Há trinta anos, um grupo de dez pessoas juntava-se para fundar aquela que seria a primeira companhia de teatro direcionada para a infância em Coimbra. Hoje, a Oficina Municipal do Teatro, que acolhe o projeto desde 2008, transformou-se numa das principais salas de espetáculo da cidade. O passar dos anos trouxe novos desafios, mas também a possibilidade de desenvolver iniciativas, dinâmicas e encenações para públicos mais diversos. Desde crianças a seniores, a equipa garante investir na proximidade com os diferentes públicos e territórios conimbricenses.
Diretora artística do Teatrão desde 2009 e trabalhadora na estrutura desde 2001, Isabel Craveiro enfatiza a necessidade de contribuir para um acesso pleno à cultura através dos projetos desenvolvidos pela companhia. “A arte tem de fazer parte da vida das pessoas e, neste ponto, estamos completamente alinhados com os princípios que fundaram o Teatrão há trinta anos: esta ideia de que a arte tem de ir a todo o lugar e tem de estar acessível a todos, independentemente da sua condição social, da sua condição económica [ou] do seu grau de escolaridade.”
Ainda assim, a diretora acredita que “muito pouco caminho se tem feito” neste sentido, a nível nacional. Isabel Craveiro lamenta que a atividade artística e a cultura não sejam uma “prioridade” para os governos e critica a ausência destes temas das reivindicações da população em geral e dos debates realizados durante as últimas campanhas eleitorais. “[A cultura] é um direito que não está inscrito na nossa sociedade, e temos de trabalhar com isso para podermos querer transformar as coisas”, sustenta, em entrevista ao Gerador.
Em 2024, a democracia surge como um dos temas centrais da programação da companhia e a atividade desenvolvida apoia-se numa dupla comemoração. No mesmo ano em que a equipa comemora três décadas de existência, assinala-se o cinquentenário da Revolução dos Cravos. Desta forma, o Teatrão decidiu repor espetáculos como A Grande Emissão do Mundo Português (uma criação de 2018) e Os Cadáveres São Bons Para Esconder Minas (2022). Uma das novas grandes criações estreia no final de novembro: a partir de Constantino, guardador de vacas e de sonhos, de Alves Redol, a companhia quer lançar o seu olhar sobre o neorrealismo para “pensar a relação entre movimentos artísticos e a agitação política.”
Segundo a encenadora, a obra vai permitir refletir sobre o espaço que a arte pode ocupar no mundo e sobre a forma como os artistas olham para a realidade nos dias de hoje. “Como é que todas as questões que nos são colocadas do ponto de vista político, social, geopolítico, a questão do sistema que parece estar a colapsar, e as ideias que de alguma maneira estruturaram as últimas décadas da nossa existência, como o projeto europeu, estruturam o nosso trabalho?”, questiona.
Há uma espécie de obrigação, parece-me a mim, de desenhar futuro e de sonhar com ele: o aniversário do Teatrão também é uma oportunidade disso. Talvez, nós, artistas, devamos promover estas discussões, que têm de ter esperança, apesar de estarmos num momento de grande mudança.
Isabel Craveiro, atriz, encenadora e diretora artística do Teatrão
Isabel Craveiro acredita que é importante constatar que “não há propriamente um movimento artístico, hoje em dia, a querer discutir” estas questões. “A arte foi atacada por uma ideia individualista, digamos assim. É hoje mais difícil reunir um coletivo de artistas para discutirem, para se posicionarem, [e] para se deixarem contaminar pela arte uns dos outros.” Nesse sentido, a diretora explica que, para o Teatrão, trabalhar em torno da obra de Alves Redol significa também espoletar uma reflexão sobre o movimento neorrealista e a sua relação com o presente.
