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Missão Atlantis: “Todos temos impacto no oceano”

A regeneração do oceano, a educação ecológica e o poder da localização dão o mote…

Texto de Patrícia Nogueira

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A regeneração do oceano, a educação ecológica e o poder da localização dão o mote a uma odisseia marítima que arranca a 30 de maio, em Matosinhos, e se estende até 21 de junho, data das Ocean Talks em Sesimbra.

Foi em 2020 que a Oceans and Flow criou o Programa Atlantis, um projeto que, numa onda de mudança, trouxe um novo olhar sobre a educação ecológica, uma sensibilização para a regeneração do oceano e uma chamada de atenção para a importância e o poder de agirmos e consumirmos localmente. Tornou-se um verdadeiro exemplo, não só em Portugal, mas em muitos outros países. Num exercício de profunda literacia do oceano, um grupo de alunos aprendeu a preservar e a diminuir o impacto do comportamento humano nos ambientes marinhos, através de uma forma realmente ativa e diferenciadora. Agora, a mesma organização que produziu o Programa Atlantis prossegue viagem, numa missão que tem como ambição transformar comportamentos e gerar conhecimento e consciencialização sobre a importância de fazermos parte do ciclo de regeneração do oceano.

A Missão Atlantis inicia a sua viagem a 30 de maio com a exibição do filme Programa Atlantis, realizado por Gustavo Neves, por cinco estações náuticas ao longo da costa durante duas semanas: dia 31 de maio em Matosinhos, 3 de junho em Santa Cruz, 7 de junho no Restelo, 8 de junho em Cascais e 11 de junho em Lagos, sempre às 18 horas e com entrada gratuita. A bordo dos dois veleiros, estarão Violeta Lapa e Cris Santos (respetivamente a fundadora e responsável pela produção e comunicação da Oceans and Flow), Filipa Coutinho (editora digital da National Geographic Portugal), Gustavo Neves (realizador e fotógrafo), Filipe Moreira Alves (investigador e guia de montanha), Luís Brito (velejador e fundador do projeto Vela Solidária), Suzanne Van der Veeken (skipper e instrutora de Freedive, fundadora da Ocean Nomads) e Francisco Basílio (gastronauta), que se ocupará das refeições a bordo. E o Wingo, o cão, que será um verdadeiro “lobo do mar” durante estes dias. Para além da equipa de navegação, a Missão Atlantis conta com o apoio e partilha de cinco embaixadores, que acompanharão as diversas etapas da viagem: Eunice Maia, fundadora da primeira mercearia Zero Waste de Portugal, Maria Granel, Manuel Centeno, campeão nacional de bodyboard, Miguel Blanco, surfista ambientalista, Andreas Noe, biólogo molecular que criou o projeto The Trash Traveler, e Susanne Van der Veeken, da Ocean Nomads community.

Em entrevista ao Gerador, Violeta Lapa falou do impacto do Programa Atlantis, o que vai acontecer na missão e a importância de agirmos já, não só agindo local, mas pensando global.

Fotografia de Janna Nadjejda Guichet

Gerador (G.) – Como surgiu o Programa Atlantis?

