Monção, em Viana do Castelo, vai receber a partir desta sexta-feira, dia 18 de novembro, a quarta e penúltima parte da edição deste ano do Space Festival, evento que procura explorar “novas formas de produzir e divulgar a música experimental e improvisada em Portugal”. O passe que dá acesso a toda a programação que terá lugar nesta localidade custa dez euros e pode ser adquirido online.
Organizado pela associação cultural sem fins lucrativos Rock’n’Cave, o Space Festival promove o acesso a projetos artísticos, consolidados e emergentes, fora dos principais centros urbanos, com o objetivo de divulgar a música experimental e improvisada.
A edição deste ano arrancou no início de novembro, em Paredes de Coura, tendo, entretanto, Ponte de Lima e Montemor-o-Velho também servido de palco a concertos neste âmbito. Já a quarta e penúltima parte da edição decorre em Monção, de 18 a 20 de novembro.
Assim, esta sexta-feira, pelas 21h30, Cody XV subirá ao palco do Cineteatro João Verde. Em causa está um artista que recorre a diferentes métodos para “obtenção de matéria prima, dos sintetizadores ao field recording passando pelo sampling, síntese modular e programação criativa”, explica a organização do festival. Nesta ocasião, Cody XV vai apresentar uma série de novas composições a serem lançadas em 2023.
Também no dia 18 haverá um concerto de OCENPSIEA, projeto musical que visa explorar novas sonoridades através da mistura de sons acústicos com eletrónicos e grooves. O grupo é composto por João Nuno Teixeira Vilaça, na bateria, e Gonçalo Cravinho Lopes, no baixo e contrabaixo.
Já para o sábado, está previsto o espetáculo Minho Coura Lima, um “projeto multidisciplinar, com forte presença musical, desenvolvido com e sobre as comunidades que habitam os vales do Rio Minho, Rio Lima e Rio Coura”.
Ao Gerador, Nuno Alves, diretor artístico, explica que “este projeto surgiu como um desafio dos municípios de Paredes de Coura, Ponte de Lima e Monção”. A premissa? “Trabalhar com comunidades que estivessem rodeadas por água, mais concretamente por rios”.
Durante o espetáculo, revela o responsável, o grupo dá música a um filme, que é narrado pela personagem Záguia, o guarda-rios dos rios Minho, Coura e Lima. “Esta personagem vai contando a história destes rios e das localidades, à medida que vamos vendo filmagens dos diversos territórios: as paisagens, as pessoas, as memórias destes lugares, as espécies que habitam os rios, entre outros detalhes que pretendem celebrar o que Paredes de Coura, Ponte de Lima e Monção têm de mais único, destacando semelhanças e diferenças entre as localidades”, adianta o mesmo.
Já Samuel Martins Coelho, que faz parte da direção musical deste espetáculo, sublinha que “a arte tem um papel unificador na sua génese, e este projecto vive dessa união”. “O processo criativo que fomos desenvolvendo no decorrer dos ensaios tinha como objectivo fortalecer as semelhanças que existiam entre os grupos, mas mais importante era explorar a identidade destes grupos e aproximá-los nas suas diferenças”, frisa.
A quarta parte do Space Festival termina no domingo com dois concertos: às 16h00, sobre ao palco João Pais Filipe, e às 17h00 será a vez de ouvir o Cluster - grupo experimental de Matosinhos.
Nascido em 1999, o Space Festival surgiu em Coimbra, mas já não é aí que decorre. Depois de ter sido interrompido por mais de uma década, este festival voltou a ser dinamizado em 2021, tendo agora um especial foco nos territórios de baixa densidade, daí que a edição deste ano tenha já passado por Paredes de Coura, Ponte de Lima e Montemor-o-Velho. Depois de Monção, rumará a Caminha (25 a 26 de novembro).
Os bilhetes podem ser adquiridos online, variando entre cinco euros (por sessão), dez euros (passe por localidade) ou 40 euros (passe geral, que dá acesso aos concertos em todas as localidades, incluindo ainda um kit de merchandising do festival). A programação pode ser consultada online.