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Xavier de Sousa: “O que é Portugal? O que é ser português?”

Olhar de fora para dentro. Contam-se dezasseis anos desde que o artista Xavier de Sousa…

Texto de Patricia Silva

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Olhar de fora para dentro. Contam-se dezasseis anos desde que o artista Xavier de Sousa partiu para Inglaterra. Hoje, volta com interpretações de acontecimentos históricos e sociais, consequentes de um português que vê o seu país com um outro olhar. É assim que a casa Pós- se edifica. Uma casa de um Fado que rasga o tradicional e dele se embebeda. Uma casa que derrama o vinho como sinal de comemoração, serve um chouriço vegano para que todos o desfrutem. Uma casa que é de todxs. Dos portugueses, das portuguesas, dxs portuguesxs, dos nacionalizados, dos não nacionalizados, e de toda uma bagagem que está longe de ser descrita e de terminar.

Nascido em Montemor-o-Velho, o performer, curador e produtor partiu para Londres para se encontrar, ou melhor, "para viver sem que sentisse os olhares". Lá se dedicou às artes. Atualmente, faz curadoria do programa de performance New Queers on the Block e a série de entrevistas e eventos performingbordersLIVE. A solo, criou POSTAlmost XavREGNANT e TIME/COLONIA. Colaborou com Tino Sehgal, Tim Etchells, Lauren Barri Holstein, Richard DeDomenici, Rosana Cade e Needless Alley Collective.

Assinalando-se como uma estreia absoluta em Portugal e na língua portuguesa para Xavier, Pós- é um espetáculo sobre identidade, emigração, nacionalismo e pertença que depende de todxs os que se colocam do outro lado do véu, isto é, de um público que passa a ser parte integrante de uma casa-performance que preenche umas tantas mesas quadradas de toalhas vermelhas e brancas ao xadrez e que se voltam para uma zona central onde a conversa o envolve. "Quem somos nós, hoje?" É o que Xavier de Sousa, as Fado Bicha e algumas convidadas muito aguardadas irão descobrir entre os dias 23 e 26 de setembro, no Teatro do Bairro Alto (TBA).

Sentamos-nos. Antes dos testes de luzes, de uma pequena demonstração e da barriga do artista dar horas, conversamos. O Gerador embarcou nesta viagem de reflexões que Xavier foi construindo ao longo de dezasseis anos, meses de adaptação a um país que é tanto seu de como qualquer outra pessoa que por ele passa. É sobre uma narrativa que à mesa acontece uma partilha e diálogo coletivo sobre o racismo, a construção do nacionalismo português, a identidade do imigrante e a permanência das heranças coloniais. É hora de reunir, refletir e pensar num possível futuro coletivo.

Xavier de Sousa, fotografia de Ana Rocha

Gerador (G.) - Tendo em conta todo o teu percurso até então e todas as narrativas que foste construindo ao longo do tempo, creio que o melhor ponto de partida para esta conversa é questionar-te como nasce esta casa Pós-.

Xavier Sousa (X.S.) - O Pós- é o meu primeiro espetáculo em português e em Portugal, portanto. É uma estreia absoluta. Encontra-se numa trilogia de trabalhos que têm que ver com processos de adaptação, ou seja, estar um pouco lost in translation e com a questão da emigração dentro de uma cultura, isto é, desde os sistemas onde se inserem ao contexto social que vivem no seu dia-a-dia, não só pelo facto dos emigrantes não terem tanto acesso à democracia como as pessoas nacionalizadas, mas também a discriminações que acontecem no dia-a-dia. Isto foi um processo que eu passei mais intensamente em Inglaterra, enquanto cidadão. Estive dezasseis anos lá e estou agora a voltar por causa do Brexit, nacionalismos, entre outras coisas que se estão a afirmar cada vez mais. Eu passei agora pelo processo de nacionalização, ou seja, já tenho dupla nacionalidade.

Quando comecei a falar com Francisco Frazão, o diretor artístico do Teatro do Bairro Alto, em relação ao espetáculo há cerca de quatro anos - isto porque o espetáculo era para ter sido feito no ano passado, no entanto, a pandemia não ajudou - a ideia era tocar um pouco no que é olhar para Portugal lá de fora. É verdade que o espetáculo já mudou muito desde então, porque eu também mudei enquanto artista e mudei-me para cá, ou melhor estou a mudar-me passando por um processo de readaptação, e achei que fazia mais sentido começar a perceber qual é o contexto português em relação à emigração e, portanto, o espetáculo começou por ser uma proposta do que é a emigração hoje em Portugal, e hoje em dia é mais "o que é Portugal?" "O que é que somos nós?" O que é ser português?", partindo um pouco da minha história, mas depois abrindo espaço de conversa e de criação a pessoas que estão de facto a passar por isso, muito mais intensamente em Portugal.

Recentemente, literalmente na semana passada, comecei a trabalhar com as Fado Bicha que são agora a banda residente da Casa Pós-, ou seja, já não sou eu sozinho em palco. O porquê da presença das Fado Bicha? Primeiro, porque têm uma voz espetacular e estão a olhar para uma tradição tão portuguesa que é o Fado de uma forma mais radical e que está a abrir muito espaço para se questionar. O que é isso de ser o Fado a representar o português, na cultura portuguesa ou identidade nacional portuguesa e que foi tão exclusivo de tanta maneira tradicionalmente, não é? Por exemplo, se olharmos bem para a cultura do Fado, para a sua história, advém das Culturas Ciganas e, hoje em dia, não há representação do mesmo nessas mesmas culturas. Então, mas porquê? Uma coisa é termos colaborações com comunidades que não sejam mainstream, a outra é roubar. Acho que de certa forma, mesmo que isso não tenha sido de forma intencional, acaba por ser a consequência. Foi então que fomos chamar as Fado Bicha e também houve ali uma 'faísca', porque somos as três bastante queer. Passámos e continuamos a passar por alguns processos de discriminação também. Depois, a Lila esteve fora do país durante algum tempo e regressou em 2016, creio. Portanto, houve ali uma conexão de olhares de lá de fora cá para dentro, que é como estamos a dizer neste momento. Além das Fado Bicha teremos também a presença de outras convidadas.

