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Uma viagem ao país estrangeiro que é o passado, pela mão de Pacheco Pereira

“O passado é um país estrangeiro: lá faziam-se as coisas de forma diferente” In The…

Texto de Carolina Franco

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“O passado é um país estrangeiro: lá faziam-se as coisas de forma diferente”
In The Go-Between, de Leslie Poles Hartley (1953)

“Vieram para falar com o Pacheco Pereira? Ele ainda não chegou, foi dar uma aula”, lança um dos voluntários da associação cultural Ephemera no Barreiro, na qual se integram a biblioteca e arquivo. São dez da manhã de uma terça-feira e, na zona industrial que carrega o peso de uma história ligada ao operariado, já se mexe em livros, organizam-se documentos e trocam-se gargalhadas genuínas.

Entre cartazes, estantes com livros e pastas, e outros objetos que parecem gritar “aproxima-te, vem ver de perto”, é difícil não nos perdermos no armazém que pode parecer um caos, mas onde tudo se ordena com cuidado. Foi por lá que nos perdemos enquanto aguardávamos o guardião do Ephemera.

Pela informação partilhada através do site da associação, por repórteres que por lá tinham passado e pela série homónima da TVI, sabíamos de antemão que neste “arquivo omnívoro”, como Pacheco Pereira lhe chama, não há limites. Nem para o tipo de objetos que se aceita, nem para o questionamento que se pode fazer da história como a conhecemos.

Há onze anos a (re)contar a história, José Pacheco Pereira, figura incontornável da ágora portuguesa, começou por reunir na Marmeleira todos os objetos que já tinha e os que lhe foram oferecendo e daí nasceu a Ephemera. O nome irónico, como mais tarde nos viria a explicar, prende-se com o objetivo principal da associação: “guardar a memória daquilo que em muitos casos é um país estrangeiro, que é o passado”.

Os objetos que compunham esse país estrangeiro começaram a ser oferecidos todos os dias por quem não sabia o que fazer com eles ou simplesmente não tinha como os conservar. O arquivo da Marmeleira deixou de ser suficiente e, em 2017, a associação cultural conseguiu uma extensão no Barreiro e, quando a visitámos, já se preparava para encher um armazém-irmão no mesmo complexo.

Às terças, caçam-se tesouros

Na segunda de várias mesas, acompanhadas por uma estante cada uma, estava uma série de capas com a etiqueta “Mundo da Canção”. Sentado na mesa, um senhor que veste uma bata com o logo da Ephemera e a sigla LPA sorri-nos e pergunta: “Já vos mostraram o arquivo?” Ao seu lado, também pousado na mesa, o livro Com os Beatles, Caro Jó, de Luís Pinheiro de Almeida, recentemente editado pela Documenta e apresentado num evento dedicado à banda em dezembro, na associação Adão.

Por entre os corredores de livros, de onde iam saltando papéis com grandes temas escritos a marcador, seguimo-lo até encontrarmos as caixas ainda por organizar do arquivo da revista Mundo da Canção. O livro sobre os Beatles veio connosco e deu azo a conversa sobre a importância dos fab four em mais do que uma geração – foi aí que percebemos que estávamos, na verdade, a ser guiados pelo seu autor. “Esse livro fui eu que escrevi e também tenho um outro. Deixem-me ver se encontro”, diz Luís Pinheiro de Almeida, fundador do jornal Blitz e autor do blogue Ié-Ié, enquanto tira de uma caixa Beatles em Portugal, o livro que escreveu a meias com Teresa Lage.

“Aqui funciona assim: vimos para o armazém às terças e quando chega alguém define um tema de que goste. A partir daí, fica responsável por organizar tudo o que tenha que ver com esse assunto. Eu já há algum tempo estou a organizar o arquivo do Mundo da Canção, que foi uma revista de música muito importante no final do século XX”, conta com o mesmo sorriso do início.

