Por estes dias, a Moda Lisboa é, certamente, o evento cultural em destaque da capital portuguesa. Ao longo de quatro dias, 31 coleções de diversos criadores nacionais serão apresentadas ao público, numa edição subordinada ao tema “Insight”.
No meio da azáfama normal de um evento com tamanha escala, o Gerador apresenta-te, durante os próximos dias, uma série de retratos com pessoas que, em diferentes funções, ajudam a montar este evento dedicado ao mundo da moda.
Para o primeiro dia da Moda Lisboa 2019, estivemos à conversa com a Mathilde Misciagna, assistente no gabinete de comunicação e imprensa da Moda Lisboa e, durante o evento, responsável pela gestão de redes sociais.
Esta é a primeira Moda Lisboa em que trabalha, não escondendo por isso algum nervosismo. No entanto, trabalhar no mundo da moda foi, desde sempre, um dos objetivos de Mathilde. Depois de se ter licenciado em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, seguiu para Londres, onde terminou mestrado na London College of Fashion.
Foi através do seu projeto final que surgiu a oportunidade de trabalhar directamente com a Moda Lisboa. “No mestrado fiz uma espécie de editorial do meu projeto final sobre a Moda Lisboa, com enfoque nalguns designers portugueses; no fim enviei uma cópia do meu trabalho e, entretanto, chamaram-me para trabalhar com eles”, conta Mathilde Misciagna, admitindo que estar na Moda Lisboa é “o culminar de um percurso” para o qual tem trabalhado nos últimos anos.
Como assistente de comunicação, Mathilde esteve até agora concentrada na antecipação do evento, envolvida nos diversos processos de comunicação, que contribuíssem para a divulgação do mesmo. Agora, durante os dias em que decorre, é responsável pela publicação de conteúdo nas redes sociais, em especial na plataforma de Instagram.
“Cada vez mais, o evento não é nada sem a sua comunicação através das redes sociais. É preciso divulgar cada coisa que está a acontecer, e é preciso ver de que forma é que a comunicação pode ser vantajosa para o teu evento”, explica a responsável, dando como exemplo a importância das stories no Instragram, “para que as pessoas possam acompanhar de perto aquilo que está a acontecer”.
No entender de Mathilde, um evento como a Moda Lisboa tem um impacto significativo na cidade e aproxima as pessoas de um setor em ascensão. “Dá visibilidade às pessoas da indústria, mas também a oportunidade a todas as outras de poderem participar, de certa forma, neste tipo de eventos. É, no fundo, uma forma de trazer os portugueses a conectar-se com a sua identidade. Porque é um showcase da indústria, do que se faz melhor em Portugal, e que promove o consumo do que é português”, advoga.
Fã de designers como Gonçalo Peixoto ou Carolina Machado, Mathilde Misciagna considera que existem, atualmente, cada vez mais talentos nacionais e que “as pessoas, em geral, já deixaram de olhar para a moda como algo superficial ou acessório, olhando-a como uma forma de expressão, de identidade delas próprias”.
Mais do que um evento de moda, a Moda Lisboa, realça Mathilde, é uma oportunidade de estar em “contacto com uma indústria em constante ascensão e, por isso, de aprendizagem”.
A Moda Lisboa 2019 começou ontem nas Carpintarias de São Lázaro, com a apresentação das propostas de quatro jovens designers – António Castro, Cristina Real, David Pereira e Filipe Augusto –, que fazem parte da plataforma Workstation. Este primeiro dia contou ainda com a conferência Fast Talks, sob o tema “Fashion and Experience”, com a participação de Julien da Costa (repórter de moda), Catherine da Silveira (professora universitária), Flávia Aranha (designer de moda) e Miguel Bento (cenógrafo).