Depois de 18 anos de carreira, o fundador do projeto Stuck in the Sound, José, lança-se a solo com o álbum “Primeiro Disco”. Do folk ao fado, José mistura vários estilos para nos contar as suas raízes, as suas histórias interiores e mais longínquas.
No dia 25 de junho, José Reis Fontão, luso-descendente fundador do projeto Stuck in the Sound, edita o seu primeiro álbum a solo, cujo título não poderia deixar de ser “Primeiro Disco”. Da sua cave onde soam as primeiras composições aos concertos febris dos festivais mais famosos de França, o percurso de José, que está ligado inevitavelmente aos Stuck in the Sound, podia ser a trama habitual dessas narrativas de sucesso, inerentes à História do rock. Uma voz e uma silhueta, indissociáveis, que conseguiram impor-se na cena indie-rock francesa. Seria, no entanto, errado querer contar 18 anos de história somente através do prisma do seu próprio grupo. José tem outras histórias a contar, histórias interiores, mais íntimas, mais longínquas, que ultrapassam as fronteiras dos grupos e impõem fazer uma pausa. Histórias que, em resumo, não podem ser o fruto dum trabalho coletivo mas o de uma introspeção.
“Primeiro Disco” traz-nos uma mistura de estilos ecléticos, de uma pop portuguesa radiosa a canções eletrónicas ultramodernas, ao serviço de uma narração quase biográfica, revelando todas as nuances de um artista que nunca quis ficar confinado a um género musical, numa origem ou numa trajetória. Um artista que hoje se apropria da sua identidade, complexa e transporta os traços do caminho pessoal percorrido.
"Dada", Primavera" e "Beyond Doubt" são os temas de avanço já desvendados e que podem ser ouvidos em todas as plataformas no entanto é “Paraíso” que se estreia com um vídeo em animação, realizado por Adrien & Quentin de Grivel (Biscuit Studio) e animado pelos mesmos com Alexia Fulbert. O vídeo acompanha uma história de amor, camaradagem, aventuras e desventuras, com algumas paisagens muito conhecidas do imaginário português como a costa algarvia e as marginais beira-rio, até entrarmos num mundo celeste e de pura fantasia paradisíaca. “Paraíso” é uma canção que faz sobressair o tema do amor através de uma fuga fora do tempo que nos leva a um universo celeste, poético e sensível.
O primeiro álbum a solo de José, foi misturado com diferentes estilos, como por exemplo o folk, no "O Berço da Terra", o fado em "Primavera" e a pop em tons mais quentes e dançantes presentes em "José, José, José" e em "Dada" e que culminam em "Paraíso". O estilo groove e dançante também acabam por predominar nos temas em que José cede ao inglês, como "Intentions" e "Easy", e sons sintéticos em "Magic Escape" e até house presente na progressiva "Beyond Doubt" e "Facif". Estas são algumas das sonoridades que podem ser descobertas ao longo das 13 canções que compõem este "Primeiro Disco" de José, mas ainda outras surpresas guardadas.