fbpx

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Opinião de Alexa Santos

Sobre Viver

“O amor é o que o amor faz.”, bell hooks Esta partilha: Podia ser sobre…

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

“O amor é o que o amor faz.”, bell hooks

Esta partilha:

Podia ser sobre amor ou sobre o que o amor é;

Podia ser sobre o amor que é amar, mas é sobre viver que escrevo.

É sobre o sobreviver que acontece através do amor e por/para amar.

É sobre viver para além do tempo que temos nos anos desta vida.

É sobre e para homenagear bell hooks.

bell hooks em 2018. Fonte: The Guardian

bell hooks (escrito em letras minúsculas em forma de homenagem à sua bisavó Bell Blair Hooks, a escritora revela que as suas ideias são mais importantes que o seu nome/identidade) escreveu ALL ABOUT LOVE no ano 2000, o ano em que o mundo ia acabar e não acabou apresentando o amor não apenas como um sentimento, mas como algo que se faz. Algo que vem de/com gestos, de/com responsabilidade, de/com ações. Fala sobre viver para além deste tempo e das normas impostas por ele. De estar mais do que pensar, mais em ação do que em teoria.

Ao longo da sua carreira, bell hooks escreveu mais de 40 obras e, por todo o seu contributo a este mundo, hoje falo dela e lembro a frase da autora com que este artigo começa, para que a vida seja mais sobre o que o amor faz.

Na sua definição de queer que num outro contexto qualquer quer dizer estranho, bell hooks diz que ”queer não é sobre com quem alguém faz sexo (que pode ser uma dimensão do mesmo); mas queer é ser com o desafio em relação a tudo à sua volta e que por isso tem de se (re)inventar, criar e encontrar um lugar de fala para prosperar e viver” (tradução livre).

Gloria Jean Watkins, que nasceu a 25 de Setembro de 1952 em Hopkinsville, Kentuckye, nos Estados Unidos da América, e faleceu na passada quarta-feira, 15 de Dezembro de 2021 com 69 anos de idade, no seu trabalho, aborda temas como amor, feminismo, anti-racismo, educação. Transgressora, podia ser pensada como alguém fora do seu tempo, mas diria que é alguém que estava no tempo certo, contribuindo para pensarmos no nosso tempo como algo diferente do que o que achamos que o tempo é, através de ferramentas anti-coloniais, sendo que o amor é uma delas.

Amar como forma de subverter a opressão que nos objetifica e desumaniza porque como a autora diz “sistemas de dominação são mais eficazes quando alteram a nossa habilidade de querer e amar.” Amar como forma e ferramenta de se pronunciar à partida e não à chegada sobre a necessidade de pensar em desigualdades e opressões, de ser e estar em plenitude para que a vida não seja um conjunto de formas de sobrevivência, mas sim de prosperidade.

bell hooks apresenta-nos o viver num tempo que é de outra temporalidade, em que é no amor que quebramos radicalmente com o que os dias de hoje nos dizem que é o dia-a-dia, ajudando-nos a olhar para a história, para o estar, o ser, o amar com olhos novos, de coração inteiro, para além de nós e com outras pessoas.

Escrevo hoje sobre viver porque a vida são tantas coisas que muitas vezes nos esquecemos do essencial. Amar.

-Sobre Alexa Santos-

Alexa Santos é formada em Serviço Social pela Universidade Católica de Lisboa, em Portugal, e Mestre em Género, Sexualidade e Teoria Queer pela Universidade de Leeds no Reino Unido. Trabalha em Serviço Social há mais de dez anos e é ativista pelos direitos de pessoas LGBTQIA+ e feminista anti-racista fazendo parte da direção do Instituto da Mulher Negra em Portugal e da associação pelos direitos das lésbicas, Clube Safo. Mais recentemente, integrou o projeto de investigação no Centro de Estudos da Universidade de Coimbra, Diversity and Childhood: transformar atitudes face à diversidade de género na infância no contexto europeu coordenado por Ana Cristina Santos e Mafalda Esteves.

Texto de Alexa Santos
Fotografia de Lisboeta Italiano
A opinião expressa pelos cronistas é apenas da sua própria responsabilidade.

As posições expressas pelas pessoas que escrevem as colunas de opinião são apenas da sua própria responsabilidade.

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

9 Julho 2025

Humor de condenação

2 Julho 2025

Não há liberdade pelo consumo e pelas redes sociais

25 Junho 2025

Gaza Perante a História

18 Junho 2025

Segurança Humana, um pouco de esperança

11 Junho 2025

Genocídio televisionado

4 Junho 2025

Já não basta cantar o Grândola

28 Maio 2025

Às Indiferentes

21 Maio 2025

A saúde mental sob o peso da ordem neoliberal

14 Maio 2025

O grande fantasma do género

7 Maio 2025

Chimamanda p’ra branco ver…mas não ler! 

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Patrimónios Contestados [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Desarrumar a escrita: oficina prática [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Artes Performativas: Estratégias de venda e comunicação de um projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Escrita para intérpretes e criadores [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo Literário: Do poder dos factos à beleza narrativa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Gestão de livrarias independentes e produção de eventos literários [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

02 JUNHO 2025

15 anos de casamento igualitário

Em 2010, em Portugal, o casamento perdeu a conotação heteronormativa. A Assembleia da República votou positivamente a proposta de lei que reconheceu as uniões LGBTQI+ como legítimas. O casamento entre pessoas do mesmo género tornou-se legal. A legitimidade trazida pela união civil contribuiu para desmistificar preconceitos e combater a homofobia. Para muitos casais, ainda é uma afirmação política necessária. A luta não está concluída, dizem, já que a discriminação ainda não desapareceu.

12 MAIO 2025

Ativismo climático sob julgamento: repressão legal desafia protestos na Europa e em Portugal

Nos últimos anos, observa-se na Europa uma tendência crescente de criminalização do ativismo climático, com autoridades a recorrerem a novas leis e processos judiciais para travar protestos ambientais​. Portugal não está imune a este fenómeno: de ações simbólicas nas ruas de Lisboa a bloqueios de infraestruturas, vários ativistas climáticos portugueses enfrentaram detenções e acusações formais – incluindo multas pesadas – por exercerem o direito à manifestação.

Shopping cart0
There are no products in the cart!
Continue shopping
0