fbpx
Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Mostra Nacional de Jovens Criadores: 25 anos a inovar o circuito cultural

Promovida pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) desde 1997, a Mostra Nacional de Jovens Criadores (MNJC) regressa com uma nova e alargada edição para divulgar jovens talentos do país. As candidaturas, disponíveis para 15 domínios artísticos, decorrem até ao dia 5 de outubro.

Texto de Analú Bailosa

Fotografia de Ahmad Odeh, disponível via Unsplash

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Do teatro à arte digital, artistas até aos 30 anos e residentes em Portugal podem participar da iniciativa que surgiu em 1996, pelas mãos de Jorge Barreto Xavier, fundador do Clube Português de Artes e Ideias (CPAI).

O programa, que passa a ser gerido pelo IPDJ no ano seguinte, procura incentivar a criatividade da juventude portuguesa, assim como promover os seus trabalhos, os quais, segundo a entidade, são habitualmente privados do acesso aos circuitos culturais do país. “A Mostra tem mostrado que é possível criar espaços de cultura de e para jovens em zonas mais desfavorecidas e no interior”, afirma fonte da Divisão de Programas do IPDJ.

Para potenciar a inovação do setor, explica a mesma fonte, a MNJC é, desde 2018, coorganizada com associações juvenis e culturais. O evento é dedicado a apresentação pública das obras selecionadas, através de exposições, espetáculos de dança, concertos, sessões de cinema, desfiles de moda e cafés literários, além de workshops nas diversas áreas do concurso.

Este ano em parceria com o Gerador, a mostra terá lugar em Almada, em formato de festival, durante três dias do mês de novembro (datas a anunciar), e será integrada nas iniciativas promovidas no âmbito do Ano Europeu da Juventude.

A organização salienta ainda a edição de 2000, que decorreu no Porto, em paralelo com a II Bienal de Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, parte da programação da Capital Europeia da Cultura; a edição de 2007, em Lisboa, inserida na SPOT Feira Nacional da Juventude; e a edição de 2010, também na capital, que teve “A República” como tema central, participando das comemorações oficiais do Centenário da República.

Dentre 60 e 90 trabalhos vencedores por ano destacam-se nomes como Valter Hugo Mãe e Margarida Vale de Gato, na literatura; Lara Torres e Filipe Faísca, na moda; Tiago Albuquerque e João Fazenda, na ilustração; e, na dança, Rodolfo Quintas e Inês Jacques.

Já no domínio da música, Madalena Palmeirim foi uma das selecionadas em 2009, com o projeto “Nome Comum”, que mantém até hoje com o seu irmão, Bernardo Palmeirim. Ao Gerador, a artista recorda que o grupo, na altura estruturado como quarteto, com a contribuição de Gonçalo Castro e Nuno Mourão, decidiu candidatar-se para ter a oportunidade de participar em “algo maior”.

“Realizámos um espetáculo num auditório com condições técnicas profissionais, que não são sempre fáceis de conseguir. [A MNJC] introduziu-me um bocadinho na rede de teatro em Portugal e fiquei a pensar nestas questões, porque também é importante questionarmos como é que a própria máquina funciona”, diz Madalena, que sublinha igualmente os benefícios de ter estado em contacto com uma rede de artistas numa lógica interdisciplinar tão cedo na carreira.

A cantora também considera o prémio financeiro como um dos princípios valiosos do programa e acredita que a mostra desmistifica uma perceção romântica do artista, como se o processo criativo fosse espontâneo e natural, em vez de um trabalho diário. “[É preciso] deixar de ver a criação como uma vontade ou uma inevitabilidade do artista, para poder ter tudo em conta e nas contas”, conclui.

Em 2022, serão distribuídos 15.000 euros em prémios. O júri é separado pelas 15 áreas artísticas e composto por dois autores dos respetivos domínios e um representante do IPDJ. Leonel Moura, Marta Sousa Ribeiro, Hugo Van Der Ding, Clara Não, Welket Bungué e Cláudia Lucas Chéu são alguns dos 30 jurados reconhecidos.

O humor e a gastronomia são as duas novas categorias a concurso. Nesta última, a seleção fica nas mãos de Chef Kiko e Saudade Campião. A chef, em entrevista ao Gerador, revelou que se trata da sua primeira experiência como júri e garante que tem as expetativas elevadas para conferir a criatividade dos candidatos na confeção e apresentação dos pratos. “Para que não se perca a riqueza da nossa gastronomia, é muito importante que os jovens a conheçam e cozinhem, experimentando sabores e fazendo os empratamentos à vontade deles”, afirma a jurada, proprietária do restaurante Taberna A Pipa.

As candidaturas, destinadas a artistas com até 30 anos e residentes em Portugal, estão disponíveis até às 20h do dia 5 de outubro, através de um formulário online. O regulamento pode ser conferido na íntegra, aqui.

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

19 Março 2024

O Teatrão: 30 anos de história, de novos desafios e de velhos problemas

19 Fevereiro 2024

Assistência sexual e a democratização do acesso ao corpo

14 Fevereiro 2024

Direito de resposta

14 Fevereiro 2024

Do Brasil até Portugal: uma “metamorfose ambulante”

12 Fevereiro 2024

Lenocínio simples: exploração ou autodeterminação?

5 Fevereiro 2024

Entre o reconhecimento e a abolição, prostituição mantém-se à margem 

29 Janeiro 2024

Entre o chicote e a massagem: como se define um trabalho sexual?

15 Janeiro 2024

Apesar dos esforços, arquivos digitais ainda deixam margem para dúvidas

8 Janeiro 2024

Das boas práticas aos problemas: como os órgãos de comunicação arquivam o seu trabalho?

1 Janeiro 2024

Arquivos de jornais históricos portugueses estão desmembrados e dispersos

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Práticas de Escrita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online e presencial]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Soluções Criativas para Gestão de Organizações e Projetos [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Narrativas animadas – iniciação à animação de personagens [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

O Parlamento Europeu: funções, composição e desafios [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online ou presencial]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação à Língua Gestual Portuguesa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Planeamento na Produção de Eventos Culturais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Planeamento na Comunicação Digital: da estratégia à execução [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Pensamento Crítico [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

22 ABRIL 2024

A Madrinha: a correspondente que “marchou” na retaguarda da guerra

Ao longo de 15 anos, a troca de cartas integrava uma estratégia muito clara: legitimar a guerra. Mais conhecidas por madrinhas, alimentaram um programa oficioso, que partiu de um conceito apropriado pelo Estado Novo: mulheres a integrar o esforço nacional ao se corresponderem com militares na frente de combate.

Saber mais

1 ABRIL 2024

Abuso de poder no ensino superior em Portugal

As práticas de assédio moral e sexual são uma realidade conhecida dos estudantes, investigadores, docentes e quadros técnicos do ensino superior. Nos próximos meses lançamos a investigação Abuso de Poder no Ensino Superior, um trabalho jornalístico onde procuramos compreender as múltiplas dimensões de um problema estrutural.

A tua lista de compras0
O teu carrinho está vazio.
0