A eurodeputada crê que é necessário compreender que a priorização da defesa no próximo mandato é um “passo necessário” num mundo em profunda transformação, sobretudo, a nível geopolítico. “Temos uma guerra na Europa, só não temos uma guerra dentro das fronteiras da União Europeia (UE), mas não sabemos até quando é que isso vai durar”, assevera. Nega, no entanto, que o destaque concedido à defesa e segurança possa pôr em causa o investimento e atenção dada a outros pilares fundamentais da UE.
Estrasburgo e Bruxelas têm-na acolhido nos últimos cinco anos, desde que foi eleita deputada para o Parlamento Europeu (PE) pelo Partido Social Democrata (PSD). Em 2024, candidata-se de novo, desta vez, pela coligação AD — Aliança Democrática (PSD; CDS–PP e PPM). Nos próximos cinco anos, Lídia Pereira acredita que o principal desafio no PE vai ser encontrar com os partidos e grupos políticos mais moderados, um compromisso com o diálogo e o entendimento.
Quanto ao possível crescimento do número de deputados eurocéticos e de extrema-direita no PE, a social-democrata alerta que o euroceticismo não existe apenas à direita do espectro político. Nos últimos cinco anos, diz ter testemunhado, em múltiplas instâncias, a radicalização do Partido Socialista, mas nega que a mesma crítica possa ser feita à sua família política. “Não vejo onde é que o PSD tem estado menos moderado daquilo que foi sempre”, atesta.
Para o dia 9 de junho, a candidata espera que o atual contexto político nacional e as transformações verificadas a nível internacional, não sejam a principal motivação que leve os cidadãos portugueses às urnas, mas antes o interesse pelo projeto europeu e a valorização da UE. Ainda assim, assegura que a possível redução dos altos níveis de abstenção é bem-vinda (em 2019, cerca de 69,3 % dos eleitores não votaram nas eleições para o PE, o valor mais alto de sempre).
Lídia Pereira nasceu em 1991, em Coimbra, cidade onde se licenciou em Economia e deu início ao seu percurso pelo associativismo estudantil. Assumiu responsabilidades em órgãos dirigentes na Associação Académica e foi membro do Senado da universidade conimbricense. Foi na Bélgica, em Bruges, que se tornou mestre em Estudos Económicos Europeus pelo Colégio da Europa. Após um estágio no Banco Europeu de Investimento, tornou-se consultora no setor financeiro.
Deu início à sua atividade político-partidária na Juventude Social Democrata (JSD), tendo sido vice-presidente da Comissão Política da JSD Coimbra e da Comissão Política Distrital. Em 2017, foi eleita vice-presidente da YEPP — Juventude do Partido Popular Europeu e, no ano seguinte, tornou-se presidente da organização, cargo que exerce desde então.
No PE, faz parte das Comissões dos Assuntos Económicos e Monetários, do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar e das Delegações para as Relações com a República Popular da China e as Relações com os Estados Unidos. Foi recentemente eleita vice-presidente do Grupo Parlamentar do Partido Popular Europeu (família política europeia em que se inserem os partidos portugueses PSD e CDS-PP), sucedendo ao antigo deputado Paulo Rangel, atual ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros. No mesmo mês, em abril, foi eleita líder da bancada parlamentar do PSD no PE.
Em entrevista ao Gerador, durante a sua passagem pelo Festival Oeiras Ignição Gerador, no dia 19 de maio, a deputada e candidata ao PE destacou ainda a relação dos jovens com o projeto europeu. Apesar das dificuldades que diz ter sentido para o diálogo no PE, acredita que os eurodeputados chegaram a “bom porto” em múltiplas matérias nos últimos cinco anos.
Tens um percurso muito ligado ao associativismo estudantil e, em junho do ano passado, foste reeleita presidente da Juventude do Partido Popular Europeu. Como é que caracterizarias a relação dos jovens, em particular dos portugueses, com o projeto europeu e as instituições europeias?
Acho que é uma relação muito positiva, aliás, têm saído dados que indicam que a maioria dos jovens têm intenção de votar nestas eleições europeias. Portanto, significa que há uma perceção muito positiva daquilo que a UE tem trazido às nossas vidas e, em particular, às dos jovens. Eu já nasci com as várias liberdades que a UE nos proporciona e, portanto, vejo com muito otimismo, mas vejo também sempre com alguma apreensão por causa das questões relacionadas com a abstenção. É nisso que temos de trabalhar e tentar fazer com que alguma distância que possa parecer que existe seja mitigada. Isso faz-se de diversas formas, entre as quais, comunicar ao longo do mandato aquilo que nós vamos fazendo.
