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JÁ, “as pessoas precisam de nos conhecer”

Março de dois mil e dezanove foi o grande mês. Derivado de duas palavras que…

Texto de Patricia Silva

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Março de dois mil e dezanove foi o grande mês. Derivado de duas palavras que tanto se queriam fazer ouvir - “jovens” e “artistas” – é assim que nasce no pensamento de Francisco Belo o JÁ – Jovens Artistas.
O movimento cultural dedicado aos jovens tem como objetivo promover a Arte e ter um impacto maior na sociedade portuguesa. Por outras palavras, isto é, pelas do Francisco, fundador do movimento, “as pessoas precisam de nos conhecer”.

Depois de passar por projetos de grupo no Culturgest e de abraçar a Arte e a Religião como um todo, o jovem de vinte anos reconhece que foram sintomas como a Conferência 3 Milhões de Nós e o contacto com a Arte quer em locais como o Culturgest quer na escola e, atualmente, na universidade que o motivaram a desenvolver este projeto. Os focos principais são “abrir uma janela para o mundo e criar o à vontade e o contacto com os jovens artistas que querem mostrar o seu trabalho”, afirma.

O movimento apresenta jovens artistas de diferentes áreas como a pintura, o design, a ilustração, animação e a escultura.

A vontade de crescer é grande, tal como a de se formarem nas Artes. É, desta forma, que o movimento tem como membros jovens artistas entre os treze e os vinte e três anos cujo reflexo final é a bagagem artística e cultural que os alimentam constantemente.

O já chegámos foi o primeiro contacto destes jovens com a relação peça – público. Tal como Francisco conta “eu precisava de um espaço físico para fazer uma exposição com os trabalhos de todos os que se integravam. Entrei em contacto com algumas pessoas e vi que a minha oportunidade chegara: tinha uma semana para organizar tudo antes que o Pátio de Dom Fradique, no Palácio Belmonte, se transformasse num restaurante. E assim foi.”
A exposição contou com a participação de vinte cinco jovens e cerca de cinquenta obras.

Fotografia de cortesia do JÁ, na 1ªedição do "Já Chegámos"

A primeira mostra de peças e trabalhos recebeu cerca de trezentas e cinquenta pessoas. A janela já estava aberta. Mergulhar naquela experiência que trazia consigo uma viagem no tempo era quase indispensável. Francisco, descreve cada detalhe como uma marca de conhecimento.
Já Raquel Soares, uma das jovens artistas que faz parte do projeto, intitula o Francisco como um “visionário” que consegue afirmar este movimento “melhor que ninguém”.

O Open Call é um dos projetos mais recentes do movimento. Ele consiste na seleção de dez fotografias de jovem artistas para uma exposição coletiva realizada no exterior, no dia 29 de novembro.
Este surge depois do Fico em casa com Arte – que decorreu durante o período de quarentena, no qual os jovens artistas definiam o que é a Arte no ponto de vista pessoal.

Cartaz da Exposição Coletiva do "Open Call"

Jovens Artistas, a comunidade

Voltando os olhares para a jovem Raquel, de vinte e dois anos, conheceu o Francisco no início do projeto. Estudavam juntos, “ele sempre olhou para todas as peças. Queria dar sempre uma oportunidade. Via Arte nas coisas que outros considerariam lixo”, partilha empolgada.

Raquel acredita na Arte. O Francisco acredita na Arte e no olhar da Raquel.

A jovem completa ainda que “o objetivo principal é dar visibilidade aos artistas, a nós. Principalmente aos jovens que estamos agora a começar a nossa formação. É um mundo completamente novo. Ás vezes, acabávamos por duvidar das nossas capacidades e do nosso trabalho. No meu caso, eu ainda não acabei os estudos, mas já estou a pensar o que é que vou fazer a seguir. Acho que o objetivo do Francisco passa também por isso, dar-nos uma oportunidade. É preciso muita coragem”.

Carina Leal é também uma das jovens artistas que pertence ao movimento JÁ.
Dada a diversidade cultural e residencial, o projeto inclui jovens de todas as cidades. Depois de passar por Lisboa e Eslovénia chegou à Guarda, a sua terra natal.   
A jovem acompanha o projeto desde a sua primeira exposição, ainda que não tenha participado na mesma.

Depois de se ter candidatado a outras exposições relacionadas com o movimento, o Francisco entrou em contacto com a jovem para expor os seus trabalhos.

