Há uma nova publicação artística multidisciplinar que quer promover artistas emergentes e o diálogo entre diversos agentes. A Pulsar foi lançada em junho, e abrange temáticas diversas como a poesia, conto, fotografia, artes visuais e artes performativas.
A nova revista é uma iniciativa da Plataforma do Pandemónio, colectivo de promoção artística sediado em Braga que, ao longo dos últimos 9 meses tem promovido concertos, exposições, espetáculos e diversas iniciativas de mediação cultural.
O primeiro número integra trabalhos de artistas “convidados ou associados da Plataforma do Pandemónio” além de “14 artistas seleccionados através duma open call realizada durante os meses de Fevereiro e Março deste ano”. A chamada de trabalhos contou com 45 submissões oriundas de 14 países, nomeadamente Portugal, Rússia, Gana, Haiti, EUA, Itália, Brasil, Bulgária e Polónia, Bielorrússia, Índia, Angola, Ucrânia e Letónia.
Marta Moreira, diretora da Pulsar, conta ao Gerador o quanto esta adesão superou as expetativas. “Não esperávamos uma adesão internacional à open call que desenvolvemos, muito menos uma oriunda de 45 países diferentes. Não esperávamos ter este primeiro número praticamente esgotado ao fim de um mês e meio de circulação”, afirma.
“Foi muito interessante perceber que as artes visuais adquirem uma outra dimensão neste contexto de publicação e de que forma se conseguem relacionar com a dimensão literária (perseguindo um sentido que fugisse ao óbvio)”, diz a responsável. “Tivemos vários trabalhos de fotografia, dos quais destaco os de Alessandro de Leo, que nos pareceram representar uma das pedras de toque da Pulsar, e os da Flávia Carmagnanis, artista oriunda do Brasil e radicada em Braga, que nos mostrou a força e o potencial da comunidade artística emigrante. Agora interessa-nos elevar a fasquia, conseguir alguns objetivos do domínio da Literatura e explorar mais o segmento das artes performativas, que se conseguiu incluir por intermédio dos QRCodes.”, diz ainda Marta Moreira.
Para já, o plano é, precisamente “manter esta linha”, assente em open calls, já que um dos objetivos da publicação é precisamente “impulsionar a expansão de novos artistas através da divulgação do seu trabalho”, mas também criar “novos diálogos entre diferentes agentes”. “No próximo número, esta open call já será um pouco mais estrita e a nossa pretensão é garantir que esses diálogos se encontram mais explícitos ao longo das páginas da Pulsar”, acrescenta a diretora.
Para amanhã, está marcada a apresentação do primeiro número, na capital. A Livraria Ler Devagar e a Prisma Estúdio, em Lisboa, serão os locais onde, às 18h30 e às 21h30, respetivamente, são mostrados os conteúdos desta publicação que se define como “inovadora”. O evento na Livraria Ler Devagar contará com a presença dos editores (Marta Moreira, Jefferson Rib e Sara F. Costa) e da autora convidada Lígia Reyes, além de um convidado “surpresa”.
Mais tarde, a Prisma Estúdio abre portas às 20h para encerrar a exposição de alguns dos trabalhos publicados na Pulsar com uma tertúlia dedicada aos temas da revista. A capacidade do espaço está limitada a 25 lugares, pelo que a organização recomenda “fortemente” a reserva prévia de lugar através da plataforma Eventbrite.
A Pulsar está à venda desde junho e já quase esgotou todos os exemplares. Os pontos de venda são, além da livraria Ler Devagar, a Livraria Centésima Página (Braga), Rimas & Tabuadas (Guimarães), Livraria Flâneur (Porto), Theatro (Póvoa de Varzim) e Puro Flow (Lousada).
Apesar do sucesso da primeira edição há, ainda, metas a alcançar. A sustentabilidade financeira e a dinamização do título pelo "maior número de pessoas possível" são alguns dos objetivos traçados pela equipa. Além disso, a ambição assumida "é que esta revista se transcenda a si própria, ou seja, que as suas "ondas de choque" possibilitem a concretização de um conjunto de iniciativas paralelas, tendo em vista aproximar cada vez mais artistas de mais público", diz Marta Moreira.