Apesar da ponte existente entre a programação da companhia para este ano e as celebrações do 25 de Abril, a encenadora esclarece que não se pretende convocar uma ideia de passado, mas antes refletir sobre possíveis futuros, enfatizando que é necessário pensar mais sobre as questões que “angustiam” hoje os cidadãos. “Há uma espécie de obrigação, parece-me a mim, de desenhar futuro e de sonhar com ele: o aniversário do Teatrão também é uma oportunidade disso. Talvez, nós, artistas, devamos promover estas discussões, que têm de ter esperança, apesar de estarmos num momento de grande mudança.”
No ano das celebrações dos 50 anos de democracia, o país parece ser confrontado com um momento “absolutamente decisivo” na sua história política e social, diz a diretora artística. “Falo de questões como o populismo, o fascismo e desta instabilidade política em que toda a gente se sente insatisfeita. Acho que essa insatisfação é absolutamente legítima, mas ela não nos pode fazer desistir”, assevera. Para a encenadora, a arte desempenha aqui um papel fundamental e, através de uma analogia entre o teatro e a democracia, tenta explicá-lo.
“O nosso trabalho é efémero: uma peça de teatro faz-se, vê-se e depois desaparece. Ela fica na cabeça das pessoas, se, de facto, as tocar, mas é uma experiência daquelas duas horas em que estamos ali a discutir uma coisa. Nesse sentido, perder o público é algo muito fácil: é uma relação que tem constantemente de estar a ser construída e alimentada. Acho que devíamos fazer isso também em relação ao 25 de Abril”, declara.
O apogeu da dupla celebração concretiza-se na data do aniversário do Teatrão, a 21 de março, na qual vai ser lançada a edição com os textos finais do grande concurso de dramaturgia na lusofonia, Fantasia Futurista. Em abril, vão ser feitas cinco Leituras Encenadas destes novos textos com uma equipa de intérpretes, sob a direção de Marco Antonio Rodrigues.
Um pouco de história e a intemporalidade dos princípios fundadores
Artistas como Manuel Guerra e Deolindo Pessoa tornaram-se, há cerca de três décadas, alguns dos principais impulsionadores do Teatrão. Ao Gerador, o ator e encenador Manuel Guerra recorda os tempos em que a equipa fundadora trabalhava de forma “exígua” e “precária”. Antes de se instalar de forma definitiva na Oficina Municipal do Teatro, em 2008, a companhia ocupou múltiplos espaços e a sede chegou a ser em casa do cofundador. “[Chegámos a] ensaiar numa sala de aulas de uma antiga escola que tinha sido desativada pelo Politécnico e numa salinha do Inatel Coimbra também bastante danificada”, conta.
O interesse de produzir teatro direcionado para o público infantil surgiu cedo. Em 1968, Manuel Guerra integrava o Grupo de Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) e o espetáculo em que estavam a trabalhar, A Ilha dos Escravos, do dramaturgo Pierre Marivaux, tinha sido proibido. “Quisemos continuar em atividade e fizemos um espetáculo para crianças, que depois itinerámos desde Mira até Sesimbra. Fiquei um bocadinho agarrado a isso, e é aí que começa a minha ligação com o teatro para a infância.”
O teatro para a infância era muito retrógrado, com fadas e fadinhas, príncipes e princesas. [Era] muito moralista e muito portador dos valores mais tradicionais relativamente à família e às relações sociais.
Manuel Guerra, ator, encenador e cofundador do Teatrão
Depois de abandonar o TEUC, onde criou uma secção de teatro para crianças, o encenador teve contacto com Catherine Dasté, e a encenadora francesa acabou por influenciar o modo como encarava o teatro infantil. “O teatro para a infância era muito retrógrado, com fadas e fadinhas, príncipes e princesas. [Era] muito moralista e muito portador dos valores mais tradicionais relativamente à família e às relações sociais.” Mas era retrógrado não só nas temáticas que abordava, como também na maneira de fazer, conta ainda o encenador, que salienta como Dasté foi uma das artistas que se propôs a lutar contra esse estado de coisas, encontrando uma forma: inventar juntamente com as crianças.