Fotografia de cortesia do JÁ

No caso da Melissa Colaço, com vinte anos, acompanha o projeto e o trabalho do Francisco desde o início. Os dois estudam juntos desde o secundário.      
Começou a participar nas exposições assiduamente durante este ano, nos projetos Open Call e Fica em casa com Arte.  
A jovem reconhece que o “o principal objetivo do Francisco sempre foi ajudar as pessoas e ajudar a divulgar os artistas que estão a começar - no início da carreira - e precisam de apoio, portanto acho que este ano foi uma mais-valia para as Artes ou até mesmo os artistas, no que toca à cultura em Portugal”, afirma.

Abraçar o JÁ hoje

Criar uma comunidade com oportunidades para todos é um dos alicerces do movimento JÁ.
A atenção e o olhar artístico são caraterísticas que se destacam no projeto. Fotografar um possível “Picasso Português” levou Rafael a ser evidenciado na longa conversa com os jovens artistas, “o Rafael era uma pessoa que tirava fotografias no comboio a pessoas que não conhecia. Uma vez, ele tirou uma fotografia a um senhor com alguma idade. Ele parecia mesmo o Pablo Picasso. No entanto, ninguém deu conta das parecenças de imediato a não ser o Francisco. Ele usou a fotografia do Rafael na exposição e tivemos pessoas a querer comprar a fotografia”, conta Raquel.

Fotografia de cortesia do JÁ

Prestes a bater à porta, Pedro Anacleto, Margarida Ribeiro e Tiago Aires juntam-se à conversa.
Pedro é o jovem artista mais novo. Com dezoito anos, conheceu o JÁ através das redes sociais. Acompanhava os jovens artistas desde o ano passado, no entanto, tentou “a sua sorte” através da exposição Open Call. Foi então que os seus trabalhos foram selecionados para integrar o projeto.

No caso da Margarida, com vinte anos, já acompanhava o Francisco desde o décimo ano. Estudaram juntos no secundário. Acompanhou o projeto de gema e participou na primeira edição da exposição já chegámos e ainda na exposição climática.           
Margarida partilha que o projeto está a crescer, “acho que ele conseguiu dar mais visibilidade ao projeto porque eu lembro-me que haviam pessoas do Porto a perguntar quando é que iria haver uma exposição lá. Eu fiquei admirada e contente porque isso é bom!”

O Tiago, que se juntou à conversa mais tarde, mas que é uma cara já conhecida no projeto, sempre teve um gosto muito especial pelas artes. No entanto, só percebeu isso na íntegra quando se juntou à turma do Francisco, “eu nunca tinha estado com muito trabalho exposto, fiquei extremamente grato quando isso aconteceu”, recordando a primeira exposição realizada pelo JÁ, a qual integrou com trabalhos seus.

Fotografia de cortesia do JÁ

O jovem reconhece que “no mundo das Artes, quando somos novos, ainda existe aquele pensamento e consciência que o caráter mais profissional é verificado nas pessoas mais velhas. Essas pessoas é que são os artistas. Mas o que é que são os artistas? Onde é que eles estão? Eu, pelo menos, sinto isso, que estão postos num sítio onde quase nós não conseguimos ver o estar”, afirma.

Questões como a educação, a centralização das Artes e do conhecimento foram levantadas. E os oito jovens afirmaram em tempos diferentes, mas com argumentos idênticos: perceber o que falta para que o “interesse” seja recuperado pela arte e pela sua essência é a principal máxima, no qual chegam a enunciar “é urgente pensar a Arte”.

O desenvolvimento digital em simultâneo com a Arte, tendo em conta atual realidade, para os jovens foi essencial. Chegaram “mais propostas”, “mais procura” e “mais ideias”.

Tiago identificou o Francisco como um “mensageiro” que teve uma ideia “brilhante” e trouxe consigo oportunidades “super importantes para mostrar o trabalho” de todos os jovens. Já Raquel, faz uma estimativa que, perante todos os outros jovens que integram o projeto, parece credível “daqui a onze anos eu acho que esta maneira do Francisco pensar fora da caixa vai levá-lo muito longe. Ele acredita muito no que as pessoas têm e isso, é muito bom pois, nós sentimos que alguém acredita em nós”, afirma.

Depois do Olhar.te – apresentação de algumas referências artísticas selecionadas pelo JÁ – o jovem pretende criar um projeto ao ar livre, com um contacto menos informal e mais sensorial com o público.

Até lá, Francisco diz-nos que “o caminho é este”. 

Texto por Patrícia Silva
Fotografias de cortesia do JÁ

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