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Manual para trazer um grande evento para Portugal

Nas Gargantas Soltas de hoje, o Tiago Sigorelho fala-nos sobre grandes eventos: “Depois do Questionário, eis que se anuncia a publicação do Manual para trazer um grande evento para Portugal.”

Opinião de Tiago Sigorelho

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Depois do Questionário prévio à integração de novos membros no Governo, eis que se anuncia a publicação do Manual para trazer um grande evento para Portugal. Tem este documento o objetivo de proporcionar maior transparência, controlo da integridade e melhorar o processo de avaliação do interesse de grandes eventos para o nosso país.

Com este mecanismo, cria-se uma ferramenta que permita a qualquer funcionário público, do Estado central ou local, entender se todos os passos estão a ser diligentemente dados para garantir a melhor concretização de um grande evento em Portugal.

Está organizado em cinco grandes capítulos:

1. Nunca concorrer a eventos que vão contra os ideais da democracia portuguesa

O Estado português, através da sua constituição, das suas leis e do seu contexto, professa determinados ideais que não deverão ser disputados pelos eventos a que nos propomos concorrer.

Nesse sentido, devemos desinteressar-nos por grandes eventos que se associem a certos movimentos políticos, militares ou religiosos e procurar iniciativas que destaquem os progressos sociais.

2. Privilegiar sempre o interior do país

Um grande evento é uma oportunidade de dinamizar economicamente territórios que necessitam melhorar o seu desenvolvimento, como é o caso do interior do país ou das localidades de baixa densidade populacional.

Tendo em conta que as zonas metropolitanas, nomeadamente a de Lisboa, já dispõem de índices de desenvolvimento comparados aos locais mais evoluídos da Europa, apenas devemos concorrer a grandes eventos que se situem fora delas.  

3. Estimular o turismo de qualidade em oposição ao turismo despersonalizado

Muitas pessoas olham para estes grandes eventos como uma oportunidade de conhecer instantaneamente um novo país, beneficiando das vantagens únicas que estes momentos propiciam.

Como desejamos projectar a imagem de um país que se distingue pelo turismo sustentável, cuidado e inclusivo, devemos evitar grandes eventos de turismo de massas que apenas procurem milhões de pessoas.

4. Aproveitar para criar infraestruturas futuras consequentes

Os grandes eventos podem ser desbloqueadores de investimentos tácticos relevantes, quer ao nível do desenvolvimento urbanístico, social ou cultural, que, porventura, seriam de difícil concretização de outra forma.

É fundamental, por isso, envolver a sociedade civil na discussão do que poderão ser essas estruturas, assegurando que verdadeiramente preenchem necessidades identificadas e impedindo a construção de projetos sem sentido e desadequados.

5. Procurar ser responsável financeiramente

É inevitável que exista uma concentração temporal de grandes investimentos para tornar possível a realização de eventos desta envergadura. Essa consciência não deve, no entanto, libertar-nos da responsabilidade de sermos responsáveis e olhar para o contexto financeiro do país.

Um grande evento deve ser desenhado com rigor e sobriedade, envolvendo outros agentes da sociedade, designadamente os investidores privados que potencialmente prosperarão com a concretização destas iniciativas.

Fica, a partir de agora, estabelecido que, se um qualquer grande evento não estiver regido segundo estas normas, não deverá ser alvo do interesse do país.

-Sobre Tiago Sigorelho-

Formado em comunicação empresarial, esteve ligado durante 15 anos ao setor das telecomunicações, onde chegou a Diretor de Estratégia de Marca do Grupo PT, com responsabilidades das marcas nacionais e internacionais e da investigação e estudos de mercado. Em 2014 criou o Gerador e tem sido o presidente da direção desde a sua fundação. Tem continuamente criado novas iniciativas relevantes para aproximar as pessoas à cultura, arte, jornalismo e educação, como a Revista Gerador, o Trampolim Gerador, o Barómetro da Cultura, o Festival Descobre o Teu Interior, a Ignição Gerador ou o Festival Cidades Resilientes. Nos últimos 10 anos tem sido convidado regularmente para ensinar num conjunto de escolas e universidades do país e já publicou mais de 50 textos na sua coluna quinzenal no site Gerador, abordando os principais temas relacionados com o progresso da sociedade.

A opinião expressa pelos cronistas é apenas da sua própria responsabilidade.

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