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Idadismo, a discriminação invisível

Sexismo, racismo, homofobia, transfobia e xenofobia, entre tantos outros, são termos que ouvimos regularmente. No…

Texto de Redação

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Sexismo, racismo, homofobia, transfobia e xenofobia, entre tantos outros, são termos que ouvimos regularmente. No entanto, se falarmos de idadismo, a resposta mais comum é “o que é isso?”. Se perguntarmos: “Já sofreu de idadismo?” É presumível que recebamos um “não” de um interlocutor confuso e possivelmente ofendido, mas o termo idadismo não remete para algo obscuro, e ainda menos para algo novo. Idadismo refere-se à discriminação por idade, “a mais democrática” das discriminações e amplamente instalada nas sociedades. Já sofreu de idadismo? É provável que sim.

No Relatório Global sobre Idadismo publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2021, o mesmo é definido como referindo-se a “estereótipos (como pensamos), preconceitos (como nos sentimos) e discriminação (como agimos) direcionada a outros ou a si mesmo com base na idade”. Pode “manifestar-se a nível institucional ou interpessoal ou pode ser autodirigido”, e também “pode ser implícito ou explícito, dependendo do nosso nível de consciência de sermos idadistas”. Este tipo de discriminação “começa na infância e é reforçado ao longo do tempo”, sendo que se “interseta com outros ‘-ismos’ e pode resultar em desvantagem agravada”.

O Relatório foi desenvolvido para a Campanha Global de Combate ao Idadismo lançada pela OMS (contando a iniciativa com o apoio dos seus 194 estados-membros), pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos, pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas e pelo Fundo de População das Nações Unidas. Ao longo de duzentas páginas, é demonstrado como o idadismo é “predominante, omnipresente e insidioso, porque não é reconhecido nem contestado”, sendo “mais socialmente aceite do que outras formas de preconceito”. A nível global, uma em cada duas pessoas é idadista em relação a pessoas mais velhas; na Europa (o único continente onde foi possível recolher dados precisos), uma em cada três relatam ser alvo de idadismo, sendo que os mais jovens são os que mais reconhecem esta discriminação. 

O idadismo tem “consequências graves e de largo alcance na saúde, no bem-estar e nos direitos humanos das pessoas”, calculando-se que custe às sociedades milhares de milhões de euros. Entre os idosos, o idadismo contribui para uma pior saúde física e mental, o aumento da solidão, uma maior insegurança financeira, a diminuição da qualidade de vida e, até, a morte prematura. Nos jovens, o idadismo afeta principalmente nas áreas do emprego, da saúde e da habitação.

No estudo Determinantes do idadismo contra adultos mais velhos: uma revisão sistemática é ainda desenvolvido que o idadismo é “um conceito multifacetado”, que inclui “três dimensões distintas” – cognitiva (estereótipos), afetiva (preconceitos) e dimensão comportamental (discriminação) – e que pode ser expresso a “três níveis diferentes” – “micronível (individual), mesonível (redes sociais) e macronível (institucional e cultural)”. Ainda assim, no contexto comum, idadismo remete usualmente para a dimensão discriminatória: o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa apresenta apenas “discriminação baseada em critérios de idade” como significação e “etarismo” como sinónimo.

José Carreira, um dos fundadores do movimento #STOPIDADISMO, afirma em entrevista ao Gerador que “o idadismo é praticamente invisível, mas é o terceiro preconceito que mais afeta as pessoas, de acordo com as Nações Unidas, depois do racismo e do sexismo”. No seu entender, é algo que “afeta muito as pessoas e a sua qualidade de vida, quer do ponto de vista psicológico, quer do ponto de vista físico”, e a “pandemia contribuiu para o visibilizar”.

“Até me arrisco a dizer que é a discriminação mais democrática que existe”, acrescenta. “Nem todas as pessoas são vítimas de racismo e nem todas as pessoas são vítimas de sexismo, mas obviamente que, se tudo correr bem, vamos todos envelhecer. É ainda importante salientar que este preconceito se cruza com outros, e a intersecionalidade torna-os consideravelmente mais graves. Por exemplo, uma mulher de idade avançada pode sofrer mais danos do que um homem, ou uma mulher de idade avançada e de uma minoria étnica ou sexual. E também sabemos que uma coisa é envelhecer com recursos económicos e outra é envelhecer sem.”