Após o trabalho desenvolvido com a artista, em França, nos anos de 1970, Manuel Guerra recebe um convite de Mário Barradas, fundador e o então diretor do Centro Dramático de Évora, para dirigir uma estrutura de teatro direcionada às crianças: aceita a proposta e regressa a Portugal. Anos mais tarde, já em Coimbra, assumiu a direção da Unidade-Infância e Juventude da companhia profissional Os Bonifrates e, entre 1984 e 1988, foi diretor artístico do Teatro Académico Gil Vicente.
É em 1993, no âmbito de uma visita de Santana Lopes, então secretário de Estado da Cultura, a Coimbra, que emerge a hipótese de fundar o Teatrão. “Surgiu a oportunidade de lhe fazer o repto de criar uma companhia profissional para a infância. Ele aceitou com um subsídio mínimo que deu para montar um espetáculo, mas depois não parámos: fomos por aí fora.” A companhia é criada no ano seguinte e, apesar de hoje já não ser predominantemente direcionada para o público infantil, alguns dos princípios que a edificaram continuam vivos.
“Um professor meu, em Paris, falava que o direito de representar era um direito da comunidade. Só que com a evolução da humanidade e a consequente divisão de tarefas, passou a ser um direito relegado aos atores. Enquanto membros dessa comunidade, os atores [devem] desenvolver uma reflexão ao nível da linguagem teatral e possibilitar à comunidade a discussão pública dos problemas que se lhe colocam. Ao mesmo tempo, possibilitando às pessoas a fruição de produtos estéticos”, conta Manuel Guerra.
O cofundador da companhia acredita que esta é uma possibilidade para justificar a inserção do trabalho desenvolvido pelo Teatrão junto dos territórios e públicos conimbricenses. Este investimento na proximidade, aliás, tem sido um aspeto transversal às três décadas de existência da companhia de teatro.
O imperativo de investir na proximidade com os públicos
Foi em dezembro de 2016 que João Santos passou a integrar a direção do Teatrão. Para além de ser o responsável pela gestão da companhia, é ator e pedagogo no seu Projeto Pedagógico, desde 2013. Foi neste projeto que desenvolveu também a sua própria formação em artes performativas, complementando-a com oficinas e masterclasses com artistas nacionais e internacionais. No entanto, a dedicação ao teatro não foi uma escolha premeditada. Quando era adolescente, uma professora que sabia do seu interesse pelo teatro deu-lhe a conhecer um workshop que o Teatrão estava a promover e João decidiu inscrever-se: gostou da experiência e continuou a participar.
O Projeto Pedagógico do Teatrão é descrito como o “lugar de proximidade que estabelece as pontes entre as diferentes dimensões” da atividade da companhia, lê-se no site. A equipa acredita que através de diferentes programas de mediação com os públicos é possível promover o acesso à cultura. “Este direito fundamental constrói-se pelo enraizamento de hábitos culturais desde a infância e ao longo de toda a vida, na relação com a escola e com a restante comunidade. É o que procuramos fazer com estes programas, acreditando no poder transformador da cultura que, em conjunto com a educação, deve habitar o coração da sociedade”, lê-se também.
A companhia promove, entre muitos outros programas e iniciativas, projetos de teatro destinados à população sénior, ações de formação dirigidas a professores e educadores e projetos de formação de continuidade, como as Classes de Teatro (dirigidas para públicos infantis, juvenis e adultos), nas quais João Santos dá aulas de teatro e expressão dramática, mas que integrou como aluno, entre 2006 e 2010. “Acho que a base [da formação teatral] tem sempre de ser lúdica, porque a ludicidade é a base para a criação.” E acrescenta que “não podemos querer impor uma coisa: temos sempre de criar um diálogo e tentar perceber o que é que conseguimos construir em conjunto.”
