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Roupa, roupa e mais roupa

Segundo dados da Changing Markets Foundation1, a indústria da moda é uma das maiores poluidoras…

Opinião de Ana Serrão | Zero

Fotografia da cortesia de Ana Serrão

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Segundo dados da Changing Markets Foundation1, a indústria da moda é uma das maiores poluidoras do planeta.

Dados do Banco Mundial2 apontam para que 20% da poluição da água seja causada pela produção de têxteis, tornando-a a segunda maior poluidora dos recursos hídricos do planeta. Além disso, usa 1/4 de todos os químicos produzidos no mundo.

A produção de têxteis é responsável por 10% de todas as emissões antropogénicas de dióxido de carbono (CO2) e o segundo maior utilizador de água do planeta.

Segundo a Greenpeace3 existem 5 factos que ligam diretamente a indústria têxtil à produção de derivados do petróleo:

1 – Mais de 2/3 dos têxteis usados hoje em dia são sintéticos derivados do petróleo. A indústria têxtil mundial usa mais petróleo num ano do que a Espanha inteira.

2 - Cada indivíduo compra mais 60% de roupa do que há 15 anos.

3 – A produção de poliéster produz emissões de CO2 superiores a 180 centrais térmicas a carvão. Prevê-se que duplique até 2030.

4 – A cada ano que passa, o uso e a lavagem de roupas sintéticas liberta no ambiente uma quantidade de microfibras equivalente a 150 mil milhões de garrafas de plástico. As microfibras danificam a vida selvagem, entram na cadeia alimentar e podem causar graves problemas de saúde.

5 - Menos de 1% das nossas roupas é reciclado. 87% dos materiais têxteis acabam por ser queimados, despejados em lixeiras ou abandonados na natureza.

Em plena época de saldos, onde as etiquetas gritam “promoção”, deparamo-nos com estes dados e facilmente percebemos que A MODA TEM DE MUDAR e nós temos uma palavra a dizer.

Antes de comprar roupa, aplique sempre os seguintes princípios:

REPENSAR: Precisa mesmo de mais uma peça de roupa? 

Se precisar, então escolha marcas sustentáveis que usam materiais mais amigos do ambiente e tingimentos naturais. Procure a etiqueta EcoLabel ou o padrão Oeko-Tex.

Normalmente são marcas mais caras, mas são diferenciadas e disponibilizam roupa de maior qualidade e durabilidade. Menos peças, melhor qualidade.

RECUSAR: Não compre só porque é barato ou porque está na moda.

Compre roupa que possa combinar com peças que já tenha no seu roupeiro. Seja criterioso na escolha e compre apenas peças com que goste de se ver e que tem a certeza que vai usar. 

REDUZIR: Compre menos, mas com melhor qualidade, para que possa usar mais tempo.

Repetir roupa não significa vestir a mesma coisa várias vezes, significa ser mais criativo nas combinações.

REUTILIZAR: Podemos fazer trocas entre amigos de peças de roupa de que já não usamos, mas também existem cada vez mais plataformas de venda e de troca de roupa em segunda mão.

RECUPERAR: Podemos recuperar uma peça estragada? Em muitos casos, sim. Encontramos, em todas as plataformas, vídeos que ensinam a reparar pequenos danos na roupa de modo bastante simples e até original.

TRANSFORMAR: Podemos, com alguma imaginação, mudar uma saia ou um vestido e torná-los diferentes?

Para quem tem jeito para a costura e é criativo, a peça transformada pode até ser bem mais interessante do que a peça original. Para quem não tem jeito, há muitas lojas de costura que se encarregam de o fazer, por um preço mais em conta do que uma peça nova.

RECICLAR: Se uma camisola ou umas calças ainda estiverem em condições de ser usadas, pense em trocar ou doar, senão coloque no local adequado à recolha de têxteis para reutilização dos materiais. Existem empresas que incorporam têxteis usados em processos industriais.

E, acima de tudo, lembre-se que existem coisas bem mais importantes do que um bocado de pano.

  1. https://changingmarkets.org/portfolio/dirty-fashion/
  2. https://www.worldbank.org/en/news/feature/2019/09/23/costo-moda-medio-ambiente
  3. Detox My Fashion - Greenpeace International

-Sobre Ana Serrão-

Ana Serrão frequentou o curso de Engenharia Agronómica na Escola Superior Agrária de Santarém e é licenciada em Tradução pelo ISLA. Como associada da "ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável”, tem trabalhado em iniciativas de ligação da associação à sociedade, com foco em mudança de mentalidades e hábitos de consumo.

Texto de Ana Serrão | Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável
Fotografia da cortesia de Ana Serrão
A opinião expressa pelos cronistas é apenas da sua própria responsabilidade.

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