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João Porfírio: «Tenho de contar o que se passa, porque o resto do mundo precisa de o saber»

João Porfírio é fotojornalista e aquilo que documenta em fotografia, por vezes, conta mais do que as palavras alguma vez poderiam contar. Natural de Portimão, desde sempre que mostrar o mundo pelos seus olhos e mãos, esteve nas suas ambições, por isso, foi rumo a Lisboa estudar jornalismo. Depressa percebeu que a escrita se complementava com a fotografia e que era mais feliz de máquina ao peito. Começou por estagiar na agência Lusa, em 2015, e foi aí que, com 20 anos, decidiu que seria o primeiro fotojornalista em Portugal a documentar a crise de refugiados nas portas da Europa, o seu primeiro trabalho num terreno no qual ninguém quer estar, mas todos querem ver.

Texto de Redação

Fotografia de João Porfírio

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É editor de fotografia e fotojornalista no Observador, mas no seu caminho passou pelo Semanário SOL, pelo Jornal I, e já realizou reportagens em países como Iraque, França, Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, Marrocos, Turquia. Pôs ainda Portugal e o resto do mundo a pensar no que, em 2017, se passava em Pedrógão Grande, através de uma fotografia em que o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, abraçava o Sr. Manuel, dentro de um carro, que chorava após perder tudo nos incêndios.

©João Porfírio

A forma como cobre o que se passa no mundo valeu-lhe ser convidado pelo próprio presidente a participar no livro de comemoração do seu segundo ano de mandato e a ganhar distinções como o Prémio Estação Imagem 2019 e 2021 na categoria de Notícias com as reportagens dos incêndios de Monchique e com as eleições norte-americanas. Em 2020, ganhou a menção honrosa na categoria de Notícias do Prémio Estação Imagem com uma reportagem nos incêndios de Mação e, em 2021, conseguiu o segundo prémio do concurso de fotografia de Macau «Somos – Imagens da Lusofonia» com a fotografia «Primeiro Abraço» sobre a pandemia da covid-19.

Este ano, 2022, voltou às portas da Europa, na Ucrânia, para documentar o início de uma guerra que lhe impregnou de memórias de momentos complicados física e psicologicamente, e fez com que João Porfírio quisesse mostrar ao mundo o que se passa verdadeiramente no cenário que viu, através da exposição imersiva de sua autoria “75 dias na Ucrânia”, na antiga lota de Portimão.

Sobre fotojornalistas que o inspiram, «os maiores ídolos» conheceu, «infelizmente, na Ucrânia» – Lynsey Addario, do New York Times e Emilio Morenatti, do The Associated Press –, outros estão em Portugal, e, hoje em dia, «felizmente», pode chamá-los amigos, como é o caso de Mário Cruz, José Sena Goulão e Filipe Amorim.

Para si, ser fotojornalista é ser um «megafone para o mundo», e é nesta profissão que várias vezes despe e veste emoções, num «equilíbrio difícil» para alertar o mundo sobre «as coisas horríveis, mas também boas», que se passam nele.

Gerador (G.) — O fotojornalismo foi uma decisão ou uma consequência?

João Porfírio (J. P.) — Foi uma escolha desde o início. Quando tive de ir para o secundário, escolhi [a área das] humanidades já com a intenção de ser jornalista. Sempre gostei muito de tirar fotografias e, desde muito cedo, no Algarve, comecei a colaborar com jornais regionais e percebi que era através da fotografia que gostava de fazer jornalismo. Quando fui para a universidade, tirei toda a minha escolaridade direcionada para a fotografia e jornalismo.

G. — O que é estar onde muitas vezes ninguém quer estar, para documentar o que muitos querem ver?

J. P. — Isso é uma bela pergunta! Basicamente, é a nossa profissão. O irmos para sítios de onde pessoas estão a fugir, onde as pessoas não querem ir, porque são perigosos ou têm medo, mas o mundo não pode correr o risco desses sítios não terem amplitude mundial e não terem ninguém que conte o que lá se passa. E é para isso que os jornalistas existem, para contar o que se passa nesses locais. Sinto um bocadinho essa missão, sinto mesmo que tenho de ir para estes sítios porque tenho de contar o que se passa ali, porque o resto do mundo precisa de saber.

G. — E o que é que, eticamente, não podes fotografar? Como separas o querer e o não poder?

J. P. — Na minha cabeça isso está muito bem definido, mas é um discurso que pode dar pano para mangas e todos os fotojornalistas dirão coisas diferentes. É sempre mais fácil responder com situações concretas, mas, por exemplo, acho que nada informa um corpo de uma pessoa completamente desmembrado no meio da via pública. Acho que há outra maneira de fazer imagens que mostrem um ataque que ocorreu na via pública e que vitimou pessoas. Outra maneira com mais «bom gosto» (com muitas aspas!). Se calhar, espera-se que a polícia chegue, tape o corpo e, aí sim, afastamo-nos e fotografamos o pano branco ou azul. E, depois, todo o cenário. Acho que não acrescenta nada ao jornalismo e ao mundo ver pessoas desmembradas, e esse tipo de imagens. Muitas vezes, esse tipo de imagens até faz o oposto, normalizam a questão de uma pessoa morrer em via pública com um bombardeamento, e não é suposto ser normal, nunca. Ou seja, também temos uma responsabilidade social no que fazemos. Obviamente que tenho fotografias de crianças e mulheres a chorar enquanto se despedem dos pais, mas eu tenho de mostrar isso, a aflição, a tristeza, e a dor das famílias que se estão a separar e não sabem se se voltarão a encontrar.