Para além de uma formação artística, o ator acredita que o Projeto Pedagógico do Teatrão promove uma formação cívica que incentiva os públicos a assumirem posições e a não terem medo da discórdia, porque esta pode ser a “base para a construção”. João Santos destaca também a necessidade de ter em conta as experiências de vida de cada público e promover ao máximo a proximidade com as pessoas. “Na minha conceção, não é possível ter um artista que está no alto do seu pedestal a fazer a sua produção, a criar arte sem qualquer tipo de relação com a comunidade ou os territórios”, exemplifica, em entrevista ao Gerador.
O pedagogo reitera que a comunidade artística tem de ser diariamente provocada pela sociedade que a rodeia, porque crê que os problemas e debates promovidos pelos cidadãos devem ter um impacto na criação artística. “Para mim, é impossível pensar um teatro que não esteja relacionado com as comunidades e com o território onde está [inserido]. No caso do Teatrão, nós estamos num equipamento municipal: seria muito pouco provável conceber um teatro onde nos fechamos sobre nós próprios e fazemos espetáculos sobre coisas que nos instigam, mas que não serviriam para discutir algo que é superior a nós.”
A promoção da participação e de proximidade são vetores do trabalho desenvolvido pela companhia, diz Isabel Craveiro. Talvez um reflexo desses esforços seja o estudo desenvolvido pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, em 2020, sob encomenda da câmara municipal. O Estudo sobre Práticas de Participação Cultural no Município de Coimbra contou com uma amostra de 980 participantes e demonstrou que o Teatrão foi a organização cultural da cidade mais conhecida e frequentada pelos inquiridos.
Ainda assim, a diretora artística não dispensa a prática de “exercícios de humildade” de modo a perceber a “pequenez” do impacto da arte teatral na sociedade. “É muito importante ter em conta a real dimensão do papel que, por exemplo, o teatro ocupa na vida das pessoas. É ínfimo, são pouquíssimas as pessoas que vão ao teatro”, assevera.
Isabel Craveiro esclarece que a equipa não “sonha” com a transformação das realidades: “Não vamos fazer sozinhos a revolução, não vamos mudar a relação que os públicos têm no país.” No entanto, salienta o poder de influência que a companhia pode ter no território em que se encontra. “É nisso que estamos apostados, o Teatrão consegue gerar impactos muito significativos na cidade e no concelho em diferentes públicos.”
A importância da descentralização e os (outros) problemas de sempre
“Como devem calcular, não sei se calculam, mas temos imensas dificuldades em sobreviver do ponto de vista financeiro e, às vezes, não é nada fácil. Acho que as pessoas que se mantêm juntas, seja no teatro, como noutro sítio qualquer, elas têm de ter uma razão para continuarem juntas. Aliás, nos tempos que correm, é cada vez mais difícil as pessoas manterem-se juntas por um objetivo.” As palavras são de Isabel Craveiro e foram ditas, em entrevista, há cerca de nove anos, ainda que, em parte, se pudessem aplicar aos dias de hoje.
A diretora artística recorda um período particularmente difícil, entre os anos de 2015 e 2018, quando a companhia não teve financiamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes). “O Teatrão teve ao longo destes anos uma relação muito instável com o financiamento. Teve muito tempo sem financiamento da DGArtes, porque perdeu um concurso, e isso provocou um abalo muito grande, inclusivamente no desenvolvimento e crescimento do nosso projeto, mesmo do ponto de vista artístico.” A direção viu-se forçada a despedir trabalhadores e a estrutura ficou reduzida ao mínimo. Porém, nestes últimos anos conseguiram recuperar e hoje toda a equipa tem um contrato de trabalho.
