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Knit&Wine: à volta do tricô recalibram-se relações, seja qual for a idade

No último dia de fevereiro o Temporada, café e espaço de co-work no Porto, recebe…

Texto de Carolina Franco

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No último dia de fevereiro o Temporada, café e espaço de co-work no Porto, recebe o terceiro evento do Knit&Wine. A premissa é simples e igual para todos os que se quiserem juntar: aprender a tricotar na companhia de um copo de vinho, algo para ir comendo, e uma tarde de convívio garantida. 

Rafaela Santos, Sara Brandão, Luísa Torres e Gonçalo Vieira estavam a tricotar juntos um dia, no jardim da Faculdade de Belas Artes do Porto, quando se lembraram que faria sentido criar um clube de tricô. "Estávamos a conversar (e a tricotar) quando nos apercebemos que recentemente era sempre o caso. Quando íamos tomar café, ou beber um copo de vinho depois de jantar, trazíamos o tricot sem combinar. Para nós tricotar, mais do que o acto em si, é uma actividade que suscita partilha, conversa e um copo de vinho ou chá. Foi assim que pensámos num evento com este formato, com o intuito de convidar mais pessoas à nossa mesa, para honrar a tradição com as mãos e pôr a conversa em dia”, explica Sara.

É possível que nas nossas memórias de infância exista alguém a tricotar, ou até a camisola a que não achávamos muita piada mas que hoje, ao olhar para fotografias antigas desejávamos ter numa escala atualizada. O recuperar dessas memórias é parte fundamental do projeto que une quatro jovens designers e amigos, entre os 22 e os 23 anos, e é por isso que é tão importante que o Knit&Wine seja “o mais inclusivo possível”, como diz Rafaela.

Sara, Gonçalo, Rafaela e Luísa formam a equipa do Knit&Wine

Saber tricotar não é um critério obrigatório. O Knit&Wine serve, na verdade, para ensinar

"Sinto que no início as pessoas, principalmente mais velhas, ficam muito admiradas, mas depois de perceberem que tricotamos porque gostamos e porque queremos perpetuar um dos legados artesanais  portugueses (não por necessidade ou obrigação), ficam muito entusiasmadas”, conta a designer de moda.

Para os encontros, cada elemento traz o melhor que sabe fazer num determinado campo. A Luísa na organização e na valorização da tradição, o Gonçalo a animar os grupos que se juntam em cada sessão, a Sara a comunicar e a Rafaela no conhecimento profundo do material. "Temos os quatro, sem dúvida, uma paixão pelo tricô e uma vontade de contagiar os outros com o nosso entusiasmo pela lã! Vimos todos de um contexto artístico, e o projeto flui naturalmente por causa disso, mas também pelas nossas diferenças”, conta Luísa.

No Knit&Wine troca-se conhecimentos por sorrisos

Apesar de todos os membros da organização terem pouco mais de vinte anos, os eventos acabam por atrair pessoas “de diferentes faixas etárias”. Rafaela explica que aderem, sobretudo, "jovens e adultos com saudades de voltar a pegar em agulhas e lã ao fim de dez, vinte, trinta anos." "É muito bonito ver como as pessoas se conectam com coisas tão simples, como um par de agulhas e um novelo. Qualquer pessoa consegue tricotar e é essa a mensagem que queremos passar: é acessível a todos”, explica com o entusiasmo que lhe é característico.

O Knit&Wine acaba por ser uma forma de juntar gerações à volta de uma tradição que não vive habitualmente nos grandes centros urbanos, sobretudo entre os mais jovens, e, desta forma, recalibrar relações interpessoais. Luísa explica: "Acho que o tricô pode ser um pretexto para sairmos dos nossos contactos através do ecrã, e pode ser uma excelente forma de manter a conversa em dia com alguém enquanto tomamos um café (ou bebemos um copinho de vinho). Para além disso, aprendemos sempre alguma coisa (por exemplo algum pontinho novo) quando estamos a tricotar com um(a) amigo(a)”.

Ao longo do encontro, vão tricotando enquanto conhecem quem é novo e reencontram quem já conhecem

Seja qual for o género, a idade ou o nível de conhecimento, todos são bem-vindos

O encontro entre gerações é uma das mais-valias do projeto

"Este projecto toca em dois pontos que mais me motivam enquanto artista. A possibilidade de honrarmos tradição, porque o tricot é uma arte antiga e preservá-lo é a forma mais bonita de perpetuarmos a história dos nossos antepassados, que terá impacto na nossa. E o poder da comunidade, o facto de juntarmos pessoas de qualquer lugar, idade ou área, numa tarde de genuíno convívio e aprendizagem, reflete a força que a arte tem de união e influência”, partilha Sara.

Para o Knit&Wine do dia 29 de fevereiro as inscrições já se encontram fechadas, uma vez que para a participação no evento é preciso escolher entre duas opções - uma entrada por 7,50€ que inclui vinho, algo para comer e material emprestado, ou então 12€ em que se acresce um kit de tricô com agulhas metálicas de 6mm e um novelo de lã. Podes saber mais sobre o Knit&Wine, aqui.

Texto de Carolina Franco
Fotografias de Sara Brandão

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