@João Porfírio

G. — Numa entrevista, contavas um episódio em que a tua mãe dizia algo como «estás aí a ganhar muito, explorando a emoção das pessoas…». No início, chegaste a sentir isso?

J. P. — Nunca senti isso, mas acredito que seja muito difícil para pessoas fora da nossa profissão perceberem. Essas crianças que eu fotografei com as mães, isso tem um nome, chama-se crise migratória, são refugiados de guerra, a sair de um país em guerra, e isso sempre foi reportado por jornalistas. Na altura, expliquei-lhe que fotografo para que, pessoas que estão confortavelmente no sofá, e ainda bem, tenham a consciência do que está a acontecer a crianças que podiam ser seus filhos, e mulheres que podiam mesmo ser ela. Obviamente que, depois disso, percebeu e eu também percebo que para pessoas fora do meio seja mais complicado de entender. Para mim, desde que não esteja a denegrir a imagem da criança ou a maltratá-la visualmente, como fotografar uma criança despida numa situação de comboio… temos de perceber os contextos.

G. — Em 2017, eternizaste o momento em que o presidente Marcelo Rebelo de Sousa abraça o Sr. Manuel, na altura em que Pedrógão Grande ardia. Essa imagem abanou o país. No final, é essa a importância do fotojornalismo?

J. P. — Sem dúvida! É o pilar do fotojornalismo e é com essa força e certeza que trabalho todos os dias, porque só assim faz sentido trabalhar tanto e arriscarmo-nos tanto. Se há pessoas que têm de ir para certos sítios onde, de facto, coisas horríveis no mundo acontecem, são os polícias, os bombeiros e o exército, e, logo a seguir, os jornalistas. Eu tenho muito isso na minha cabeça. Tive a sorte das pessoas terem visto essa fotografia e de lhes ter tocado, porque as pessoas vêm em média 3000 imagens por dia, no Instagram, no Facebook, no Twitter, e a minha intenção, enquanto fotojornalista, é que as marque de alguma maneira. Pela positiva ou negativa. O fotojornalismo também é isso, alertar para as coisas horríveis que aconteçam, mas também para as boas.

©João Porfírio

G. — Estás muitas vezes em situações em que é difícil ser-se ser humano. É necessária uma dose de loucura, humanismo e muita empatia, mas também frieza? Que diálogo tens contigo?

J. P. — Estaria a mentir se dissesse que continuo a mesma pessoa, emotiva, sensível. Obviamente que é impossível ser assim quando vou para um cenário de guerra, caso contrário passaria os dias a chorar na cama do hotel, em posição fetal. Tenho de ser uma pessoa diferente de cada vez que vou. Falo por mim: viro uma máquina. Estou a gerir as minhas emoções à medida que quero que as minhas emoções sejam geridas… Por exemplo, na Ucrânia, no final, estava a chegar a um ponto em que não conseguia controlar isso, e esse é o ponto em que estou exausto física e psicologicamente e tenho de me ir embora. Ultrapassei aquela linha de frieza em que já estava a ser indiferente aos problemas das pessoas, a uma escala brutal. Só me queria ir embora. Tem de existir um equilíbrio entre não sentir muito para conseguirmos fazer o nosso trabalho de uma forma isenta e fria, mas também sentir alguma coisa para que o nosso trabalho tenha algo de humano, se não é uma máquina por trás da máquina. É um equilíbrio difícil.

G. — Acabas sempre por mostrar o mundo através dos teus olhos.

J. P. — Considero-me uma pessoa emotivaq. b., mas tenho sentimentos e, apesar de nunca chegar sequer perto de sentir o que as pessoas estão a sentir, tenho a capacidade de me pôr nas suas peles. E tento fazer o meu trabalho com o bom gosto possível para dignificar as pessoas e sei que isto pode parecer polémico, mas dignificar a dor daquelas pessoas, porque as pessoas merecem ser respeitadas pela dor que estão a ter, não que sejam expostas de uma forma gratuita.

G. — Quando vais para sítios como a Síria ou a Ucrânia ponderas bem os locais onde vais fotografar, ou já tiveste situações em que correste perigo de vida?

