Mário - A História de um Bailarino no Estado Novo, com texto e encenação de Fernando Heitor, é um monólogo musical onde um ator conta, canta e dança a história dum rapaz da Cruz de Pau, que nos anos 20 do século XX sonhou ser bailarino. Estará em cena no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal, no dia 3 de março.
Mário foge de casa dos pais aos oito anos e chega a Lisboa pouco tempo antes do 28 de Maio de 1926, para fazer parte do mundo da dança. Ostracizado pela família, diferente dos demais, e depois de muita humilhação, muito sofrimento e sobretudo de muito trabalho, faz-se um grande bailarino, quer em Portugal, quer no estrangeiro, onde passa parte da Segunda Guerra Mundial. Mas a sua feminilidade e o seu desejo crescente de se assumir como mulher, de se travestir, trazem-lhe constantes problemas com as autoridades policiais. É isso que o faz fugir de terra em terra. Regressa a Portugal no Pós-Guerra e em pouco tempo é preso por atentado à moral pública e aos bons costumes vigentes. É encarcerado no Hospital Miguel Bombarda para “tratamento”, onde é obrigado a passar o resto da vida.
A peça é uma história ficcionada a partir de uma notícia do jornal Público, “O Estado Novo dizia que não havia homossexuais, mas perseguia-os”, publicada a 17 de Julho de 2007 e assinada por São José Almeida – onde se conta a história do bailarino Valentim de Barros.