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Marta Ferreira: “somos ‘mínimos’ no mundo que tomamos como nosso”

Hoje, dia 27 de novembro, Marta Ferreira inaugura a sua primeira exposição de fotografia, Poemário…

Texto de Rita Dias

Exposição ‘Poemário do Olhar’, de Marta Ferreira

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Hoje, dia 27 de novembro, Marta Ferreira inaugura a sua primeira exposição de fotografia, Poemário do Olhar, n’A Pequena Galeria, em Lisboa. Nesta exposição, e nas palavras de Marta, as imagens “contam estórias que se abrem a múltiplas interpretações”, ao ponto de ser comum referirem-se a elas como poesia.

Marta Ferreira, designer de formação, começou os seus registos fotográficos junto ao mar. Ainda não se considera fotógrafa profissional porque quer fazer este percurso de aprendizagem com tempo, ao sabor de cada momento. Fotografa há cinco anos, conta com aproximadamente 700 fotografias na sua página de Instagram (@martanferreira), tem mais de 60 000 seguidores e já arrecadou o prémio Melhor Instagrammer nos Insties Gerador 2019, o que prenuncia um futuro no qual a fotografia terá sempre espaço.

O Gerador entrevistou a Marta para que pudesses conhecer melhor o seu método, as suas escolhas, o seu poemário fotográfico. Depois de veres a galeria com fotografias suas, conhece melhor Marta Ferreira e as estórias da sua exposição Poemário do Olhar.


GeradorPoemário do Olhar é o nome da exposição que vais inaugurar no dia 27 de novembro, n’A Pequena Galeria, em Lisboa. Escreves poemas com um clique?
Marta Ferreira – As minhas imagens contam estórias que se abrem a múltiplas interpretações. Talvez seja por isso que são conectadas como poesia e foi por inúmeras vezes se referirem a elas como tal que optei por esse título.

GNa apresentação da exposição, dizes que “a forma como serão apreendidas [as imagens] está intrinsecamente ligada ao que somos e à forma como escolhemos ver”. Achas que hoje em dia tendemos a ser menos seletivos em relação a essa escolha do que ver e como?
MF – Vivemos numa sociedade de excessos, somos de tal forma bombardeados com informação que acabamos por ter uma relação superficial com os conteúdos que visualizamos. Captamos muitas vezes a imagem pela imagem e não nos damos tempo de a pensar. O grande desafio é saber ler para saber ver.

GAo percorrer a tua página de Instagram, percebe-se que é constante a presença de uma pessoa (normalmente, uma mulher) diluída no minimalismo da paisagem. É uma forma de te representares?
MF – A utilização do elemento humano surgiu para dar escala à dimensão dos espaços e acabou por adquirir outros contornos narrativos, retratando a forma como nos relacionamos com o mundo que nos rodeia, como deixamos uma marca por onde passamos e como somos “mínimos” no mundo que tomamos como nosso.

G De que forma o mar, as montanhas, as cidades ou o ambiente que te rodeava interferiu no início da tua aventura fotográfica, em 2014?
MF – Os primeiros registos surgiram junto ao mar, numa tentativa de criar um diário visual de uma roadtrip pela costa alentejana. A roadtrip acabou por não ser devidamente registada, mas assinalou o início da minha viagem pelo Instagram.

G Existe um segundo em que sabes que a fotografia “já está!”? Podes revelar-nos um pouco do teu processo criativo, desde a inspiração para fotografar até à fotografia final, editada?
MF – A maioria das imagens que tenho no Instagram surge de forma espontânea; são registos dos locais por onde passo e que quero perpetuar na memória. Só quando sou convidada para criar imagens é que penso previamente no que quero e como quero comunicar. Depois do clique, existe um processo de edição em termos de contraste, luminosidade e tonalidade cromática para reforçar o conceito que quero transmitir.

GPretendes continuar a ser “designer de comunicação de profissão e fotógrafa de fim de semana” ou sentes que esta exposição pode ser o início de uma nova fase na tua carreira?
MF –
A minha formação é em design, assumir-me como fotógrafa profissional implicaria estar num patamar de domínio e aptidão técnica que ainda não alcancei. É um caminho para percorrer sem pressas e saboreando cada momento.

GO que representou e representa para ti a ligação ao Gerador, quer como vencedora do prémio Melhor Instagrammer nos Insties Gerador 2019, quer pela obra fotográfica Português Suave que criaste para a Revista Gerador 26, por exemplo?
MF – O Gerador tem uma grande importância no meu percurso no Instagram. Esteve por trás de um dos primeiros meets em que participei na Mouraria, desafiou-me a enfrentar os meus medos criando uma imagem para a exposição apadrinhada pelo Clube de Criativos, convidou-me a divagar sobre cultura com a obra Português Suave, fez-me refletir sobre o meu percurso nas conversas da Altano, elegeu-me vencedora do melhor mural em 2018 e melhor instagrammer em 2019, nos Insties Gerador.
Todos estes desafios obrigaram-me a seguir caminhos para sítios que não me estavam destinados e abriram um novo mundo de possibilidades. Por este motivo e porque nunca é demais repetir, deixo aqui um enorme obrigada a uma equipa que, ao dar visibilidade a uma rede social, percebeu que a cultura é um conceito aberto, mostrando que está aqui para levantar questões e sobretudo para espalhar a palavra sobre tudo o que de bom se faz em Portugal.

GAgora que tens a tua exposição pronta, ao olhá-la o que vês e para onde te deixa vontade de ir?
MF – Vejo-a como um interlúdio, um momento confinado no tempo que oscila entre os tempos verbais em que a dança da vida se revela.

Entrevista por Rita Dias
Fotografias de Marta Ferreira

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