Inaugura este sábado, dia 13 de abril, na Galeria Diferença, em Lisboa, a exposição “Keep in Touch”. Uma reunião de documentos do acervo pessoal de Ernesto de Sousa, que engloba desenhos, envelopes de correspondência mantida com amigos artistas, alguns objetos, e cerca de cem peças do acervo guardado por Isabel Alves, companheira de Ernesto de Sousa.
Ricardo Valentim e Pedro Barateiro foram convidados para mergulhar num acervo com centenas de documentos do acervo de Isabel Alves, dos quais fizeram uma seleção. Em declarações à Lusa, Isabel disse que os documentos revelam uma intensa rede de ligações do casal a pessoas da cena cultural portuguesa e de outros países, permitindo “desvendar as maravilhas dos sinais de afetos” daquela época.
Ernesto de Sousa conheceu a performer Marina Abramovic em Belgrado, no ano de 1973
Ernesto de Sousa nasceu em Lisboa em 1921 e deixou um legado na cena artística portuguesa, trabalhando no campo das artes visuais, do cinema, do teatro, e até do jornalismo e da crítica. Colaborou com jornais e revistas como a Seara Nova, Horizonte, Vértice, Mundo Literário e Colóquio Artes.
É tido como fundador do primeiro cineclube em Portugal, o Círculo de Cinema, em 1946, onde a polícia política da ditadura do Estado Novo o deteve, assim como à restante direção, naquela que foi a primeira de quatro prisões do artista por motivos político-culturais. Enquanto realizador assinou “Dom Roberto”, que chegou a ser premiado no Festival Internacional de Cannes, em 1963, e que com o tempo lhe reconheceu influência no Novo Cinema, juntamente com "Os Verdes Anos" de Paulo Rocha.
Foi mentor da “Alternativa Zero”, uma exposição realizada em 1977 que marcou a História da Arte no país. Nela participaram, entre outros, nomes consagrados da pintura, como Helena Almeida, Julião Sarmento, Ângelo de Sousa, Noronha da Costa e Fernando Calhau.
“Ernesto de Sousa: Keep in Touch” vai estar patente de 9 de abril a 11 maio na Galeria Diferença, em Lisboa. Sabe mais sobre a exposição, aqui.