Organizado por núcleos, que podem ir da Música ao Tempo, o arquivo organiza-se ao ritmo da boa vontade de todos os que ali se encontram para nele mergulhar e encontrar a ordem no caos.

“Já chegou o Pacheco Pereira”, ouve-se ao longe, entretanto.

O tempo como gerador de contexto do(s) país(es) estrangeiro(s)

No escritório de José Pacheco Pereira, ouve-se o reboliço ao fundo. Se isolássemos a sala do restante espaço quase podíamos adivinhar que lhe pertencia; ainda que despida de grandes artefactos, vê-se junto ao chão os livros editados pela Ephemera e pela Tinta da China, e na parede um placard de cortiça com recordações de um passado político pertencente a alguém que desconhecemos.

Ainda que dispensasse apresentações, Pacheco Pereira começou por explicar a essência do “arquivo omnívoro”, que “come tudo”, e onde “não há limites”. “Isto é um arquivo amador, que vive do trabalho de voluntários, autónomo, independente de qualquer instituição – temos protocolos com algumas, mas é essencialmente autónomo –, associado a uma associação cultural, a Ephemera. É evidente que este não pode ser o critério dos arquivos sociais. E o que é que nós fazemos? Este aspeto omnívoro é importante, porque a nossa experiência dá trabalho, porque temos de selecionar, mas encontramos coisas que em nenhuma outra circunstância apareceriam.”

“O que nós fazemos é lutar contra a perda de memória, esse é o sentido principal”, sublinha logo no início do seu discurso Pacheco Pereira. Nesta luta pela perda de memória entram livros, cartas e escritos, objetos aparentemente comuns, mas cujo contexto lhes dá significado, mas também fotografias. “No caso dos murais da arte de rua, da arte pública, nós recolhemos ativamente tudo o que aparece nas principais paredes das principais cidades, e entram numa secção chamada Ruas e Paredes: Ruas e Paredes de Grândola, Ruas e Paredes de Lamego, Ruas e Paredes de Vila Pouca de Aguiar, com a data”, conta. “Portanto, se um dia quiser saber o que estava nas ruas do Porto há três ou quatro anos, vai ter uma surpresa, porque esse registo das paredes é muito interessante quando depois entra em funções o tempo”, continua.

O tempo é, na verdade, “o grande aliado do arquivo Ephemera”. “O tempo ajuda a dar contexto e transforma as coisas em memória. As pessoas menosprezam muito aspetos desse trabalho do tempo, porque acham que muitas das coisas que recolhemos hoje não têm importância, mas quando as veem daqui cinco ou seis anos, têm.”

Pacheco Pereira e todos os voluntários que se vão juntando a si, juntos, tratam de eternizar o que reside em objetos que, como quase tudo na vida, são efémeros. “O nosso objetivo principal, e daí o nome irónico de Ephemera, é guardar a memória daquilo que em muitos casos é um país estrangeiro, que é o passado. Há uma célebre frase do Hartley que diz “o passado é um país estrangeiro: lá faziam-se as coisas de forma diferente”, e nós tentamos recuperar esses múltiplos países estrangeiros que estão presentes aqui no arquivo de forma visual, de forma escrita, de forma sonora, em vídeo e cinema.”

De portas abertas para preservar a memória coletiva

“Como a Ephemera é um arquivo em que trabalham essencialmente amadores, e muito diferente dos arquivos nacionais, os arquivistas tradicionais torcem o nariz”, diz sinceramente. “Nós temos consciência disso, e é natural; não seguimos as regras todas que eles seguem, mas a verdade é que nós salvamos alguns arquivos que mudam a história de Portugal.”

