fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Gulbenkian e Ministério da Cultura assinam protocolo e levam obras de artistas portuguesas à Bélgica e França

Uma seleção de obras de artistas portuguesas dos últimos 120 anos vai ser apresentada numa…

Texto de Ricardo Gonçalves

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Uma seleção de obras de artistas portuguesas dos últimos 120 anos vai ser apresentada numa exposição na Bélgica e em França, em 2021, no âmbito de um protocolo assinado esta segunda-feira, dia 16 de dezembro, entre o Ministério da Cultura e a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Esta parceria foi estabelecida na sede da fundação pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, e a presidente da instituição, Isabel Mota, na presença de deputados, artistas e embaixadores.

A exposição em torno das mulheres artistas portuguesas vai acontecer por ocasião da Presidência Portuguesa da União Europeia, e será apresentada no centro de artes Bozar, em Bruxelas, no primeiro semestre de 2021. Já no segundo semestre seguirá para o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, na cidade francesa de Tours, no âmbito da “Temporada Cruzada Portugal-França".

Isabel Mota, presidente da Gulbenkian, sublinhou, no seu discurso, que aceitou o desafio lançado pela ministra da Cultura porque "está em sintonia" com alguns dos objetivos da política cultural da fundação, nomeadamente a promoção, tanto da cultura e da arte portuguesa a nível internacional, como a paridade de género.

A presidente apontou que o projeto - que será comissariado pela historiadora de Arte e curadora Helena de Freitas - vai mostrar "uma vontade de reconhecer que há um espaço de criação, que pertence a estas artistas, que nem sempre teve o reconhecimento merecido". As artistas portuguesas "constituem um caso singular de alcance internacional, em particular no confronto com o percurso dos artistas masculinos da mesma geração, na segunda metade do século XX", acrescentou.

"Este projeto serve também para tentar compreender as razões pelas quais um número surpreendente de mulheres artistas vingou internacionalmente, quando o contexto social, político e económico não favorecia, em geral, tal visibilidade da criação artística portuguesa", disse a presidente de Gulbenkian.

A exposição intitula-se "Artistas Mulheres em Portugal - De 1900 aos nossos dias", e terá curadoria e coordenação científica da historiadora de Arte Helena de Freitas, conservadora do Museu Calouste Gulbenkian, que, por seu turno, escolheu o curador Bruno Marchand para a acompanhar neste projeto.

Este projeto juntará no mesmo espaço artistas portuguesas de referência, como Maria Helena Vieira da Silva, Lourdes Castro, Paula Rego, Ana Vieira, Maria Lamas, Graça Morais, Salette Tavares, Helena Almeida, Joana Vasconcelos, Maria José Oliveira, Ana Jotta e Leonor Antunes, entre várias outras.

A seleção das obras será feita a partir de coleções públicas, mas também de coleções particulares e de acervos das artistas, compreendendo obras em suportes distintos como a pintura, a escultura, o desenho, o objeto, o livro, a instalação, o filme, o vídeo e o áudio.

"Colmatar o défice de representação de artistas mulheres – bem como de outras minorias – tem sido aposta do Museu Gulbenkain, nos seus vários planos de atuação", apontou Isabel Mota, referindo a coleção permanente, as exposições temporárias, as aquisições e as atividades educativas".

Nesta linha, a presidente da Gulbenkian revelou que está também a ser organizada uma extensa e importante exposição a ser apresentada em 2021, primeiro no Museu Calouste Gulbenkian, na primavera, e, depois, no inverno, no Instituto de Valência de Arte Moderna (IVAM), em Espanha.

Esta exposição, "sobre um período mais limitado no tempo, e com um foco em Portugal, mas igualmente em Espanha", terá como título “Mulheres Artistas, ditadura e transição para a democracia: o caso de Portugal e Espanha entre 1965 e 1980”.

Por seu turno, na cerimónia, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, salientou, na sua intervenção, que, com este protocolo, a tutela começa a preparar, a partir de hoje, a programação cultural que acompanhará a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, no primeiro semestre de 2021, bem como o projeto da Temporada Cruzada Portugal-França 2021/22.

"Estes dois momentos serão centrais para a cultura portuguesa e, muito em particular, uma oportunidade única para promover a internacionalização da arte e artistas nacionais", comentou a ministra. Graça Fonseca disse ainda que este projeto pretende ser um contributo "para o aprofundamento do projeto europeu e para o reforço de valores centrais à Europa, como a igualdade de género".

"O talento no feminino preencheu e continua a preencher com nomes e valorosas obras a nosso panorama artístico. Numa narrativa de séculos que pertenceu quase exclusivamente aos homens, nunca deixou de haver mulheres que construíram com a sua imaginação e arte, a identidade cultural portuguesa", acrescentou.

Texto de Lusa e Ricardo Ramos Gonçalves
Fotografia de Sheila Thomson via flickr

Se queres ler mais notícias sobre a cultura em Portugal, clica aqui.

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

16 Junho 2025

Para as associações lisboetas, os Santos não são apenas tradição, mas também resistência

29 Maio 2025

Maribel López: “Temos de tentar garantir que os artistas possam dar forma às suas ideias”

28 Maio 2025

EuroPride: associações LGBTI+ demarcam-se do evento mas organização espera “milhares” em Lisboa

1 Maio 2025

Literacia mediática digital além da sala de aula 

22 Abril 2025

“Pressão crescente das entidades municipais” obriga a “pausa criativa” dos Arroz Estúdios

17 Abril 2025

Estarão as escolas preparadas para os desafios apresentados pela IA? O caso de Portugal e da Bélgica 

17 Março 2025

Ao contrário dos EUA, em Portugal as empresas (ainda) mantêm políticas de diversidade

6 Janeiro 2025

Joana Meneses Fernandes: “Os projetos servem para desinquietar um bocadinho.”

23 Dezembro 2024

“FEMglocal”: um projeto de “investigação-ação” sobre os movimentos feministas glocais

18 Dezembro 2024

Portugal é o país onde mais cresceu o risco para o pluralismo mediático entre UE e candidatos

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Escrita para intérpretes e criadores [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Gestão de livrarias independentes e produção de eventos literários [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Patrimónios Contestados [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Artes Performativas: Estratégias de venda e comunicação de um projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

12 MAIO 2025

Ativismo climático sob julgamento: repressão legal desafia protestos na Europa e em Portugal

Nos últimos anos, observa-se na Europa uma tendência crescente de criminalização do ativismo climático, com autoridades a recorrerem a novas leis e processos judiciais para travar protestos ambientais​. Portugal não está imune a este fenómeno: de ações simbólicas nas ruas de Lisboa a bloqueios de infraestruturas, vários ativistas climáticos portugueses enfrentaram detenções e acusações formais – incluindo multas pesadas – por exercerem o direito à manifestação.

Shopping cart0
There are no products in the cart!
Continue shopping
0