Ainda assim, Isabel Craveiro acredita que a companhia vai sempre ter de pensar a sua atividade em termos de sobrevivência. A encenadora destaca que a fatia dos Orçamentos de Estado reservada para a Cultura tem evoluído “pouquíssimo” nos últimos anos, apesar de as lutas e reivindicações dos trabalhadores do setor terem conquistado alguma visibilidade durante a pandemia da covid-19. “De repente, as pessoas não tinham onde se agarrar, trabalhavam todas a recibos verdes. Ficaram, de repente, sem trabalho e sem maneira de subsistir. Portanto, veio à tona aquilo que de alguma maneira é um setor absolutamente precário. Alguma coisa foi feita, [mas] muito mais tem de ser feito”, atesta.
Durante anos, a companhia participou na iniciativa Rede Artéria, um projeto de intervenção sociocultural, financiado por fundos do Portugal 2020, que se propunha a implementar uma rede de programação cultural em oito concelhos da Região Centro (Belmonte, Coimbra, Figueira da Foz, Fundão, Guarda, Ourém, Tábua e Viseu). Isabel Craveiro critica o hiato entre o fim deste programa e o arranque do próximo, sustentando que estas paralisações dificultam o progresso que as iniciativas possibilitam. “Deveríamos estar a executar os fundos 2030, e não há sequer o mínimo vislumbre de abertura de concursos. Os hiatos que são criados pela execução destes fundos não permitem que este esforço e este trabalho depois se materialize numa transformação, porque de repente para tudo, [e] ficamos não sei quanto tempo à espera da abertura de outro programa.”
A encenadora olha para este tipo de projetos como trabalhos potencialmente estruturantes para as regiões e municípios, nomeadamente os localizados fora das Áreas Metropolitanas do país, permitindo-lhes um maior destaque e reconhecimento. A descentralização da cultura, aliás, parece fazer parte da lista de reivindicações da companhia de teatro. O Teatrão integra associações e entidades que fazem do combate às assimetrias regionais e do fomento da coesão territorial no acesso à cultura e às artes um objetivo. A equipa é membro da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP), da PLATEIA – Associação de Profissionais das Artes Cénicas e da Descampado.
“Quero muito que os espetáculos de Lisboa ou do Porto venham a Coimbra ou à Região Centro e circulem, mas quero que os da Região Centro circulem também. Quero que as companhias descentralizadas em todo o país tenham condições de trabalho e sejam reconhecidas pelo seu profissionalismo”, apela Isabel Craveiro. A diretora acredita que as populações das áreas metropolitanas desconhecem os projetos desenvolvidos no resto do país, mas crê também que esses locais ainda não aprenderam a valorizar-se. “Há aqui um equilíbrio muito grande que tem de ser construído e julgo que temos caminhado muito, mas há ainda bastante trabalho a fazer nesse sentido.”
Apesar de concordar, João Santos revela-se um pouco mais otimista. “Acho que existem cada vez mais pessoas que estão talvez saturadas de estar em Lisboa e no Porto e se deslocam para outros pontos do país para começar novos projetos: em sítios, em aldeias, em vilas onde não existe tanta oferta e onde, de certa forma, o seu trabalho pode ter um impacto maior do ponto de vista da construção de relações fortes com o público”, hipotetiza. O ator acredita que com o associativismo no setor cultural, sobretudo depois de 2018, o impacto da pandemia e a aprovação do Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura, em 2021, têm vindo a ser dados alguns passos para que exista uma maior consciência daquilo que é feito fora das grandes cidades.
A companhia olha com “muita expectativa” e ansiedade para o que vai acontecer nesta legislatura. “Já vimos situações andarem para trás. Deixa de haver Ministério da Cultura, deixa de haver o modelo de Estado que está em vigor para se fazer outro, já vimos muitos retrocessos. Portanto, nunca podemos propriamente descansar desse ponto de vista, porque aquilo que estes tempos nos estão a mostrar é que podemos andar muito para trás. Podemos andar para trás décadas e teremos de lutar bastante para que isso não aconteça”, conclui a diretora.
Nota: Todas as entrevistas foram feitas antes das eleições legislativas, a 10 de março de 2024.