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Gravidez não é doença, mas…

A minha jornada pelo “maravilhoso” mundo da gravidez tem sido intensa, não só pelo que…

Opinião de Catarina Maia

Fotografia de Pedro Lopes

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A minha jornada pelo “maravilhoso” mundo da gravidez tem sido intensa, não só pelo que experiencio, como pelas histórias que partilham comigo, contadas na primeira pessoa. Um dos tópicos que mais me fascina são os sintomas de gravidez que existem — eu sei, eu sei, gravidez não é doença e “sintoma” talvez não seja a palavra ideal nesse sentido, mas que dizer quando acordo com o nariz a jorrar sangue ou sem conseguir mexer as mãos que me doem?

Estas duas situações aconteceram comigo e com muitas grávidas. Estima-se que hemorragias nasais sejam comuns em 1/5 das grávidas e que a dificuldade e dor ao mexer as mãos pela manhã, também chamada de síndrome do túnel do carpo, afecte 1/4.

São condições que afectam também a população dita “comum”, mas a prevalência aumenta quando existe uma gravidez. De igual forma, quando o nosso rebento vem ao mundo, é de esperar que cessem todos esses efeitos adversos do cocktail de hormonas que aconteceu no nosso corpo durante 9 meses.

Fiquei assustada com o sangue todo que me saía do nariz naquela manhã, confesso. Nunca tinha ouvido falar de tal coisa! Fóruns online garantiram-me que era normal e acabei por passar o resto da gravidez a sangrar diariamente do nariz (embora, felizmente, a um nível mais ligeiro do que aquele episódio).

Ao partilhar este fenómeno na minha página de Instagram, uma amiga disse-me que a gravidez fê-la começar a ouvir um zumbido chato. Achei muito curioso. Quantos mais efeitos adversos, estranhos e até inacreditáveis se podiam fazer sentir na gravidez? Dirigi-me a quem acompanha o meu trabalho no Instagram e lancei o repto: que sintomas estranhos tinham experienciado enquanto grávidas? E as respostas foram espantosas: kiwis que sabem a peixe, cheiro a queimado na casa, sopa da pedra cheirar a chocolate, espirrar de cada vez que o bebé mexe… reuni um total de 33 sintomas que publiquei num post, que recebeu por sua vez muitos comentários com tantos outros sintomas surreais.

Todos têm uma explicação ou teoria por detrás — a maioria tem mesmo que ver com as evidentes alterações fisiológicas que ocorrem no nosso organismo em tão curto espaço de tempo. Ao mesmo tempo, não costumam ser sinal de problema maior se os exames que fazemos trimestralmente estiverem dentro dos valores considerados saudáveis.

Mas não deixam de surpreender e de me fazer concluir que o corpo humano é, de facto, fascinante — e imprevisível. E os desejos alimentares?! Há com cada um… mas esse é um tema que merece o seu próprio tempo de antena, porque tem demasiado pano para mangas.

-Sobre Catarina Maia-

Catarina Maia estudou Comunicação. Em 2017, descobriu que as dores menstruais que sempre tinha sentido se deviam a uma doença crónica chamada endometriose, que afecta 1 em cada 10 pessoas que nascem com vulva. Criou O Meu Útero e desenvolve desde então um trabalho de activismo e feminismo nas redes sociais para prestar apoio a quem, como ela, sofre de sintomas da doença. “Dores menstruais não são normais” é o seu mote e continua a consciencializar a população portuguesa para este problema de saúde pública.

Texto de Catarina Maia
Fotografia de Pedro Lopes
A opinião expressa pelos cronistas é apenas da sua própria responsabilidade.

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