Lobo Mau é uma banda lisboeta composta por David Jacinto, Gonçalo Ferreira e Lília Esteves que se uniram depois de colaborarem na mítica banda TvRural, na criação do universo sonoro das canções que nascem da sua partilha artística, enquanto músicos, autores, compositores, intérpretes e produtores.
Depois de Na casa dele (LP, 2020) e Vinha a cantar (EP, 2021), a banda apresentou o seu mais recente trabalho de originais, numa edição de autor apoiada pela República Portuguesa, através do 'Programa Garantir Cultura'.
Agarrado ao mundo, o terceiro álbum do grupo, conta com nove canções que nos transportam para o universo folk/rock português aliado ao resultado da experimentação de novas texturas sonoras, como vem sendo habitual na composição do trio e na personalidade sonora do lobo. À linguagem melódica e lírica que nasce da comunhão criativa dos três autores, compositores e músicos do Lobo Mau, juntam-se nestas canções a ousadia da electrónica, o arrojo dos trompetes e dos kazoos, e a insistência da caminhada no ritmo das peles, das cordas e das teclas que acompanham a génese das canções - a guitarra e as duas vozes.
Esta é a lista de 10 músicas de autores portugueses que os artistas partilharam connosco, com algumas notas que justificam as suas escolhas:
“A música do Lobo Mau é servida em forma de canção. O cancioneiro português, do tradicional ao popular e ao alternativo, e do antigo ao mais moderno, é riquíssimo em canções altamente inspiradoras. Qualquer boa canção, com uma boa letra acompanhada de melodias, harmonias e arranjos interessantes, é uma potencial fonte de inspiração para o nosso trabalho. Estas são algumas das que nos lembrámos, mas podiam ser muitas outras.”
David Jacinto:
“A barca dos amantes” – Sérgio Godinho
"É uma das canções mais belas que tive o prazer de ouvir. É a ela que recorro quando preciso de orientação."
“Laços” – Toranja
"Uma canção cheia de pinta, com uma melodia vocal pouco previsível a entoar uma letra bem conseguida sobre a condição humana e um refrão para cantar em plenos pulmões..."
“Amor, a Nossa Vida” – Capitão Fausto
"Esta canção, embora recente, tem um ambiente sonoro que me suscita reminiscências de um passado que me é querido. Lembra-me das melodias que cresci a ouvir e envolve-me numa nostalgia meiga."
“A noiva” – Criatura
"Esta canção é um ótimo exemplo de como a música tradicional portuguesa está viva e bem presente na cultura musical contemporânea."
Gonçalo Ferreira:
“Por este rio acima” – Fausto Bordalo Dias
"Se a possibilidade de atingir a perfeição na música existir, então por este rio acima é a mais bela e perfeita obra do cancioneiro português. Da construção narrativa à genialidade melódica/harmónica e riqueza rítmica, tudo neste disco faz sentido e faz-nos pensar e sentir que todo ele é uma só história, uma só canção."
“O navio dela” – Manel Cruz
"A mais recente inspiração que o Manel nos traz (depois de tantas outras). É uma canção simples, de uma poesia ímpar, arrojada, irónica e cheia de humor. Canção bela e pujante. Uma verdadeira inspiração!"
“Queixa das almas jovens censuradas” – José Mário Branco
"A poesia e força desta letra é como um soco no estômago que nos faz contorcer por dentro, faz-nos ranger os dentes e cerrar bem o punho. É daquelas que nos faz querer fazer música, não para nós, mas para o mundo, e acreditar que, ao ouvir o grito interior que explode em cada acorde, seja realmente possível mudar o mundo. A interpretação do Zé Mário é, como habitualmente, qualquer coisa do outro mundo! Único."
Lília Esteves:
“Canção de embalar” – Zeca Afonso
"Para além da inquestionável influência que a obra do Zeca tem em mim, esta, entre muitas outras canções e artistas, é uma das canções que imediatamente me transporta para os serões em família, desde a minha infância, com o meu pai à guitarra e todos a cantar."
“Purga” – Rita Vian
"Hipnótica, viciante, com uma letra intensa que agarra à primeira e uma melodia que fica a moer a memória até muito depois da canção ter terminado."
“Olha que bem” – Tv Rural
"O rock arrojado da banda, as letras fora da caixa, cruas e ricas, e as melodias inesperadas mexem comigo e são uma inspiração. Esta canção é um dos exemplos da sensação constante do inesperado, do princípio ao fim! É um encontro, em português, com uma linguagem sonora que me transporta para o universo de algumas das bandas mais importantes da minha adolescência."
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