Com os arquivos pessoais de Sá Carneiro, Vítor Crespo, Rodrigues dos Santos a Sousa e Castro, Pacheco Pereira acredita que se muda a história de Portugal conforme a conhecemos e aprendemos na escola. A par desse fascínio pelo passado que, por algum motivo, ficou de fora do conhecimento público, arquiva objetos que nos contam o que se passa nos dias que correm e que “os arquivos tradicionais têm pruridos em ter”, mas que “é material histórico que deve ser guardado” - quanto mais não seja para evitar o revisionismo no futuro. São exemplo disso “uma moca de Rio Maior com uma dedicatória ao Kaúlza de Arriaga, um bastão da Nova Ordem Social do Mário Machado” e “muitos documentos escritos, correspondência, fotografias”; “uma grande coleção daquilo a que chamamos a direita radical”.

Na Ephemera não se excluem partidos políticos, ideologias ou períodos históricos. Tudo importa para que se enquadre a história tal qual aconteceu, se possível com todas camadas que a compõem. Só desta forma se reconstrói a memória coletiva.

“De um modo geral, tudo o que temos aqui está aberto; mais aberto do que os arquivos públicos. O que não está aberto é porque está por organizar e não sabemos exatamente o que lá está, ou porque é de natureza privada. O nosso maior sucesso editorial foi o Amorzinho, que é uma correspondência amorosa entre uma costureira e um empregado de escritório. Nós sabemos quem são, sabemos que morreram, sabemos que não têm família, mas protegemos as identidades, portanto há alguns limites a esse acesso. Por exemplo, nós temos a correspondência do Sá Carneiro com a mulher, aquando do processo de divórcio, e há casos em que se justifica que as pessoas a leiam, mas não a citam. Há diferentes graus.”

Descentralizar arquivos para descentralizar a história

Talvez não seja coincidência a história que lemos nos manuais escolares se centrar nos grandes centros urbanos, sobretudo em Lisboa, e o maior arquivo nacional, a Torre do Tombo, também se situar em Lisboa. Pacheco Pereira explica que “há muitas coisas de caráter local” que se perdem, e que têm vindo a recuperar através dos pontos de recolha associados à Ephemera distribuídos pelo país. A seu ver, é importante que se faça um esforço para manter os arquivos descentralizados e, quando existirem “arquivos com identidade”, mantê-los separados.

“Eu tenho grande admiração e estima pelo atual diretor da Torre do Tombo, que é um homem muito capaz e com uma grande capacidade de perceber o que interessa aos arquivos nacionais, para além daquilo que tradicionalmente interessava, o Silvestre Lacerda. Agora, quando se põe a questão do arquivo da Fundação Mário Soares ir para a Torre do Tombo, eu oponho-me”, contextualiza.

Foi a pensar nessa descentralização e na (re)construção de uma memória coletiva que a Ephemera se juntou à TVI24 para construir uma série que a cada episódio aborda temas diferentes que partem de objetos do arquivo. “Temos um arquivo autónomo, privado, mais público que muitos arquivos públicos, com grande capacidade de out put e nós fazemos aquilo que se chama a pedagogia da memória, principalmente com os filmes da TVI”, sublinha Pacheco Pereira. “Os filmes da TVI24 têm tido um papel muito importante em salvar coisas. Eu dou um exemplo: um empreiteiro estava a demolir um edifício em Aveiro e telefonou-me a dizer: “Eu vi que os trolhas andavam em cima de papéis, vi o seu programa na televisão e mandei pôr os papéis em caixas.” O que eram os papéis, o que é que estavam a demolir? Uma sede do MDPCD de Aveiro e, portanto, os papéis têm toda a história política de Aveiro, desde os anos 60 até agora e pudemos recuperar coisas que ninguém recupera, como as faixas”.

https://www.youtube.com/watch?v=xFo4Qmc_xDw

Os episódios da série Ephemera estão disponíveis no YouTube

“Algumas são difíceis de conservar”, mas não conseguem dizer não a tudo o que tiver algum interesse social. “Nós temos as lonas todas oferecidas pela Iniciativa Liberal, temos o [António] Costa – que foi transportado em ombros daqui até ao Armazém 2 – e, ao mesmo tempo, entrou um espólio com caixas do PS do Barreiro. Descobrimos muita coisa que estava escondida, principalmente antes do 25 de Abril. Abre-se uma gaveta e de repente atrás da gaveta estão papéis, que são, normalmente, os mais valiosos.” Para investigar o passado, não é possível ficar apenas pela rama.