Idadismo à porta de casa

Sibila Marques é psicóloga social, docente e investigadora do ISCTE-IUL (Instituto Universitário de Lisboa), autora do ensaio Discriminação da terceira idade – publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos em 2011 – e especialista em questões de envelhecimento. Em entrevista ao Gerador, explica como o idadismo está espalhado pelos mais diversos setores da sociedade, incluindo os que prestam cuidados de saúde e sociais, os meios de comunicação social, o local de trabalho e o sistema jurídico.

“O idadismo está de facto por todo o lado”, e o Relatório da OMS “mostra que existe praticamente em todos os países do mundo e que está muito ligado à nossa conceção do que é uma boa vida”. A investigadora elabora: “A juventude, com a sua força e energia, é vista como importante, e outros valores como a sabedoria e a calma não são valorizados; nessa lógica, as pessoas mais velhas perdem o valor.” “Mas a verdade é que o mundo está a envelhecer” – o Índice de Envelhecimento atual mostra que há 182 idosos por cada 100 jovens em Portugal, sendo que o critério para “pessoa idosa” do Instituto Nacional de Estatística é pessoas acima de 65 anos, algo que “certamente também terá de ser revisto em breve”. “É muito complicado continuarmos com esta visão tão negativa das pessoas idosas – e de nós próprios, porque, no fundo, o que todos queremos é viver até mais tarde – e queremos viver bem. É essencial desconstruir estas imagens, acreditar que uma vida longa é possível e que podemos ter uma outra forma de pensar o envelhecimento.”

A forma como o idadismo se expressa mais frequentemente é através do paternalismo. “É um idadismo bem-intencionado, mas que acaba por ser bastante prejudicial. Quando se trata uma pessoa mais velha com pena, como se não fosse capaz de fazer nada por si mesma, isso pode tornar-se numa profecia autocumprida; a própria pessoa aceita e põe-se nesse lugar, o que tem efeitos terríveis para a saúde. Quando se cresce a acreditar que as pessoas idosas não valem nada, como é que se vai contrariar o estereótipo mantido a vida toda quando se chega a essa idade?” O envelhecimento também é mal abordado no sistema de saúde, porque muitas vezes “os sintomas são atribuídos à idade e não se procura o verdadeiro problema”. “O idadismo também esteve claramente expresso ao usar-se a idade como critério para atribuição dos recursos nos hospitais”, acrescenta Sibila, referindo-se aos internamentos por Covid-19 e à distribuição das vacinas. Defende que é preciso adotar-se uma perspetiva mais abrangente, com critérios gerais e que englobem “todas as pessoas de todas as idades, até porque uma pessoa mais velha pode ter um estado de saúde bem melhor do que alguém mais jovem”.

A comunicação social é uma das áreas que aponta como mais idadistas: “Há títulos inacreditáveis nos jornais.” “O principal estereótipo associado às pessoas mais velhas é que são simpáticas, mas não muito competentes. E, nesta altura de pandemia, esse estereótipo foi bastante ativado.” As pessoas idosas têm de ser protegidas por constituírem um grupo de risco, “mas foi passada a imagem de que ninguém acima dos 65 anos podia andar na rua.” As relações interpessoais também apresentam manifestações claras de idadismo, como é o caso “da tendência para aceitar de forma leviana piadas sobre pessoas idosas, algo que é muito visível nos cartões de aniversário (“Já chegaste aos 40, agora é sempre a descer”). Estes são os “microidadismos”, que podem passar por crenças na incapacidade das pessoas a partir de uma certa idade de aprenderem, de criarem algo novo, de serem inovadoras e de participarem cívica e ativamente na vida da comunidade, ou por preconceitos relativos a formas de vestir, de falar e de comportar, aos interesses ou ocupações e, em geral, à forma de se moverem pela vida.