Há uma parte que é da responsabilidade dos deputados e há uma parte que é da responsabilidade dos governantes em Portugal e nos outros Estados-Membros. Nós não podemos apenas falar da UE no mês anterior às eleições europeias, de cinco em cinco anos. Tem de haver um compromisso na sociedade, com a comunicação social, com os cidadãos, para se ir percebendo com mais proximidade aquilo que é possível fazer, ou melhor, o impacto que a UE tem no nosso dia a dia. Coisas simples, por exemplo, o roaming. O roaming não existe, e isso é por causa da UE, ou por causa do PE. Os cabos para carregarmos os nossos telemóveis vão passar a ser uniformes: isso também é uma conquista que a UE promoveu. O facto de nós podermos ir ao supermercado e termos acesso a produtos de grande qualidade também tem que ver com aquilo que a Europa tem promovido em matéria de alimentação saudável e de agricultura sustentável. E, portanto, são tudo exemplos muito concretos que, às vezes, nos passam ao lado, porque tomamos como garantido.
Penso que este é o desafio. O desafio de nos aproximarmos cada vez mais, e também os jovens e as pessoas perceberem que é mesmo importante a nossa pertença à UE e que, num mundo globalizado, não faz sentido pensarmos que estaríamos melhor sozinhos, como algumas forças políticas sugerem. Acho que há uma mensagem de otimismo na UE que é, infelizmente, muito cavalgada pelas más notícias e pelo euroceticismo que muitas vezes faz notícia, em vez das coisas boas que a UE consegue.
As previsões indicam precisamente um reforço das bancadas de grupos eurocéticos e de extrema-direita. O que significa este possível aumento para o projeto europeu?
Nós não podemos ser ingénuos, o euroceticismo não existe só à direita. Infelizmente, existe também à esquerda e, portanto, eu tenho tentado desdramatizar de alguma maneira o papão que está a ser alimentado convenientemente. Sou muito crítica disso, porque, acima de tudo, tem de haver um compromisso dos partidos moderados, e os partidos moderados não podem ser apenas moderados, porque é bonito dizer-se que se é moderado, [tem de haver] ação. E, nos últimos cinco anos, eu vi muitas vezes, por exemplo, o Partido Socialista bastante radicalizado nas mãos do Partido dos Verdes. Portanto, é preciso chegar-se a um entendimento.
A radicalização à direita é também uma crítica frequentemente feita ao PSD…
Eu não vejo onde é que o PSD tem estado menos moderado daquilo que foi sempre. Não vejo nenhum tipo de radicalismo no PSD. Pelo contrário, foi sempre um partido do diálogo. Vi, muitas vezes, da parte dos colegas socialistas no PE, uma vontade muito expressa de não acomodar aquilo que também eram preocupações em matéria de negociação pelo Partido Popular Europeu, do qual o PSD faz parte. Não estou a dizer isto para abrir trincheiras, estou a dizer isto porque tem de haver aqui um compromisso de sermos partidos moderados, de sermos radicalmente moderados e não moderadamente radicais, que é isso que, infelizmente, tem acontecido nos últimos cinco anos.
Infelizmente, na política nacional também temos visto essa crispação que não leva a lado nenhum. As pessoas querem que as políticas públicas sirvam para melhorar as suas vidas, para se poderem realizar, para poderem ter os seus filhos, para poderem ter rendimentos para comprar a sua casa. Enfim, fazer as suas projeções de vida de maneira razoável, e isso serve para todos os europeus, e não é diferente também para os jovens europeus. Acho que é esse o foco que deve guiar essa moderação: é uma moderação pela ação, e não apenas por dizermos que somos moderados.
Essa crispação tem tornado o PE cada vez mais fragmentado?
Não, é óbvio que existe essa tensão, e tenho alertado para essa tensão. Da minha parte, estou disponível para o compromisso, mas notei muitas vezes que parecia que o compromisso existia em sentido único, e isso não pode acontecer. Eu sempre olhei para o PE como a casa do compromisso. Portanto, aquilo que eu espero dos meus colegas dos outros grupos políticos, à esquerda e à direita, é que estejam disponíveis para o diálogo, porque estamos num mundo de democracia. Esperamos que exista capacidade de diálogo, ou então não é uma democracia. Portanto, essa fragmentação, apesar de tudo, não impediu que nós chegássemos a bom porto em muitas matérias essenciais como, por exemplo, em matéria de ambiente.
Acho que, apesar dessa tensão, foi possível entregar resultados, e dou aqui dois exemplos. Por exemplo, no combate à corrupção. Agora, de repente, há partidos que fazem desse tema bandeira. Eu não acredito que haja um partido, em Portugal, ou na Europa, que defenda a corrupção. Claro que estamos todos empenhados em combater a corrupção: esse deveria ser o desígnio. Eu trabalhei num dossiê de combate à corrupção, de combate às empresas de fachada. É um exemplo muito concreto de coisas que aconteceram nos últimos cinco anos e que têm feito um impacto significativo na vida das várias sociedades da UE. Outro exemplo: em matéria de ambiente houve grandes avanços, muitos deles de grande impacto, sobretudo para as pequenas e médias empresas. Mas, apesar disso, há um compromisso muito expresso pelos vários agentes da sociedade: não me reuni com uma empresa que dissesse que não queria fazer a transição ecológica e digital.