“O tempo e o espaço são elementos fundamentais da cultura”

Do passado que precisa de ser (re)contado, a conversa saltou para a importância dessas e de outras referências na vida. “O tempo e o espaço são elementos fundamentais da cultura. É muito importante conhecê-los”, disse numa espécie de reflexão em voz alta.

Numa altura em que facilmente se apanham voos low cost e conhecer o mundo acaba por ser opção, conhecer antes o país não parece prioridade. Para Pacheco Pereira, “estamos a assistir a um recuo significativo dos valores culturais, com uma espécie de igualitarismo nas redes sociais através do qual parece que todos nós sabemos o mesmo”. “Eu posso passar toda a vida a estudar a CUF do Barreiro, mas de repente surge um tipo qualquer que nunca viu a CUF do Barreiro, vê uma fotografia e diz “mas que sítio miserável onde eles foram pôr isto, um armazém numa rua onde não há ninguém” e acha que a sua opinião tem o mesmo valor”, exemplifica. “E isto significa que há um igualitarismo pela ignorância, não pelo saber”, continua.

“Há uma crítica ao saber e às hierarquias do saber, e isso traduz-se pela perda de referências. Por exemplo, veja o campeonato de futebol no qual Portugal participou. A maioria das pessoas estavam cheias de espírito patriótico, a bater no peito, e depois punham uma bandeira que não era a bandeira nacional, mas era aquela que tinha os pagodes.”

Ainda assim, o guardião do arquivo Ephemera não se revê numa postura pessimista. Não se reconhece como sendo o tipo de pessoa para quem “antes é que era” e nota mudanças positivas no avanço dos tempos e na facilidade com que hoje se viaja: “É certo que os portugueses também não eram muito cosmopolitas e eram muito provincianos, viajavam muito pouco, e até ao 25 de Abril muitos até não conseguiam sair – os rapazes, até à idade de ir para a tropa não saíam, e os outros também não tinham dinheiro para sair, só com a emigração é que começaram a fazê-lo. Portanto havia muito provincianismo e pouco cosmopolitismo, mas para se ser cosmopolita não é preciso ir às Bahamas ou à Tailândia ou ao Vietname, aos destinos da moda. É preciso mais do que isso. É preciso ter uma ideia do sítio onde se está, aprender alguma coisa sobre cultura local e não apenas a parte turística. Portanto, se o cosmopolitismo se faz apenas pelo turismo, as pessoas veem coisas diferentes, não é mau, mas não chega.”

Uma visita ao arquivo Ephemera não substitui o contacto com determinados lugares, o conhecimento travado com as suas gentes e os seus costumes. A chave para o conhecimento local não está lá, mas o portal para múltiplas leituras sobre o mundo, e sobretudo sobre o país, pode estar.

Depois de uma pequena visita guiada, com paragem em alguns dos objetos mais marcantes para José Pacheco Pereira, deixámos o Armazém 1 do arquivo Ephemera no Barreiro. Ao fundo da rua, no Armazém 2, começavam os preparativos para um mês de arrumação para finalmente abrir portas de mais um portal do tempo.

O Armazém 2 abre amanhã, dia 22 de fevereiro, e os festejos fazem-se a partir das 15h30 com a Banda Filarmonica da Casa do Povo da Vila da Marmeleira e duram “até à noite escura” com visitas guiadas, música experimental e DJ sets.

Podes saber mais sobre a Ephemera, aqui.

Texto de Carolina Franco
Fotografias de David Cachopo

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