Violeta Lapa (V. L.) – O Programa Atlantis surgiu na continuação de uma pesquisa e de um caminho que temos vindo a desenvolver nestes seis anos de Oceans and Flow. Temos vindo a pesquisar a conexão com o oceano e com a água através de várias práticas aquáticas, desenvolvendo também com as comunidades locais vários eventos e experiências, cocriando junto com as comunidades. O Programa Atlantis surgiu na continuação de uma expedição que realizámos há três anos nos Açores, estivemos lá seis semanas a desenvolver várias ações, também envolvendo a comunidade. Estivemos a filmar um documentário durante essa expedição sobre comunicação inter-espécies e foi tão inspirador e correu tão bem toda a logística e impacto dessa expedição que foi a inspiração para dar continuidade a um programa. O programa da expedição evoluiu para um programa educativo para jovens, direcionado para jovens do 8.º ano. Tivemos 17 sessões ao longo de quatro meses, mas foram três anos de trabalho até aqui. Um dos resultados foi o filme que nós fizemos. Filmámos cerca de 200 horas, das 17 sessões, e é um filme de uma hora, que está muito inspirador, com mensagens muito fortes dos vários parceiros que fazem parte desta primeira edição do Programa Atlantis. Por isso esta missão também surgiu desta vontade de partilhar o filme com muitas pessoas, levar esta mensagem do Programa Atlantis, o que foi trabalhar localmente com a comunidade e a vila de Sesimbra. Esse poder de agir local, mas inspirar global. A nossa visão, enquanto Missão Atlantis e também do Programa Atlantis é que isto é para todas as pessoas, não só para os jovens do 8.º ano. Queremos envolver todos nesta onda de mudança, transição, trazer este olhar para a regeneração e para a interconexão de todos os seres e espécies, e entender como é que podemos aproximar a nossa ação, fazer parte do ciclo de regeneração do oceano, mesmo na nossa casa, no dia a dia, mesmo longe do mar. Queremos envolver todos para que todos saibam como fazer a sua parte.

G. – Nessas 17 sessões, os alunos, professores e toda a comunidade, tinham noção do que está a acontecer aos oceanos, ou acabou por existir muita surpresa?

V. L. – Apenas uma turma beneficiou deste programa. Foi muito novo para eles e via-se, a cada sessão, um maior entusiasmo, vontade até de cuidar. Os pais iam-nos dizendo que eles usavam sacos no dia a dia para poder limpar o lixo por onde passavam... E foi contagiando os pais e os amigos, familiares, que se iam também juntando a algumas das atividades que eram abertas a todos. São temas recentes, inovadores, no sentido de trazer um olhar diferente, com uma dimensão também de questionamento e de ética da nossa relação com a natureza, de aprofundar essa escuta da natureza, porque como a informação é sempre muito rápida, é muito diferente quando vamos para dentro da água e pomos uns óculos – aí podem ver a beleza do mundo marinho. Isso toca e traz essa vontade de querer saber mais, ir atrás da informação. A essa aprendizagem, chamamos educação ecológica subaquática. Os vários parceiros (cerca de 60 pessoas na equipa) iam compartilhando o que fazem no dia a dia, como é que vivem essa relação com o mar em termos profissionais e pessoais, tiveram também oportunidade de conhecer as florestas de algas, as pradarias marinhas, que também são florestas… Ver essa realidade, apesar de viverem junto ao mar, foi muito diferente e fez ganhar outra dimensão. A nossa envolvência com a comunidade também é importante. Nós jogámos um jogo durante o Programa Atlantis, que é um jogo Oásis, criado no Brasil, que capacita os jovens, grupos, comunidades, a desenvolver um projeto sustentável. Então, os jovens em pós-lockdown, quando toda a gente estava com medo de se relacionar e com máscara, eles foram para a rua relacionar-se com as pessoas. Foi muito interessante, porque é uma das intenções deste jogo, não só identificar o que há de recursos disponíveis numa realidade, numa vila neste caso, mas que talentos existem, o que é que as pessoas gostam de fazer… Então foram desenvolver essas relações, esses laços de afeto, e foi, em termos pessoais, algo que trabalharam muito também, porque desafiaram-se a ganharem essa coragem de perguntar à pessoa qual é o sonho para a vila de Sesimbra, falaram com muitas dezenas de pessoas, juntaram os sonhos de todos, talentos e paixões e começaram a desenvolver um projeto que foi o primeiro projeto da vida deles. Decidiram criar uma limpeza de floresta e vieram muitas pessoas, e isso teve muito impacto neles. Não só ver o tipo de resíduos que também acabam por comprar e consumir, mas entender toda essa desconstrução de entender de onde vem e para onde vai, todo esse caminho. Entenderam também o poder do colaborativo, de quando juntamos várias pessoas a sonhar numa direção.

