das Figuras. O projeto parte de uma série de espetáculos sobre as vidas e obras de artistas e pensadores cuja importância tem sido vital no seu percurso artístico, tomando como ponto de partida Alan Turing (1912-1954), o matemático, criptoanalista e cientista da computação de primeira geração.

Fruto do desafio feito pelo festival para três residências de criação, o coletivo de música catalão ZA! estreia "Cantos de Trabalho Impossíveis" - um concerto-fanfarra ou um espectáculo-percurso, onde Eduard Pou e Pau Rodríguez, atualizam o repertório tradicional das canções de trabalho algarvias centradas na agricultura e na pesca. O resultado é uma obra etno-musicológica feita através da experimentação e do humor, com a participação de cantores e improvisadores locais.

ZA!

Em Loulé, Tiago Gandra e de Daniel V. Melim, do projeto Galeria de Arte Ambulante, trazem "Centro Cultural do Carro", uma performance e uma exposição de artes plásticas, em que, a partir de um velho Mercedes Benz, descobrem-se obras de arte nos seus mais ínfimos espaços interiores e exteriores. "Centro Cultural do Carro" torna-se uma galeria ambulante que junta peças pouco conhecidas de artistas consagrados às de artistas algarvios, para uma reflexão poética sobre o contexto de criação e a difícil relação da arte com o mercado. Os artistas desafiam também o público mais novo convidando-os a transformar um carro num objeto de exposição.

No Centro Cultural de Lagos, em "Válvula", o ilustrador António Jorge Gonçalves e o MC e ativista Flávio Almada aka LBC Soldjah dirigem-se aos adolescentes, jovens e adultos com uma conferência-performance a partir da história do graffiti e do rap para nos transportar numa viagem com diversas perguntas que se cruzam com os direitos sociais e humanos. O Festival Verão Azul traz ainda uma série de masterclasses e António Jorge Gonçalves irá explicar o método e a dinâmica performativa do desenho digital em tempo real e Flávio Almada irá partilhar uma experiência exploratória e participativa no universo do hip-hop, por via do ritmo, de técnicas de escrita e da improvisação.

Galeria de Arte Ambulante

O guitarrista e compositor Sérgio Pelágio traz o seu projeto dedicado à composição de bandas sonoras para histórias infantis, para apresentar ao público infantil, "Histórias Magnéticas". Este 'espaço' estará presente ao longo do festival, com a narração de Isabel Gaivão para, juntos, apresentarem um conjunto de histórias para guitarra eléctrica e voz, onde sobressaem temas como o ambiente, a democracia e os sonhos, seguido de uma oficina criativa para crianças.

A comunidade artística de Loulé é também chamada a intervir no Festival Verão Azul. Flávio Martins e José Jesus, com a performance sonora "Orelhas de Burro", António Guerreiro e Carolina Cantinho, com o espetáculo de teatro e dança "Chama-se Amor, Amor", e João Caiano e Martim Santos, com a peça de teatro "Ele Escreveu por 25 Tostões", haviam participado em 2020 no Programa de Formação Artística desenvolvido pelo festival. Este ano, passaram de espectadores a participantes e integram esta 10ª edição de celebração.

De volta a Loulé, o encenador brasileiro Alex Cassal, traz "A Biblioteca do Fim do Mundo" - um espectáculo que recria a última noite antes do apocalipse. Neste Verão Azul e cristalino, somos ainda confrontados com o alerta à devastação e à alteração da paisagem portuguesa, no poema visual da realizadora italiana Luciana Fina - "Questo è il piano" é um filme que pretende provocar um debate urgente sobre o ambiente.

A Biblioteca do Fim do Mundo

Segundo a curadora Catarina Saraiva, "este ano focamos a atenção no encontro, na possibilidade de que cada peça permita criar um espaço para que cada espectador possa encontrar o seu íntimo e a sua alegria. Nesta edição trabalhámos para conseguir chegar a alguma felicidade, àquela que nos permita ter consciência da importância de viver. E de percebermos como por vezes, explodir não é negativo".

Programa completo disponível, aqui.

Texto de Patrícia Nogueira
Fotografia de Luciana Fina

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