Durante o mês de junho foi registada uma temperatura média do ar à superfície de 16,66 graus Celsius (C), o que corresponde a 0,14°C acima do anterior máximo estabelecido, em junho de 2023. Ao mesmo tempo, o mês passado foi 0,67°C mais quente do que a média registada no período de 1991 a 2020 para esse mês, e 1,5ºC mais quente do que a média registada entre 1850 e 1900, o período de referência pré-industrial.
Os dados foram divulgados esta segunda-feira, dia 8 de julho, pelo programa Copernicus Climate Change Service (C3S), a componente de observação da Terra do programa espacial da União Europeia (UE). “Mesmo que esta série específica de extremos termine em algum momento, veremos novos recordes serem quebrados à medida que o clima continua a aquecer. Isto é inevitável, a menos que paremos de emitir gases com efeito de estufa para a atmosfera e os oceanos”, destacou, em comunicado, o diretor do C3S, Carlo Buontempo.
Os dados divulgados revelam que, na Europa, o passado mês de junho foi o segundo mais quente de que há registo, com 1,57ºC acima da média do período entre 1991 e 2020. Noutras áreas geográficas, as temperaturas mais elevadas acima da média registaram-se no México, no Brasil, no oeste dos Estados Unidos, no leste do Canadá, no norte da Sibéria, no Médio Oriente, no norte de África e no oeste da Antártida.
Portugueses são dos mais informados sobre as consequências das alterações climáticas
Um inquérito conduzido pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) revelou que a população portuguesa se encontra entre as mais informadas acerca das consequências das alterações climáticas, na UE. Ainda assim, os autores destacam que os inquiridos portugueses revelaram algum desconhecimento em relação às possíveis soluções para estes problemas ambientais.
Os dados demonstram que cerca de 71 % dos participantes portugueses selecionou a definição correta de alterações climáticas no inquérito, e que cerca de 79 % se revelaram conscientes de que as principais causas para estas alterações são as atividades humanas, nomeadamente a desflorestação, a agricultura, a indústria e os transportes. Além disso, a maioria dos inquiridos portugueses (80 %) identificaram corretamente os Estados Unidos, a Índia e a China como os principais emissores de gases com efeito de estufa a nível mundial.
Por outro lado, os dados divulgados dão conta de que os participantes portugueses são menos conscientes em relação às soluções para as alterações climáticas do que sobre as suas causas e consequências. “Isto reflete uma tendência mais ampla em toda a UE, com a maioria dos países a receber pontuações baixas nesta área”, lê-se no estudo.
Os autores referem que a maior parte dos inquiridos portugueses desconhecia que a redução dos limites de velocidade ou um melhor isolamento das casas ajudavam a combater as alterações climáticas. De igual modo, a maioria dos portugueses desconhece a existência de emissões significativas de dióxido de carbono relacionadas com a utilização das tecnologias digitais, sendo que apenas 0,3 % sabe que ver menos vídeos online pode ajudar a combater a emergência das alterações climáticas.
Os dados do inquérito conduzido pelo BEI revelaram ainda que os europeus com mais de 30 anos compreendem melhor as causas e consequências das alterações climáticas do que as gerações mais jovens. Os inquiridos com mais de 30 anos também reconheceram de forma mais evidente a importância da reciclagem de produtos, e revelaram um maior conhecimento sobre os benefícios climáticos do isolamento dos edifícios e da redução dos limites de velocidade nas estradas.
O inquérito, divulgado ontem (8), foi respondido por mais de 30 mil participantes em 35 países, incluindo os Estados-Membros da UE, os Estados Unidos, o Reino Unido, Canadá, Japão, Índia e China.