fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Há uma nova orquestra que recuperar o legado orquestral do barroco português

Há uma nova orquestra em Portugal que vai para além da música clássica. A Real…

Texto de Patrícia Nogueira

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Há uma nova orquestra em Portugal que vai para além da música clássica. A Real Câmara quer recuperar o legado orquestral do barroco português, tocando-o sob a direção artística do maestro e violinista italiano Enrico Onofri.

No início de agosto, a sala D.Luís do Palácio da Ajuda recebeu um concerto de apresentação da nova orquestra Real Câmara. Constituída por 16 músicos e com direção artística do maestro e violinista italiano Enrico Onofri, a Real Câmara foi buscar o nome à vida musical portuguesa que, no reinado de João V, estava muito centralizada na Corte e, por sua vez, em Lisboa. O projeto surgiu pela vontade de trazer a música do final do séc. XVII e XVIII - cruzando-a com a música italiana-, para as salas de espetáculo portuguesas. Segundo Diana Vinagre, uma das co-fundadoras do projeto, “a vontade de trabalhar com Enrico Onofri”, que soma décadas de interpretação e investigação na área da interpretação histórica informada, e “recuperar o reportório português do reportório barroco”, foi a semente para fazer nascer a Orquestra: “queremos ter uma plataforma de excelência”, acrescenta.

Questionada sobre o que diferencia a Orquestra Real Câmara das outras orquestras , Diana explica que, para além de todos serem especializados em música antiga, “o que normalmente se chama à interpretação historicamente formada”, todo o reportório querer um processo “interpretativo paralelo ao processo mais vulgar a que assistimos na música dita erudita, pressupondo ainda um conhecimento histórico do contexto em que a musica foi escrita, seja através de instrumentos, na forma em que estavam na altura, seja pela pesquisa, através de fontes primárias, de documentos que nos permitam ler melhor a partitura, porque quanto mais para trás vamos, menos detalhada é a partitura. Os músicos tinham uma série de acordes tácitos e muita coisa e não estava na partitura, só conseguimos descobrir essas coisas através de outras fontes”, explica a cofundadora ao Gerador.

 “Dal Tevere al Tago” (“Do Tibre ao Tejo”): música ao gosto italiano para a Orquestra da Real Câmara no tempo de D. João V, foi o programa escolhido pela orquestra para se apresentar ao público. O programa foi constituído por peças de compositores italianos e portugueses do reinado de João V, algumas em estreia moderna, como “Ogni fronda chè mossa dal vento”, da serenata “Il vaticinio di Pallade, e di Mercurio”, de Francisco António de Almeida (1703-1754), que foi um dos bolseiros portugueses em Itália, nessa época, e que foi apresentada no Palácio Real da Ribeira, em 1731, culminando "com louvores ao rei magnânimo”. Rinaldo di Capua (1705-1780) “Nacqui agli affani in seno”, ária do 'dramma per musica' “Catone in Utica”, “Tutti nemeci e rei, tutti tremar dovete”, de “Adriano in Siria”, e ainda, de Giovanni Bononcini (1670-1747), “Mio sposo t’ arresta”, ária de “Farnace”, foram outras das estreias modernas apresentadas pela Orquestra da Real Câmara.

Texto por Patrícia Nogueira
Fotografia disponível via Unsplash

Se queres ler mais notícias clica aqui.

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

13 Outubro 2025

Jornalista afegã pede ajuda a Portugal para escapar ao terror talibã

18 Setembro 2025

Arte, pensamento crítico e ativismo queer reúnem-se numa ‘Densa Nuvem de Amor’

17 Setembro 2025

MediaCon: convenção de jornalismo regressa a Lisboa em outubro

24 Julho 2025

MediaCon 2025 tem candidaturas abertas para novos projetos de jornalismo

2 Julho 2025

Candidaturas abertas para o Workshop de Curadores da 13.ª Bienal de Berlim

16 Junho 2025

Para as associações lisboetas, os Santos não são apenas tradição, mas também resistência

29 Maio 2025

Maribel López: “Temos de tentar garantir que os artistas possam dar forma às suas ideias”

28 Maio 2025

EuroPride: associações LGBTI+ demarcam-se do evento mas organização espera “milhares” em Lisboa

1 Maio 2025

Literacia mediática digital além da sala de aula 

22 Abril 2025

“Pressão crescente das entidades municipais” obriga a “pausa criativa” dos Arroz Estúdios

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Criação e Manutenção de Associações Culturais

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Financiamento de Estruturas e Projetos Culturais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

29 DE SETEMBRO

A Idade da incerteza: ser jovem é cada vez mais lidar com instabilidade futura

Ser jovem hoje é substancialmente diferente do que era há algumas décadas. O conceito de juventude não é estanque e está ligado à própria dinâmica social e cultural envolvente. Aspetos como a demografia, a geografia, a educação e o contexto familiar influenciam a vida atual e futura. Esta última tem vindo a ser cada vez mais condicionada pela crise da habitação e precariedade laboral, agravando as desigualdades, o que preocupa os especialistas.

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

Carrinho de compras0
There are no products in the cart!
Continuar na loja
0