Fotografia de Janna Nadjejda Guichet

G. – Um dos vossos objetivos é exatamente o desenvolvimento humano. Fazem-no através destas atividades?

V. L. – Sim, e também social. Podemos aprender muito através da água, de estar em contacto e ter estas experiências aquáticas. Não só os desafios que propomos, mas essa superação de ter coragem, superar medos. Muitas pessoas têm medo de ir para o mar, por isso existe esse desenvolvimento de capacidades físicas e emocionais. Esse trabalho de ganhar empoderamento que levam para a vida. Até a própria respiração quando mergulham, ter a consciência de como respirar ou não, e para um jovem isto dá muito foco e concentração, dá força, energiza. Todos eles têm a sua máscara, alguns querem ser biólogos marinhos, ficaram muito inspirados com o mar. É, sem dúvida, um ambiente que traz muita vontade de criar projetos. É um campo em que há muito por explorar, muito potencial de criação de novas iniciativas que tragam esta consciência em relação aos oceanos, à educação ambiental.

G. – Também procuram fazer essa sensibilização junto de empresas?

V. L. – Sim, nós pretendemos chegar a todos, inclusive as empresas, sejam grandes ou pequenas. Trazemos muito não só uma dimensão de ação de turismo regenerativo, liderança regenerativa, toda essa regeneração do indivíduo enquanto grupo de trabalho. Nós temos na nossa equipa, parceiros que fazem parte desde a criação da Oceans and Fow e que têm esse saber de desenvolvimento de metodologias e tecnologias sociais que apoiam grupos, empresas grandes, CEO, nessa transição que vivemos agora de como desenvolver um negócio regenerativo, porque já não é suficiente falar de sustentabilidade, temos de ir mais além.

G. – As Ocean Talks que vão fechar a Missão Atlantis falam exatamente disso, abordando temas como o marketing regenerativo, a moda…

V. L. – Este evento vai acontecer no dia mundial da localização, que é um movimento global ao qual Portugal se junta pela primeira vez este ano, vai ser celebrado com 31 países e traz este olhar para a importância de agir local. Há um termo que é o glocation, que é agir local, mas pensar global. Então, o futuro é mesmo local. Ou seja, em termos sistémicos, o impacto que tem trazermos para próximo de nós tudo, e isto envolve muitas áreas. Mas os temas que vamos partilhar neste Ocean Talks, que vai ser a nossa terceira edição, vai ser, então, a arte local, a educação local, a arquitetura local, a moda local, a economia local e a alimentação local. E, por fim, o Virgílio Varela, a pessoa da nossa equipa que tem esse know-how, um especialista, em Portugal, nesta área das tecnologias sociais e das metodologias colaborativas, ele vai encerrar a Missão Atlantis com este evento que é superinspirador e importante.

G. – Mas como podemos relacionar o “pensar local”, com o oceano?

V. L. – Todos nós temos impacto no oceano. Todas as nossas ações, mesmo que estejamos longe, tem impacto no todo. A forma como consumimos, se compramos um produto do outro lado do mundo que tem viajar num cargueiro até aqui… é importante visualizar esse caminho, qual é o meu impacto e ter responsabilidade naquilo que eu escolho. Neste caso o nosso consumo que é importante, inclusive as marcas que apoiamos, e como funcionam. É uma forma de valorizar a cultura local. Em termos sistémicos, ao agirmos próximo de nós, se todas as pessoas tiverem esse cuidado à sua volta em termos sistémicos mundiais, isso tem um impacto positivo no todo. Aproximar sem pensar na big picture, mas, passo a passo, aqui ao lado, pensar sempre o que podemos fazer… E é mesmo importante agir já.

