Entre dias 26 e 28 de novembro o Maat recebe a Assembleia II de Seres Vulneráveis, que integra sessões de uma assembleia pública sobre o espaço e o tempo das epidemias.
Presente num trabalho de investigação de longo prazo realizado por Andrea Bagnato e Ivan L. Munuera, Seres Vulneráveis reflete perante o espaço e a coabitação sob o prisma das doenças infecciosas. Convidando diferentes convidados de diversas disciplinas e contextos reune um programa de palestras, conversas, atuações, projeções de filmes e música.
"O contágio é sempre função da proximidade – uma proximidade que começa a tornar-se desconfortável face ao aumento da frequência das epidemias decorrente da devastação capitalista do ambiente. Ao longo da história, os programas de controlo de contágios – aquilo que se entende por saúde pública – transformaram edifícios e cidades. Mas para lá do mundo ocidental, a saúde pública foi também um instrumento de opressão, violência e segregação colonial. No próprio Ocidente, os indivíduos e grupos sociais que se afastaram da “norma” foram vítimas de exclusão estrutural, facto bem patente na pandemia do VIH/SIDA ainda em curso", lê-se ma sinopse da assembleia.
Seres Vulneráveis destaca questões como: como se produz e espacializa o conhecimento epidemiológico, e quem é dele excluído?; Como pode a linguagem em torno da doença e da saúde ser ressignificada com vista a abolir metáforas opressivas? E que conhecimentos colher de formas passadas e atuais de organização coletiva perante o sofrimento?
Assinalando a primeira parte de um projeto distribuído por múltiplos espaços com curadoria de Andrea Bagnato e Ivan L. Munuera, ao qual será dada continuidade com Zonas de Contacto, uma exposição com inauguração marcada para o verão de 2022 em La Casa Encendida.
Algumas das conclusões e dos debates destes encontros estarão disponíveis no maat.ext (extended) e no canal do museu no YouTube.