Navegar o mundo do trabalho é uma das maiores dificuldades provocadas pelo idadismo, e “a verdade é que as pessoas não conseguem trabalhar a partir de certa altura. As leis laborais existem para ajudar a manter o emprego, mas se o emprego for perdido, é muito difícil conseguir outro”. E está muito presente na legislação, “porque se instalou a ideia de que não se pode discriminar em função da idade a menos que se consiga justificar muito bem, e tudo isso passa nos tribunais, apesar de a Constituição Portuguesa dizer claramente que é proibido discriminar em função da idade”.

Mas “as nossas gerações não se vão poder reformar aos 65 anos, isso é impossível”, lembra, referindo-se à atual população ativa. “Como temos um sistema de repartição, quando o rácio se inverter vamos ter muito menos população ativa para as pessoas idosas que existem – e é por isso que a idade da reforma tem vindo a aumentar.” A noção de que as pessoas não querem trabalhar também é falsa, porque, após um período inicial de reforma, “a maioria das pessoas perde sentido de vida e quer voltar a trabalhar”. Poder-se-ia lembrar, meramente a título figurativo, duas das grandes figuras da ciência britânica, David Attenborough e James Lovelock, que, com os seus 95 e 102 anos, respetivamente, nunca pararam de investigar, de escrever, de colaborar em documentários e, em geral, de produzir conhecimento.

A investigação sobre idadismo acaba invariavelmente por abordar a teoria de gestão do terror. Sibila Marques esclarece que esta se refere ao medo da morte intrínseco ao ser humano. “A tristeza, a doença e a aproximação à morte são assuntos com que não lidamos enquanto sociedade; a morte e o envelhecimento não são de todo falados”, diz, acrescentando que “nas escolas não se aprende o que é o curso de vida, o que é envelhecer e o que significa, o que é que acontece ao nosso corpo e à nossa mente enquanto envelhece”. Questões como o racismo ou as de género já foram integradas nos currículos escolares – e “foram conquistas enormes” –, “mas como é que numa sociedade como a portuguesa, que é o quarto país mais envelhecido da Europa, nunca se criou um módulo de formação sobre as questões do envelhecimento e do idadismo nas escolas?”.

A expectativa de número de anos de vida saudável após os 65 é relevantíssima. Sibila salienta que “não queremos o que existe hoje em Portugal, as pessoas a viverem dos 65 aos 80 anos mal, com doenças e abandonadas em lares”. A Suécia tem uma esperança média de vida muito parecida com a portuguesa, mas “os suecos vivem saudáveis nos últimos anos de vida, cerca de quinze anos depois dos 65, enquanto em Portugal se vive apenas entre mais cinco a sete anos saudáveis”.

O outro lado da moeda

“Com os mais jovens, os grandes problemas são a falta de oportunidades, a precariedade, os salários muito baixos e a falta de condições”, lembra a psicóloga social. Rafael Shilhav, diretor de Comunicação e de Relações Externas do Fórum Europeu da Juventude, afirma ao Gerador a partir de Bruxelas que o “idadismo é uma questão que afeta a vida de todos e em todos os níveis da vida” e que “se és jovem, afeta a seriedade com que és levado em tudo”. “Podemos ser jovens, mas isso não nos torna incapazes de definir situações”, sublinha.

“As nossas vidas são determinadas pelo que podemos desfrutar e ao que podemos aceder: o direito à educação, ao emprego, à habitação, até mesmo aos serviços sociais, aos cuidados de saúde – e não só o ter acesso aos nossos direitos, mas também poder aceder-lhes sem ser discriminado no processo.” Cada região de cada país, cada circunstância de cada pessoa, “as coisas tendem a ser bastante diversificadas”, mas a base comum é sempre “a suposição de que somos menos experientes e menos responsáveis”. A sensação dos jovens é que “podes ter um mestrado, podes ter um doutoramento, podes ter dedicado toda a tua energia a obter a melhor experiência possível, mas a experiência que tens nunca vai ser suficiente”.

