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Reshape Ceramics: apoiar a comunidade prisional

Projeto social da associação RESHAPE tem como missão garantir a reinserção digna de todas as pessoas que estão ou estiveram presas.

Texto de Mariana Moniz

Fotografia cedida pelo Reshape Ceramics

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O Reshape Ceramics é um projeto que procura ter um impacto positivo na vida da comunidade prisional, criando oportunidades justas e dignas para uma reinserção bem-sucedida na sociedade. Com uma oficina dentro do Estabelecimento Prisional de Caxias e um atelier em Arroios, este projeto oferece trabalho “a pessoas que estão em situação de reclusão e acompanha-as na sua transição para a liberdade”.

Em 2019, a RESHAPE visitou o Estabelecimento Prisional de Caxias e deparou-se com uma olaria que se encontrava inoperacional. Após isso, em conjunto com uma marca de cerâmica, realizaram um pequeno projeto-piloto em que empregaram alguns ex-reclusos, dando-lhes formação e elaborando peças que depois foram vendidas. Em 2020, surgiu o Reshape Ceramics, com o objetivo de mostrar à sociedade “o talento que existe dentro das prisões”.

Tal como explica Inês Tavares, gestora do projeto, as pessoas que estão no Estabelecimento Prisional de Caxias recebem formação e trabalho em cerâmica artesanal e, após o fim da pena, “ou ficam connosco no nosso atelier em Arroios (um emprego de transição) ou nós encaminhamo-las para vagas de trabalho em empresas parceiras”. Os artesãos são acompanhados, individualmente, nos diferentes desafios associados à reclusão e pós-reclusão e o principal objetivo é diminuir o risco de reincidência criminal.

A escolha da cerâmica deve-se ao facto de ser “um processo não imediato e possível de ensinar a qualquer pessoa”. Para além disso, a RESHAPE quis criar um produto que fosse físico, que envolvesse trabalho de equipa, que exigisse “concentração e atenção ao detalhe, muita tentativa e erro e que, mesmo seguindo todos os passos corretamente, pudesse não sair como nós idealizámos”. Desta forma, a comunidade aprende a lidar com a frustração, com os outros e consigo próprio. “Às vezes cometemos erros, às vezes algo corre mal e nem sabemos porquê, mas isso não quer dizer que não seja possível voltar a tentar, agora de uma maneira diferente”, reforça Inês Tavares.

Vários estudos mostram que o desemprego é um dos maiores fatores de risco para se voltar a cometer um crime. Para além disso, ao se criarem estas oportunidades, enquanto a comunidade ainda está em cumprimento de pena, “eles mantêm-se ativos, com rendimentos e com responsabilidades - o que os ajuda na preparação para a saída”.

O Reshape Ceramics está dividido em quatro fases. Primeiramente, realiza-se uma formação em competências pessoais, dento do Estabelecimento Prisional de Caxias. Numa segunda fase, a comunidade prisional realiza uma formação em cerâmica e começa a trabalhar na oficina, também dentro do Estabelecimento Prisional. Após a libertação do indivíduo, o mesmo inicia o seu emprego no ateliê, em Arroios. “Com estes postos de trabalho, nós conseguimos garantir um emprego a estas pessoas enquanto se readaptam à vida na sociedade”, explica a gestora do projeto.

Numa última fase, a RESHAPE acompanha a evolução de cada pessoa, ajudando-a a encontrar emprego nas áreas de maior interesse, mas também criando ligações com empresas e entidades que a possam ajudar nas suas necessidades, tais como habitação, saúde ou apoio jurídico.

Todas as peças elaboradas pelos artesãos são vendidas no site do Reshape Ceramics e existem ainda alguns revendedores nacionais e internacionais.

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