G. – O que vai acontecer durante a Missão Atlantis?

V. L. – Vamos encontrar-nos na Estação Náutica de Matosinhos, uma equipa a bordo de dois veleiros, e vamos navegar o país durante três semanas. A nossa expedição arranca com a estreia do filme Programa Atlantis, em Leça da Palmeira, no dia 31 de maio. No dia a seguir, começamos a navegação e vamos para a Nazaré, vai ser a segunda estação náutica. Ao todo, vamos percorrer cinco estações náuticas de Portugal até Lagos, terminando em Sesimbra – o percurso será Matosinhos, Nazaré, Cascais, Lagos, Sesimbra. Ao longo do percurso, mais ocean nomads se vão juntar a nós, e, connosco a bordo, temos a Suzanne van der Veeken, a fundadora da Ocean Nomads. Vamos partilhar histórias muito inspiradoras ao longo da nossa viagem, e o barco vai ser como uma escola, um exemplo de várias ações, um barco 0 waste. As pessoas podem acompanhar a nossa viagem pelos stories da rede Oceans and Flow, e de quem vai connosco a bordo. Nós temos cinco embaixadores. O Manuel Centeno, campeão nacional de bodyboard, quem vai abrir a Missão Atlantis vai ser a Eunice Maia, fundadora da primeira zero waste store em Portugal (Maria Granel). Todos eles vão apresentar uma das apresentações do filme. Depois vamos ter o Miguel Blanco no dia 5 de junho, Dia Mundial do Ambiente, também em parceria com uma organização ambiental a Associação Sealand, de Santa Cruz, vamos fazer uma limpeza na foz do Sizandro, e depois seguimos a navegação até Cascais onde ficamos alguns dias. Em Cascais, no dia 7 de junho, temos uma apresentação do Programa Atlantis, na Impact House do Estoril. Dia 8, Dia Mundial dos Oceanos vai ser um dia de celebração dos oceanos que começa às 11 horas na praia de Carcavelos, uma corealização com a Route Portugal, vamos desenvolver um evento de três horas, que se chama Aquele Abraço. Vamos limpar a praia, e vamos estar em simultâneo com Brasil e Califórnia, seremos mais ou menos 10 000 pessoas a dar um grande abraço ao mar, num cordão humano virado para ao oceano. Às 18 horas, no Museu da Paula Rego, temos a apresentação do filme Programa Atlantis e, no dia seguinte, partimos para o Algarve e chegamos a Lagos dia 11. A volta no dia 14 é a etapa mais desafiante em termos de navegação. Está previsto sermos seis veleiros no final, porque os ocean nomads vão-se juntando no caminho. E dia 21 é o Ocean Talks, que traz três grandes temas, a regeneração, educação ecológica e localização.

G. – Falámos de pensar local, e de como não devemos poluir. Mas há alguma coisa que seja nossa responsabilidade também, enquanto cidadãos, fazer para minimizar o impacto que temos?

V. L. – Nós somos os únicos seres que produzem lixo, e é muito importante pensarmos sobre o nosso consumo e como pode ter um melhor impacto, um impacto mais amigo do ambiente e de todos, melhor para nós e para todos os seres envolvidos. Também cuidarmos melhor do nosso lixo, pensarmos nesse consumo de embalagens ou não consumo, é um exercício muito interessante. Podemos conhecermo-nos através da forma como nos relacionamos com o nosso lixo. Usamos a natureza - como se esta se pudesse usar – como se fosse inesgotável, e temos de pensar como fechar o círculo e fazer parte. É importante trazer o olhar e pensar nestes assuntos, e isso começa com pequeninas transições, e sem dúvida que estar mais exposto à natureza dá mais vontade de cuidar. Enquanto espécie temos mesmo de ter a consciência de onde estamos, da urgência de agir, de ver o que está a acontecer.

Texto de Patrícia Nogueira
Fotografia de Peregrinus Studio

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