Agora, de facto, a dificuldade está nos períodos de transição, que podem ser mais ou menos violentos. Aqui, acho que há uma preocupação e uma autocrítica, se quisermos, porque isso pode demorar muito, [até] porque pode pôr em causa, em algumas situações, a competitividade europeia. Não nos podemos esquecer de que estamos inseridos numa ordem internacional em profunda transformação. Temos uma guerra na Europa, não dentro das fronteiras da UE, mas na Europa. Temos uma guerra na Ucrânia. Temos uma guerra no Médio Oriente. Temos conflitos regionais que rapidamente se transformam em conflitos internacionais.
Portanto, aquilo que eu quero dizer é que nós não podemos ignorar a importância de mantermos a nossa competitividade, apesar de todos os desafios que temos pela frente, sejam eles ambientais, a digitalização, a inteligência artificial. Porque senão estamos a correr numa pista própria e temos de tentar correr numa pista colaborativa. Acho que esse é um dos grandes desafios para o futuro, e eu diria que foi uma autocrítica que deixo aqui e que deve ser tida em conta no próximo mandato.
A AD e a sua família política europeia têm sublinhado a necessidade de priorizar o investimento na defesa: é o primeiro ponto destacado em ambos os manifestos eleitorais. O foco na defesa e na militarização compromete o investimento noutros pilares fundamentais do Estado de direito?
De todo, também temos de ser capazes de ler o contexto, e o contexto, neste momento, requer um reforço da nossa capacidade de defesa. Como eu dizia, nós temos uma guerra na Europa, só não temos uma guerra dentro das fronteiras da UE, mas não sabemos até quando é que isso vai durar. Não podemos estar numa situação de alguma falta de proteção. As pessoas querem sentir que, em caso de crise, têm as instituições que funcionam e que garantem essa segurança e a defesa. Portanto, como referi há pouco, é um mundo em profunda transformação, em particular, no contexto geopolítico.
Há uma grande incerteza relativamente ao que vai acontecer, por exemplo, nos Estados Unidos, e este ano é ano de eleições. Temos uma China muito mais assertiva. Temos uma Rússia bastante imprevisível. Acho que chegou a hora da UE dar um passo em matéria de defesa, que não deu até agora. A UE é um projeto de paz, mas precisamos de ter a capacidade de defesa no caso de haver uma situação de conflito. Creio que isso tem de ser tratado agora, com o tempo que temos. E isso não significa canalizar esse esforço, ou retirar esse esforço, de outras áreas. Dou um exemplo: a pandemia. A pandemia alterou completamente o decurso do mandato do PE e a coordenação da saúde, mas isso não impediu que o PE aprovasse a Lei Europeia do Clima no pico da pandemia.
Portanto, são várias prioridades que têm de ser geridas ao mesmo tempo. Mas eu creio que, tendo a necessidade de olharmos para o contexto geopolítico e percebermos que as coisas não estão seguras, como se calhar estavam há 20 ou 30 anos, também exige da nossa parte uma resposta diferente. Não vejo negativamente uma certa priorização da defesa, é um passo necessário para um mundo que está em transformação. Também não quero, acho que é importante — não é desdramatizar —, mas é sabermos ler as circunstâncias do presente, e as circunstâncias do presente exigem essa mudança.
Acreditas que essas transformações profundas a nível internacional e o atual contexto político nacional vão levar mais pessoas às urnas?
Eu gostava que não fosse o contexto que levasse mais pessoas às urnas, mas eu acho que é muito importante, ou considero muito importante, o momento que atravessamos. Portanto, se este contexto servir de desculpa, ou pretexto, para as pessoas irem mais às urnas, tanto melhor, porque nós estamos a falar, às vezes, também de questões de legitimidade, não é? Nós termos uma abstenção de 70 %… Enfim, é algo preocupante, parece que não há um grande apoio, não é?
A que se deve essa falta de apoio?
Deve-se àquilo que nós estávamos a falar há pouco. Nós valorizamos pouco aquilo que a UE faz por nós.
Mas parece estranho, os portugueses tendem a ser muito europeístas…
Somos muito europeístas, mas, depois, quando chega a hora da verdade, para irmos votar para as eleições europeias, enfim, não tem havido essa expressão. Mas se este contexto levar a mais participação, tanto melhor. Para termos democracias sólidas, precisamos de cidadãos exigentes. Essa cidadania exigente vê-se na corrida às urnas, porque é a forma que há de expressão do voto. Portanto, acho que tem de haver esse compromisso com maior exigência, mas exigência também é para os políticos, com código de conduta, com ética, com moral.
