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Penedono, o município onde o tempo tem o seu próprio compasso

O concelho onde «o Douro começa e a Beira Alta acaba» encerra em si um passado histórico bastante profundo. Nas terras sagradas onde povos habitaram há cerca de quatro mil anos, mais tarde viram nascer o Condado Portucalense. Hoje, Penedono incorpora a lenda do Magriço, o herói mencionado por Camões, e subsiste na aposta no turismo de natureza e na resistência daqueles que ainda ficam num concelho que sofre da doença crónica do despovoamento.

Texto de Redação

©Bárbara Monteiro

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Quando se entra na vila de Penedono, a avenida principal é como um túnel a céu aberto onde se percebe a passagem do tempo: desde edifícios do século xvii, como os Paços do Concelho, à igreja que se ergue numa tímida paisagem que é demarcada pelo Castelo de Penedono, outrora residência senhorial e de defesa das fronteiras, ainda antes de existir o Condado Portucalense. As casas são maioritariamente de granito, traça que se pretende continuar a preservar na vila e presente noutras freguesias.

Penedono é o quarto município com menos população em Portugal Continental, indicam os dados dos Censos de 2021. Com 2,738 habitantes, localiza-se num território privilegiado: toca o Douro, o Dão, os Trás-os-Montes e ainda a Guarda, mas pertence ao distrito de Viseu. Uma multiplicidade de influências que tornam os produtos endógenos da região únicos, como a castanha martaínha ou o azeite, e as características das freguesias distintas entre si.

«O nosso produto por excelência é, sem dúvida, a castanha martaínha, que é uma castanha meio adocicada, ligeiramente diferente daquele que se vê. Até porque, para o bem e para o mal, grande parte da castanha do concelho é para exportação», indica Maria José Neto, técnica superior de turismo no município de Penedono, que destaca ainda as de «duas freguesias, a de Póvoa de Penela e a do Souto, em que as castanhas já têm características verdadeiramente durienses».

©Bárbara Monteiro

Na terra onde o «Douro começa e a Beira Alta acaba», como é comum ouvir-se em Penedono, freguesias como Penela da Beira ou Penedono têm uma longa história que começa ainda antes de serem das primeiras a receber o foral. Povos do período neolítico percorreram estas terras que consideravam sagradas, com um historial ainda mais antigo que as pirâmides do Egito, conta o historiador João Ferreira da Fonseca. No dólmen da Nossa Senhora do Monte, entre Penela da Beira e Castainço, duas das sete freguesias do concelho, estas terras eram consideradas sagradas e foram descobertos doze dólmens alinhados com o dia do solstício. Também Antas, outra freguesia de Penedono, é conhecida pela sua vasta pegada histórica e pelos menires lá encontrados.

Mas é através da era medieval que Penedono quer e está a ser conhecido. Com o intuito de relembrar esta época, encontram-se espalhados pela vila equipamentos medievais de defesa ou de ataque, quase todos funcionais e utilizados num dos certames mais importantes do município, a Feira Medieval, que acontece no início do mês de julho. Também o Mercado do Magriço, que normalmente acontece em novembro, é um ponto alto da vila. Este certame «é essencialmente virado para a participação do parque empresarial do concelho. E quando falamos em parque empresarial, falamos em todo o tipo de empresas que existem aqui no concelho» desde a agricultura à pecuária, explica Maria José Neto.

Mas a posição geográfica de Penedono é um gume de dois bicos: se, por um lado, está em contacto com tantas influências regionais, por outro, precisa da sua própria identidade para se distinguir dos restantes territórios. E é aqui que entra a lenda do Magriço, o herói que todos conhecem no município, mas que poucos no país lhe sabem a história.

©Bárbara Monteiro

Magriço, a identidade de um herói e a valorização de uma região

Reza a lenda que, na Idade Média, doze nobres ingleses puseram em causa a honra de doze damas inglesas e desafiaram qualquer um para um duelo, para lhes restaurar a dignidade. Perante esta situação, as damas apelaram às famílias e conhecidos para que lutassem por elas, mas nenhum nobre acudiu aos seus apelos. Então, as doze damas pediram ajuda a João de Gante, duque de Lencastre, que tinha combatido com os portugueses para obter o Reino de Castela e Leão com a ajuda do Mestre de Avis. João de Gante aconselhou-lhes a bravura dos cavaleiros portugueses, um povo famoso pela sua honra e cavalheirismo. As damas não perderam tempo e escreveram ao rei, com o apoio do Duque de Lencastre.

O Mestre de Avis enviou doze portugueses, entre eles Álvaro Gonçalves Coutinho, natural de Penedono, para salvar a honra das damas e defrontar os mercenários ingleses. Enquanto onze dos cavaleiros portugueses seguiram por mar, Álvaro Gonçalves Coutinho decidiu ir por terra para vincar, ainda mais, a bravura e a coragem do povo português por terra, garantindo estar na data e horário previsto da batalha.