Ao mesmo tempo, “práticas discriminatórias como a existência de salários mínimos juvenis, que são inferiores aos salários mínimos normais, são uma loucura; no momento em que estás a começar a tua vida, é essencial garantir que o que se obtém pelo que se faz está acima do nível do que é preciso para sair do nível de pobreza, do risco de ficar sem-abrigo. Há a habitação, há a comida, há despesas com tudo, e esses salários mínimos não têm, de todo, isso em conta, nem capacidade para corresponder às necessidades”. A falta de estágios remunerados é outro problema, uma verdadeira “exploração dos jovens que tentam ganhar experiência. Se pensarmos em quem pode fazer estágios não remunerados, e as oportunidades que existem para estágios remunerados, é tudo muito injusto. Uma das coisas com que temos de parar é a corrida entre os jovens quando se trata de desenvolver capacidades”, dado que os meios económicos variam de família para família.

Para o Fórum – organização que se define como “a voz dos jovens na Europa”, que defende os seus direitos e sociedades onde consigam “alcançar o seu pleno potencial enquanto cidadãos globais” –, é essencial que todos tenham “pelo menos uma oportunidade para experimentar o ambiente de trabalho em que se querem ver no futuro”, mas também que possam “começar a construir a sua vida na altura em que desejem fazê-lo”. O clima de instabilidade social, económica e política dos últimos anos agravou “problemas como os relativos ao emprego, problemas como a proteção social e a coesão social”. Ainda assim, “esperamos que a pandemia também traga o entendimento de que, por vezes, para se envolver ativa e politicamente na comunidade, quanto mais cedo se começar, melhor é”.

Cá, os direitos conquistados com o 25 de Abril estão a ser perdidos, acredita Sibila Marques. “As novas gerações de trabalhadores não têm as mesmas garantias que tinham as anteriores. Portugal já era um dos países mais desiguais do mundo, e esta desigualdade vai tender a aumentar ainda mais”, diz, refletindo que “a promessa era a ideia de uma progressão na vida, mas a ideia de progressão na vida está posta em causa, porque a verdade é que os mais jovens não veem grandes perspetivas de poder comprar casa, nem de ter estabilidade para poder constituir família”.

A saúde mental tem sido bastante debatida por, previsivelmente, ter-se deteriorado a nível mundial desde o início de 2020. “Quem se adaptou pior à situação de pandemia foram os jovens, não as pessoas idosas, ao contrário do que foi documentado. Os inquéritos feitos ao nível da saúde mental mostram que cerca de 40 % dos jovens têm indicadores de ansiedade e de depressão, e que pioraram imenso. A situação é extremamente preocupante, e também não são tratados, também são alvos de idadismo, porque como são jovens não é suposto terem problemas – o estereótipo é serem saudáveis, e é completamente contraditório pensar que os jovens precisam de ajuda.”

Futuros possíveis para (resol)ver o idadismo 

Rafael Shilhav não vê o idadismo como um problema de sistema, mas sim como um sintoma do próprio sistema. “Acho que é importante entender que, quando falamos deste tipo de problemas, o que vemos são os sintomas e, por isso, não diria que o idadismo, o racismo ou o sexismo estão enraizados nas sociedades. É essencial ouvir as pessoas e conhecer as suas experiências, entender a base das coisas e porque é que elas estão a acontecer.” Mas, acima de tudo, a melhor ferramenta “para resolver esses sintomas é a participação política significativa. Não importa que partido se apoia, o envolvimento político significativo é vital para poder partilhar, definir e estar representado no futuro”.

Para Sibila Marques, há demasiadas “medidas políticas atuais que estão completamente desatualizadas. Há muitos apoios que fariam sentido, tanto para os mais velhos como para os mais jovens. As medidas políticas não são estanques, têm de ser repensadas e adaptadas à realidade”. Com a perspetiva de se viver acima dos 100 anos, toda a nossa estrutura social tem de ser diferente. Terá, inclusivamente, “de ser repensada a maneira como organizamos a vida”: estudar e trabalhar poderão deixar de ser fases da vida isoladas e passarem a coexistir. “Numa vida acima dos 100, nada disto funcionaria. E, portanto, temos de pensar noutros formatos de articular a vida, até relativamente ao tempo de lazer.” É necessário, no fundo, desenvolver uma melhor “visão de longo prazo” – nomeadamente, na interligação de projetos, “porque raramente se cruzam as coisas”. As crises estão a acontecer ao mesmo tempo, “vamos ter sociedades envelhecidas e afetadas pelas alterações climáticas”, exemplifica. 

