Ao abrigo das Bolsas de Criação d’O Espaço do Tempo e da Fundação “la Caixa - BPI, que têm como objetivo a promoção da criação artística emergente na área da dança, teatro ou cruzamento disciplinar, todos os artistas selecionados poderão ainda beneficiar de residências artísticas n’ O Espaço do Tempo e/ou no Teatro Viriato.
No total serão atribuídas duas bolsas de criação no valor de 15 mil euros a artistas pós-emergentes, com quatro ou mais criações apresentadas, e 7 bolsas de criação no valor de 10 mil euros para criadores emergentes com três ou menos criações estreadas até à data do concurso.
O processo de candidatura decorrerá entre os dias 1 e 31 de outubro, e a tomada de decisão decorrerá em duas fases. Numa primeira, O Espaço do Tempo selecionará um conjunto de 30 projetos e, numa segunda fase, a decisão final será tomada por um júri independente composto por Patrícia Portela, diretora artística do Teatro Viriato, Cláudia Galhós, jornalista cultural, Rui Horta, diretor artístico d’O Espaço do Tempo, Magda Bizarro, assessora artística do Teatro Nacional D. Maria II, e John Romão, diretor artístico da Boca Bienal. Os resultados serão divulgados no dia 16 de novembro. Consulta o regulamento aqui.
Para Patrícia Portela, diretora artística do Teatro Viriato, estas bolsas "resultam de uma necessidade urgente de garantir condições para que ninguém deixe de criar". "Durante este meio ano que passou e que é o meu primeiro em Viseu e na direção artística do Teatro Viriato, foram múltiplas as formas que encontrámos para lidar com uma programação artística que se viu de repente sem o seu elo mais forte: os artistas! As condições em que muitos dos nossos mais considerados criadores sobreviveram a estes meses passados, sem trabalho, sem apoio social e sem rede, revelaram um tecido cultural frágil, razão pela qual nós, programadores e também artistas, decidimos assumir a nossa quota-parte de responsabilidade”, explica.
O Teatro Viriato encontra nesta parceria mais uma forma de desenvolver a sua missão de “ser uma estufa onde se ensaiam futuros próximos e se exercita o músculo da imaginação, indispensável à transformação das épocas”. “A nossa função é nutrir, cuidar, estudar e fazer crescer todo o tipo de plantas raras e benignas para o planeta e para as sociedades que nele vivem, humanas e outras, com o objetivo único de transformarmos tudo aquilo que merece um lugar e uma vida melhores. Em tempos de incerteza só se pode (e deve!) apostar tudo naqueles que agora pensam e tecem o nosso futuro”, defende Patrícia Portela.