Diz a lenda que quando os cavaleiros portugueses já se preparavam para combater, numa proporção de onze para doze, as damas estavam de luto, porque seria impossível ganhar aquele duelo desequilibrado. Mas, no último momento, apareceu Álvaro Gonçalves Coutinho, quem, em conjunto com os restantes cavaleiros, conseguiu defrontar os adversários ingleses e salvar a honra das damas. Ficaram conhecidos por Os Doze de Inglaterra.

Este episódio tornou-se indicativo da bravura dos portugueses na Idade Média e o registo desta lenda ficou imortalizada no Canto VI d’Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, o primeiro a apelidar Álvaro Gonçalves Coutinho de «Magriço», 250 anos depois do suposto episódio. Não há registos históricos medievais desta alcunha, mas a atribuição do poeta português perpetuou-a até aos dias de hoje.

Mas a lenda d’Os Doze de Inglaterra é uma «lenda de cavalaria. Não há registos de que o Magriço tenha participado», conta o historiador João Ferreira da Fonseca. «O Magriço era um mercenário», aponta, «e sabemos que foi enviado pelo rei, juntamente com um conjunto de homens, alguns dos Doze de Inglaterra, para lutar na Guerra dos Cem Anos». Contudo, não há registo da batalha proclamada mais de dois séculos depois na epopeia de Camões.

Mas a lenda ficou enraizada no imaginário português e, sendo o Magriço um herói conterrâneo de Penedono, a vila tem desenvolvido a sua identidade em redor desse feito. No largo junto ao castelo, há o Hotel Medieval de Penedono, o único hotel da vila, a estalagem do rei e outros comércios que fazem alusão ao conjunto lexical do reino, incluindo o comércio local onde os produtores da região expõem os seus produtos, local assegurado pelos próprios num regime rotativo e aberto quase todos os dias.

©Bárbara Monteiro

Também as associações e as coletividades contribuem e levam ao país um pouco de Penedono. É o caso da Associação Hoste do Magriço que continua a imortalizar a tradição dos guerreiros medievais. A ideia começou numa conversa de amigos e, em 2009, nasceu a Associação Hoste do Magriço. É constituída, atualmente, por cerca de 20 pessoas desde os oito aos 50 anos, aponta Helena Mesquita, presidente da associação. No edifício que a câmara municipal atribuiu à associação, em Ferronha, há agora espaço para todo o espólio.

Nesta antiga escola primária encontram-se espadas com cerca de dois quilos, machados, acessórios de couro, indumentária para homem e mulher, acessórios de duelo – elmos, armaduras, entre outros – e as máscaras. «O nosso lema é: não temos, fazemos», afirma Helena Mesquita. Com a exceção de alguns materiais, todo o equipamento é fabricado pelos membros da associação. Numa outra sala, há uma mesa de passar a ferro, uma máquina de costura, metros de tecido e vários materiais de confeção.

Os membros praticam ainda esgrima medieval com o mestre de armas, Tony Mesquita. Do mais pequeno ao graúdo, todos ensaiam as coreografias dos combates para as atuações em feiras medievais e para as atuações. Tudo com o maior rigor histórico, explica Helena. E de forma a reavivar tradições antigas, a associação está a preparar a segunda edição do Entrudono, o festival de carnaval de Penedono, depois da primeira edição ter sido um sucesso. Mais uma atividade que pretende ser um chamariz para a vila.

O silêncio dos castanheiros e do despovoamento

Quase ao final do dia, com o sol a esconder-se atrás do monte, ouve-se o silêncio dos castanheiros que acompanham a viagem até ao dólmen de Nossa Senhora do Monte, entre Penela da Beira e Castainço. João Ferreira da Fonseca conta a história de como este dólmen foi cristianizado. Durante muitos séculos, as comunidades iam em peregrinação para este sítio, mas sem nenhuma pretensão religiosa. Porém, o bispo de Lamego, no século xvi, quis cristianizar este espaço por achar que eram procissões pagãs. Então, junto ao dólmen, mandou erguer um altar em honra de Nossa Senhora do Monte, razão pela qual este local é hoje classificado como Monumento Nacional.

Mas o que impede que estes monumentos não sejam vandalizados como aconteceu com as gravuras de Foz Côa, em 2017? «Somos nós que guardamos isto», aponta o historiador «é o Estado Central que zela pelo monumento nacional, mas o Estado, infelizmente, nestas zonas da Beira Alta demite-se dessa responsabilidade e então nós fazemos o pouco que podemos». «Mantemos o espaço visitável, limpo» e «vamos passando, vamos vendo o evoluir do monumento», afirma o historiador. «Nós não podemos fazer muito mais que isso. Podemos divulgar e pela divulgação acabamos também por preservar o monumento, alertando para as consciências».

©Bárbara Monteiro

João Ferreira da Fonseca afirma que não há uma política cultural para este tipo de monumentos no país, mesmo que sejam construídas sinalizações, como é o caso. «Vai ser colocado aqui nesta zona um painel explicativo, estão a ser trabalhados porque se está a construir um parque aqui perto do dólmen da Nossa Senhora do Monte, um parque de merendas para atrair mais pessoas para esta zona», diz. A ideia é que mais tarde evolua para um parque de campismo.