O Porto4Ageing tem em vista a promoção de boas práticas para o envelhecimento e para a saúde. Como o envelhecimento ativo e saudável “depende da contribuição ativa dos ecossistemas de inovação locais e regionais e das suas organizações, incluindo a indústria, a sociedade civil, as universidades e os decisores”, “as questões do envelhecimento têm de ser vistas de uma perspetiva multidisciplinar, em que todos possam contribuir”. As palavras são de Elísio Costa, coordenador deste Centro de Competências sobre Envelhecimento Ativo e Saudável, que explica ao Gerador que “o Porto4Ageing funciona como um consórcio que reúne os principais atores na área de investimento na região Norte”. “É baseado na quádrupla hélice de inovação, envolvendo na sua organização decisores como a Câmara do Porto e hospitais, a Academia (com as universidades e unidades de investigação), representantes da sociedade civil e representante de empresas.”

Já o #STOPIDADISMO de José Carreira é um movimento que visa, tal como o nome indica e “em linha com aquilo que são as recomendações da OMS, combater o preconceito em função da idade”. Fundado em abril de 2021 juntamente com Bruno Esteves e Ricardo Bordon – sendo que um é da área social, outro é médico e outro é da área da comunicação –, o movimento nasceu a partir do seu semelhante espanhol. Alertados pelo Relatório da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima no final de 2020, que demonstrava um índice elevado de maus-tratos às pessoas mais velhas, “perceberam que na base desses maus-tratos está muitas vezes o estigma e a imagem estereotipada, negativa e preconceituosa” – resumindo, o idadismo. Neste momento, o movimento já é ibero-americano, englobando onze países de línguas oficias portuguesa e espanhola, e pretende ser “ativamente anti-idadista e não apenas contra o preconceito”.

As três estratégias que a OMS indica no Relatório Global sobre Idadismo passam por procurar influenciar políticas e legislação, promover ações educativas e desenvolver intervenções intergeracionais. Dando como exemplo as últimas eleições autárquicas e legislativas, José Carreira explica que analisaram “as propostas políticas dos partidos com assento parlamentar até então, de forma a tentar perceber que medidas, estratégias e ideias propõe que possam permitir o envelhecimento ativo, saudável e feliz” e, consequentemente, desenvolveram uma campanha para alertar e informar as pessoas, “de forma que possam votar em consciência nos candidatos que mais possam defender os seus interesses”. Quando for formado Governo tencionam “solicitar uma reunião com os grupos parlamentares, no sentido de perceber se as propostas que fizeram aquando das suas campanhas se vão efetivar”, dado que “houve uma proposta para o envelhecimento ativo e saudável em 2016, a implementar entre 2017 e 2025, e essa implementação não ocorreu”.

“É fundamental que existam linhas orientadores de políticas públicas nacionais, e também de estratégias municipais, para a promoção de cidades com comunidades amigas de todas as idades”, conclui. Sibila Marques também refere a necessidade de se reorganizar os espaços, “cidades pensadas para serem mais amigas de todas as pessoas, independentemente das suas limitações”.

"A idade não te define" — Campanha mundial de combate ao idadismo da World Health Organization (WHO)

Rafael Shilhav recorda que “precisamos de desconstruir a narrativa em torno do idadismo e de juntar as diferentes gerações, de forma a construir uma sociedade em que exista igualdade para todas as idades, todos os sexos, todas as pessoas de diferentes origens”. Salienta que não se trata de “melhorar as coisas para as gerações futuras”, porque “ao agir hoje não se torna as coisas melhores para as gerações futuras, torna-se as coisas melhores para todas as gerações”. No seu entender, “do ponto de vista das organizações juvenis combate-se o idadismo contra os jovens, e do ponto de vista das organizações de envelhecimento combate-se o idadismo contra os mais velhos, quando o que se precisa realmente é de uma plataforma comum”. “O mais importante é juntar as pessoas, porque só assim é que desconstruímos histórias e podemos criar novas. E eu acho que estamos a precisar de novas histórias.”

Texto de Sofia Matos Silva
Fotografia disponível via Unsplash

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