De 11 de dezembro a 3 de janeiro, o Circo de Natal Coliseu Porto Ageas está de regresso com um elenco de vinte artistas em português e banda sonora original, composta pelo pianista Filipe Raposo e tocada por uma orquestra ao vivo.
Num ano muito atípico e particularmente difícil para o setor da cultura, o Coliseu reinventou uma tradição com já 79 anos de existência. Duas dezenas de performers, com números em estreia absoluta de acrobacia aérea, ilusionismo, trapézio, clown, mastro chinês, corda bamba, forças opostas, parkour e malabarismo, juntam-se numa pista com todas as condições de segurança para artistas e público, para mostrar o que as artes circenses têm de mais fantástico.
Uma das grandes novidades deste ano é a constituição da Orquestra Circo Coliseu Porto Ageas, conduzida pelo maestro Cesário Costa, e que interpretará uma banda sonora original especialmente concebida pelo compositor Filipe Raposo.
Nesta que é a primeira composição para um espetáculo de circo do pianista residente na Cinemateca Portuguesa e autor de várias bandas sonoras para cinema e teatro, Filipe Raposo trabalhou com cada um dos artistas, criando uma identidade e ritmo únicos para este espetáculo, que homenageia a tradição com os olhos postos na contemporaneidade.
Os bilhetes custam entre 7 e 18 euros, mas as crianças até aos 3 anos têm entrada livre, e os jovens até aos 18 anos e os maiores de 65 anos têm 50% de desconto. Este ano foi ainda criado o bilhete especial de família, em que na compra de quatro lugares é oferecido o bilhete de menor valor.
Vinte artistas em português
Rui Paixão, o primeiro português a integrar o Cirque du Soleil como criador original, será o mestre de cerimónias, fazendo a interligação entre todos os números e criando uma estrutura que dialoga, do início ao fim do espetáculo, com as várias técnicas tradicionais e contemporâneas do circo. O clown português construiu uma nova personagem exclusiva para o Circo do Coliseu, inspirada no universo mitológico, e que pretende reinterpretar e propor uma visão contemporânea do palhaço mimo no contexto do circo tradicional.
Na acrobacia e dança vertical estarão os Laboratório, liderados por Miguel Tira-Picos e João Pataco, os grandes vencedores do programa Got Talent Portugal 2020, aos quais se juntam Mónica Alves e Bruno Miguel Rosa.
Laboratório (Miguel Tira-Picos e João Pataco)
Também nas alturas estará Daniel Seabra, com um número acrobático e vertiginosamente arriscado no trapézio. Natural do Porto, o artista já colaborou com companhias como La Fura dels Baus, tendo já passado por mais de 23 países e quatro continentes.
A misturar realidade e ficção diante dos olhos do público estará o ilusionista Andrély, nomeado duas vezes pela Academy of Magical Arts, em Hollywood, como mágico do ano. Acompanhado pela também mágica Flávia Molina, este vice-campeão do Got Talent Portugal, natural do Brasil, já atuou em mais de 40 países e faz agora a estreia numa das mais importantes salas de espetáculo de Portugal.
Detentor do recorde mundial do Guinness para a projeção de boomerangs, Danny Luftman, que conta com atuações no Cirque du Soleil, apresentará um grande espetáculo de malabarismo.
A dominar o mastro chinês estará Leonardo Ferreira, com uma criação inspirada nas figuras e na realidade do cinema mudo. Radicado em França, tem vindo a ganhar notoriedade enquanto bailarino acrobático. No Coliseu, Leonardo propõe um momento onde o domínio circense se funde com a dança e o imaginário cinematográfico.
Formada na Escola Superior de Dança, e com colaborações em algumas das mais importantes companhias do mundo, Diana Niepce também trará a coreografia para a pista de circo, mostrando como a fisicalidade une dança e acrobacia, num dueto de forças opostas e acrobacia de chão. A atuação nasce do encontro entre fragilidade e força, e reconstrói os pedaços partidos da anatomia do amor que existe na queda.
Este circo o fica completo com o parkour dos Team Braga – cinco forças da natureza que prometem calcorrear o Coliseu de alto a baixo com os seus saltos mortais; a acrobacia aérea da companhia Teatro do Mar – que surpreende com uma encenação nas alturas onde o equilibrismo em corda bamba se cruza com aéreos em cordas verticais; e ainda os Palhaços Luftman – um trio de comediantes natos que competem pela atenção dos mais novos.
"A aposta nos nossos criadores e artistas traduz o compromisso inequívoco do Coliseu Porto Ageas com os valores das artes de circo que Portugal tem exportado para o mundo, mas que nem sempre encontraram cá o merecido reconhecimento. Regressam assim a casa, a esta sua casa, alguns dos mais talentosos artistas de circo, formados de Norte a Sul do país, num ano em que foram escassas as oportunidades de trabalho”, afirma Mónica Guerreiro.
A presidente do Coliseu sublinha que “é uma honra contar com a participação de tantos representantes das disciplinas clássicas do circo e das vertentes mais contemporâneas, num espetáculo construído de raiz, original, com uma banda sonora exclusiva e interpretada ao vivo por uma orquestra. Cumprindo a sua missão, neste ano tão singular, o Coliseu Porto Ageas eleva a fasquia para trazer, talvez, a mais arrojada produção de circo da sua história", sublinha Mónica Guerreiro.