Mas o problema deste território vai mais além: «O turismo de massas no nosso país é um turismo que não revela vontade para este tipo de monumentos [megalíticos], é mais para praia e cidade e depois não se chegam a estes sítios, ficam de fora». Neste sentido, indica Maria José Neto, a grande aposta do município está a ser, também, direcionada para o turismo de natureza, com o desenvolvimento de uma rede de três trilhos que vão estar disponíveis muito brevemente.

O município tem tido, também, a preocupação com a sustentabilidade da região e na prevenção da floresta: «Tem havido realmente uma aposta e uma sensibilização para os fogos, tanto na parte dos baldios como na dos próprios particulares em replantar os seus terrenos, quer para árvores de fruto ou mesmo para a floresta. Tem sido feito um trabalho bastante valioso nesse sentido.», explica Maria José Neto.

Por outro lado, com o paulatino decréscimo de habitantes, vão-se perdendo serviços: o cinema está fechado e não há teatro; o alojamento local é escasso e apesar do município estar à porta do Douro, não há atratividade para esta região. Não existe mão de obra para novas apostas comerciais ou para as existentes, como o alojamento local ou para a agricultura, e o círculo fecha-se de um modo vicioso.

Apesar de as estradas estarem em bom estado, há poucos autocarros que ligam Penedono a outras geografias «porque para a quantidade de pessoas de Penedono não se justifica», indica Maria José Neto. «É muito difícil atrair pessoas para estes territórios e percebe-se muito bem porque é difícil cá chegar», aponta João Ferreira da Fonseca.

©Bárbara Monteiro

«Temos aqui cerca de 2600 pessoas. Ora, a freguesia mais pequena de Viseu tem o dobro disso. O que faz falta aqui? Aqui é que está: Nada», responde João Ferreira da Fonseca. Isto porque a Câmara Municipal de Penedono dá incentivos à natalidade, os casais estão isentos de pagar escola até ao nono ano. Quando os adolescentes têm de ir para o secundário, em Viseu, e posteriormente para a faculdade, o município oferece bolsas de estudo. Acrescem ainda os cuidados de saúde, assegurados maioritariamente pelo executivo e onde os residentes pagam um valor muito residual, aponta o historiador. O problema continua a ser o mesmo: o olhar direcionado para as grandes cidades. E o interior continua a ser pouco atrativo porque com a falta de habitantes, não há variedade de equipamentos culturais, de emprego, de aposta.

E sem pessoas, não há territórios.

A última tecedeira de Castainço e a agricultura de uma vida

O Interior do país fica mais pobre com a migração, mas há certas profissões que começam a esfumar-se no tempo. Elvira Lacerda, de 87 anos, é a última tecedeira que ainda sabe tecer as típicas colchas de Castainço em teares de pau. «Aprendi a tecer com 14 ou 15 anos, foi a minha irmã Mércia que me ensinou», começa por contar Elvira, ao abrir a porta da sua casa com as colchas expostas. «Depois a minha irmã começou a ficar doente de cabeça e acabei por deixar o tear». E a vida passou-se num instante.

Elvira casou aos 22 anos e dedicou-se toda a vida à agricultura. É isso que a faz feliz, afirma. Só sete filhos depois – dois deles falecidos – é que foi fazer uma formação na aldeia, aos 74 anos, em conjunto com mais nove pessoas e se tornou a última tecedeira de Castainço. Hoje já não faz uso dos teares porque foi operada a um joelho: «Eu gosto muito do campo» e tecer «não dá pão a ninguém», ri-se. Com a cara marcada pela vida, declama uma das frases tecidas na colcha: «Isto diz: ‘uma lançadeira corre no tear como os anos correm na vida’. Isto está escrito num Evangelho», diz.

©Bárbara Monteiro

As colchas de Castainço têm séculos de tradição. As lãs das ovelhas serviam para tecer e depois um tintureiro dava as cores mais utilizadas às colchas, o preto e o vermelho. A mais antiga que Elvira tem é de 1887 e pertencia ao sogro, António Lacerda. «Só nas partilhas é que dei conta da era. Vê? Está velhinho, velhinho. É mesmo um farrapinho, mas ajeitei-o», afirma. O espólio é imenso e muitas destas colchas, umas herdadas pela mãe e sogros, outras tecidas pela própria, estão expostas no Espaço de Convívio e Cultura de Castainço.

Esta é uma das profissões em vias de extinção, principalmente com a lã das próprias ovelhas, que serviam para aquecer os pastores e as famílias nos dias mais rigorosos do inverno e na apanha das castanhas e azeitona. Elvira ainda guarda os seus dois teares de pau na pequena arrumação junto à sua casa. Apoiada pela muleta, continua a labora do dia.

©Bárbara Monteiro

Neste território «sofremos do mal que todo o interior sofre. Dá-me a ideia de que Portugal tem uma régua de alto a baixo: alguns são para aqui e outros são para ali, é a ideia que dá, acaba por não ser de outra forma», afirma Maria João Neto. Porém, Penedono é um daqueles concelhos portugueses que vale a pena conhecer e deixar-se envolver pelas tradições, história e gastronomia.

Texto de Ana Sofia Paiva

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