J. P. — Não há um grande planeamento, porque a guerra está sempre a mudar, o que é seguro hoje pode não o ser amanhã, é muito volátil. Estive em duas situações na Ucrânia, uma delas nos arredores de Kiev, em que tivemos de ser evacuados do sítio onde estávamos e 30 segundos depois caiu um míssil no sítio exato onde estávamos. Outra foi em Mykolaiv, nos últimos dias, foi um dia carregado de emoções. Fiz uma reportagem sobre a falta de água e os velhos e as crianças iam buscar água com baldes, garrafões, o que fosse, e ver que a cada passo que davam metade da água caia, um balde que servia para tomar banho, comerem, fazer a sua higiene e depois regresso ao hotel, e penso que foi mais difícil do que ver pessoas mortas no chão, por estranho que possa parecer. É difícil assistir a esta falta de dignidade humana, ou seja, quando não há água para beber é o fim da linha. Já estava muito combalido quando cheguei ao hotel e, de repente, começámos a ouvir uns drones, sem saber se eram ucranianos ou russos e às três da manhã começam os bombardeamentos ao nosso lado durante três horas. O nosso hotel escapou por muito pouco, mas tive sempre aquela sensação de «eu tenho mais 15 minutos», «agora tenho mais 10 minutos, ou 30 segundos, porque o míssil vai ser aqui». Portanto, aquilo foi muito tenso, porque, de repente, vi-me numa situação em que não podia fazer nada para me proteger, absolutamente nada, não havia bunkers, estava à mercê de um míssil. Devo ter entrado numa fase de transe, porque estava a assumir que ia morrer dali a uns minutos e estava bem com isso, porque não havia nada que pudesse fazer.

Psicologicamente, também houve duas situações muito chatas, muito más mesmo, a morte de dois colegas. A primeira vez, quando cheguei a Kiev, estavam todos os jornalistas no mesmo hotel e, por acaso, os jornalistas da Fox tomaram o pequeno-almoço connosco e conversámos. Depois do pequeno-almoço, eles foram para Irpin e morreram. A outra foi quando um colega francês morreu numa carrinha de transporte humanitário. Quinze dias antes, tinha passado muito tempo com ele, jantávamos, discutíamos histórias, trocávamos contactos, e foi muito complicado quando soubemos a notícia.

©João Porfírio

G. — Num Ted Talk falas sobre fake news e a confiança nos jornalistas. A fotografia veio tornar o jornalismo mais confiável?

J. P. — Espero que sim. No entanto, também existe o outro lado em que as pessoas consomem tantas imagens, veem tanta coisa, que desvalorizam mais uma coisa que lhes aparece à frente. Nunca como agora se manipulou tanto uma imagem também e nunca como agora foi tão evidente. Cabe-nos, a nós jornalistas, não dar um pingo de dúvida aos leitores e cabe aos leitores filtrarem o sítio onde vão buscar tanta informação. Os jornalistas não são polícias da informação, não podemos estar no Facebook a dizer o que é falso, é impossível. Cabe aos leitores ter essa consciência e comprar jornais ou revistas feitos por pessoas que, à partida, contem a verdade.

G. — És conhecido pela fotografia em situações de guerra, mas o que te deixa mais realizado é a fotografia política. Porquê?

J. P. — Gosto muito de política. Gosto muito de contar às pessoas o que se passa para além dos holofotes, das televisões. A política decide tudo sobre a nossa vida. E a minha intenção quando digo que gosto de fazer fotografia política é [explicar] que gosto de desconstruir o ator político. Vibrei muito com os comícios do Trump, do Biden, para além da política toda à volta disso, política mundial, as próprias figuras em si. Gosto muito da nossa política nacional, as pessoas acham chata, mas acho muito interessante porque mexe mesmo com as nossas vidas e gosto de contar isso em imagens.

G. — És fotojornalista, mas escreves também. As palavras ajudam a complementar aquilo que não consegues contar numa fotografia?

J. P. — Fotografo quase todos os dias, escrever (felizmente para os leitores) é que não. Mas eu não sou nada daqueles fotojornalistas que só fotografam e são incapazes de escrever uma linha, que acham que cada um deve estar no seu lugar. Somos jornalistas, independentemente do meio que usamos para fazer notícias ou contar histórias, o meio pouco interessa. Obviamente que me sinto mais à vontade a contar histórias com as imagens, mas se tiver de escrever, escrevo, porque tenho muito gosto nisso. Completa muito o que nas imagens não é possível pôr – a descrição dos cheiros, os diálogos.

©João Porfírio

G. — Enquanto fotojornalista, o que te falta mostrar a ti, e ao mundo?

J. P. — Nunca pensei que pudesse estar tão perto de fotografar uma guerra tão no início, nunca pensei ser possível nos meus anos de carreira. Por isso, se me fizesses essa pergunta no dia 23 de fevereiro, diria uma guerra, um conflito armado. Infelizmente, já fiz isso, mas falta muita coisa de certeza. As coisas más, infelizmente, acontecem todos os dias, e, felizmente, as coisas boas também. Há muita coisa que não conseguimos imaginar que pode vir a acontecer.

*Esta entrevista foi realizada em julho de 2022.

Texto de Patrícia Nogueira

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