Infelizmente, também vemos alguns casos que depois são tomados como se fossem a generalidade, e isso não é verdade. Mas eu creio que precisamos de trabalhar nessa dimensão. A exigência, não estou a referir-me apenas aos cidadãos: cidadãos, políticos, empresas, organizações, para podermos ter uma democracia sólida. Digo isto, porque estamos num momento da nossa história em que parece que as autocracias são mais bem-sucedidas na sua forma de fazer política, e isso não é verdade. Uma autocracia aniquila um conjunto de liberdades, e a própria liberdade, em primeira instância. Temos aqui um espaço de liberdade que não pode ser ignorado e que não pode ser posto em causa. A democracia precisa de um tratamento diário, de um cuidado diário, por isso acho que é muito importante votarem nestas eleições.
Vou dar esta nota: nós fizemos uns cálculos que, entretanto, já foram validados. Se todos os jovens portugueses votassem, tínhamos capacidade para eleger nove dos 21 eurodeputados que Portugal tem no PE. Portanto, acho que isto é um exemplo muito concreto da força do voto para podermos moldar, não só o presente, mas também o futuro. Nós estamos sempre a pedir que os jovens tenham mais espaço na decisão política. Eu própria tenho defendido sempre que não é termos os jovens nos conselhos consultivos, é tê-los na decisão, e no processo de decisão. Se temos alguma margem, hoje em dia, de termos mais jovens no centro nevrálgico da decisão política, e se sabemos que o voto pode mudar e moldar o futuro, então temos que ir votar. Este número é muito expressivo: se todos os jovens portugueses votassem, elegíamos nove eurodeputados. Isso é muito significativo.
Em março de 2022, apenas 13 dos 705 eurodeputados tinham menos de 30 anos de idade. Este número não gera alguma frustração e afastamento por parte dos jovens?
Não acho que seja o único fator, não é o único elemento. Aquilo que eu posso dizer é que, ao longo destes cinco anos, tentei sempre estar o mais próxima possível, sobretudo, através das redes sociais. Não são substitutos de uma presença física, mas também pelas responsabilidades que tenho, sendo presidente da Juventude do Partido Popular Europeu, implica muitas deslocações e muitas ausências. Mas acho que tenho respondido sempre a várias perguntas e várias dúvidas que surgiram, até mesmo no Instagram, no Twitter, no Facebook…
Mas eu diria que é importante os partidos políticos perceberem — parece que agora estejam a perceber — a importância de promover a renovação, porque nós precisamos de uma renovação institucional. Os jovens têm a capacidade de ver o mundo, se calhar, com mais risco do que as gerações mais velhas, e num momento em que nós temos vários riscos a enfrentar, também é importante conseguir moldar as políticas públicas consoante esse contexto. Por isso, acho que é importante continuarmos a trabalhar para promover esta renovação.
Há muitas coisas ainda a avaliar, mas eu diria que estamos num bom caminho. Eu fui eurodeputada com 27 anos, agora tenho 32, e acho que foi um mandato muito profícuo, não só na minha afirmação política no PE, mas também, e em particular, naquilo que foi possível entregar resultados para os mais jovens: destaco o ambiente como uma das grandes conquistas destes últimos cinco anos.
Como encaras os desafios para o próximo mandato?
Os desafios, e eu quero insistir nisto, o maior desafio que eu acho que temos pela frente é o diálogo e o compromisso com o diálogo na defesa da democracia. Isso faz-se com as pessoas conversando e não estando cada uma na sua barricada e indisponíveis para encontrar um compromisso. Portanto, é esta a mensagem que acho ser a mais importante para os próximos anos, é nós não perdermos o foco daquilo que é essencial e daquilo que nos trouxe, ou daquilo que nos traz, o PE. Eu digo isto muitas vezes, e acredito convictamente nisto: a política é servir. E, portanto, é nisso que temos de estar focados. Focados e concentrados em entregar resultados para as pessoas, para melhorar a vida das pessoas, para, apesar dos desafios que temos do ponto de vista da economia, da defesa, do ambiente, conseguirmos dar uma certa esperança a todas as pessoas [para] que acreditem, e continuarem a acreditar, no projeto europeu. O projeto europeu é um projeto de gerações, é um projeto inacabado. Temos o desafio do alargamento, temos muitos jovens nos Balcãs Ocidentais com a esperança de um dia poderem fazer parte da UE. A UE é uma Europa que protege, que cuida, que prospera. É nessa linha do diálogo, do compromisso e do otimismo — nós precisamos de mensagens positivas, e acho que a UE é essa a mensagem positiva —, e nós temos de tentar continuar a caminhar lado a lado, com as nossas divergências e com as nossas convicções, mas sempre no espírito e na disponibilidade para o compromisso. É esse o desafio.