De 26 de maio a 5 de junho, o Teatro Nacional D.Maria II recebe uma das últimas encenações de Jorge Silva Melo - "A Morte de um caixeiro viajante". A peça foi escrita no imediato pós-guerra, em 1949, e é um dos retratos mais magoados do Sonho Americano.
"E agora, que é feito de nós?". É esta a questão que se levanta num imediato pós-guerra, numa sociedade que se baseia no triunfo individual, na competição e na exploração. "Morte de um caixeiro viajante", escrita por Arthur Miller, traduzida por Ana Raquel Fernandes e Rui Pina Coelho, e uma das últimas encenações de Jorge Silva Melo, retrata os Estados Unidos nos anos 40. "Estamos no Sonho Americano, o ideal de self made man e o mito do sucesso. Willy Loman quer dar o mundo aos seus filhos, quer que o conquistem. Depois de 34 anos a trabalhar como caixeiro viajante, vê os seus sonhos desvanecerem-se, perdendo o chão e, consequentemente, a noção de realidade". Esta "tragédia moderna do cidadão comum, que encontra na impotência do fracasso a derradeira violência", sobressaltou o mundo na sua estreia, na Broadway, em 1949 (num espetáculo dirigido por Elia Kazan) e que a Portugal chegou com a histórica encenação de António Pedro para o TEP, em 1954.
Américo Silva, André Loubet, António Simão, Hélder Braz, Joana Bárcia, Joana Resende, José Neves,
Nídia Roque, Paula Mora, Pedro Baptista, Pedro Caeiro, Raquel Montenegro, Rita Rocha Silva e Tiago Matias, dão vida a este espetáculo que é uma produção dos Artistas Unidos em coprodução com o Teatro Nacional D. Maria II e o Teatro Nacional São João.
Depois de ter feito uma digressão pelo país, no âmbito da Rede Eunice Ageas, projeto de circulação nacional de espetáculos do D. Maria II, e ter sido apresentado em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, em agosto de 2021, a peça regressa agora a esta cidade para duas semanas de apresentações no palco da Sala Garret do Teatro Nacional D.Maria II, de 26 de maio, até ao dia 5 de junho.