Xavier de Sousa, fotografia de Ana Rocha

Em relação ao processo criativo, no início, estávamos ainda com umas semanas de residência no CitMore (festival de Teatro), que é a minha outra casa, e comecei a perceber que de facto eu propor uma conversa de quem somos em Portugal, hoje em dia, e o porquê das comunidades emigrantes não terem tanta participação na vida cultural e na vida social do país sem passar por essa situação, precisava de algo ainda mais complexo e concreto, isto porque eu não estou a passar por essa situação. A única fonte de discriminação que eu possa desenvolver ali, a maneira como eu falo é muito "Lost in Translation" e isso acaba por criar um certo distanciamento social. Mas eu sou um cidadão português, com passaporte desde pequenino, nasci cá, sou branco, falo bem. E então percebi que tenho que chamar à mesa pessoas que de facto estejam a passar por uma situação bastante real, porque se vamos ter estas conversas então temos de nos centrar em pessoas que de facto são afetadas por isto. Fomos buscar a Puta da Silva e Gabriela Gomes da Casa T. que se vão juntar a nós. Vamos ter membros de plateia também a participar na conversa. Eu acho essa dinâmica interessante.

Neste momento, estamos a estabelecer algumas regras: aqui não há discriminação, é uma casa de paz, de respeito uns com os outros, e de liberdade de expressão, mas também não é liberdade de consequência. É então que chegamos a um coletivo, e acho que esse coletivo faz todo sentido neste momento, para mim, enquanto artista, mas também em relação ao momento em que estamos e que o espetáculo proporciona ou está a tentar proporcionar. Portanto, é muito diferente daquilo que era suposto ser o início.

Depois também esta situação da Covid-19, de facto, já podíamos ter feito este espetáculo há algum tempo, mas com esta parte voltada para a participação, decidimos aguardar para uma altura em que, na realidade, nem este ano vamos conseguir fazer aquilo que tínhamos pensado fazer no início. A ideia era ser super interactivo estar em conversa e tocar nas pessoas, como faço em outros espetáculos na minha prática criativa e artística. Aqui já há umas certas reticências como o distanciamento e as máscaras e isso acabou por exigir uma nova composição do espaço, em que houvesse mais barreiras. Optámos por jogar um bocado com essas barreiras porque senão não faz sentido. As mesmas acabam por delinear a conversa à mesa muito mais fortemente do que aquilo que estávamos a pensar no início, mas de uma maneira, espero eu, interessante.

O espetáculo acontece em dois módulos. O primeiro módulo deixou de ser um monólogo e passou a ser um dueto com as Fado Bicha em palco, onde continuamos a conversar com pessoas, e a segunda parte do espetáculo que é passada à mesa. A ideia inicial era o espaço ser super aberto e as pessoas que não estão à mesa poderem interagir, agora por causa das restrições, pensamos então focar a conversa naquele local. As pessoas podem ver, mas como espectadorxs e cabe às pessoas que estão à mesa decidir, se houver alguma intervenção da plateia isto se quiserem dizer alguma coisa, ter essa conversa com elas ou não. É um espetáculo muito diferente. Creio que é mais contextual em relação ao momento que se passa em Portugal. E isso deu-me 'pica'. É neste momento que estamos e tem sido um pouco rock and roll (risos).

Todos os dias tentamos coisas diferentes e acho que mesmo só no dia de estreia é que vamos ter noção do que será o espetáculo. Eu e a Ana Rocha, a dramaturga, partimos desta coisa que é o momento onde Portugal está e onde nós estamos como artistas, o que na verdade está sempre a mudar drasticamente por medidas nacionalistas, com as eleições que estão a acontecer ao mesmo tempo, por exemplo, por conversas que estão sempre a vir ao de cima, mas também enquanto artistas no meio de uma pandemia, onde nos estamos sempre a tentar reajustar. Então decidimos trabalhar de uma maneira muito diferente. Antigamente tínhamos os textos mais vincados, agora, estamos a ser mais maleáveis e acho que isso foi um processo interessante. Tem sido, aliás, e eu espero que as pessoas se sintam confortáveis e que possam participar. Essa é uma das coisas fundamentais para mim, tanto a plateia como os artistas em palco, os técnicos, que se sintam à vontade para interagir.

G. - Toda a dinâmica e construção do próprio espetáculo é assim uma caminhada que se estende a partir do individual para o coletivo, não é? Acreditas que o estares a voltar para Portugal agora, pode ser também um factor que influencia o espetáculo nesta fase final?

X.S. - Sim, acho que sim. Acabou por impactar a minha percepção de querer estar com pessoas daqui, com as quais tenho alguma afinidade ou que se encontram laços ou alguma conexão. Já o espetáculo anterior que fazia lá em Inglaterra e que estive a fazer em alguns países na Europa, tendo estado em tournée durante três anos, partilhava muito do mesmo. Não foram vinte e tal espetáculos por ano, mas era aquela coisa do ir e fazia umas residências pequeninas antes de entrar em palco justamente para poder ter algumas conversas e trabalhar um bocadinho com pessoas locais para poder adaptar o espetáculo ao contexto local. Eu gosto imenso disso. Acho que faz mais sentido se estamos a falar de coisas tão pessoais, tão comunitárias. Faz sentido chamar as pessoas que são daqui e que viveram mais aqui. Eu não tinha a experiência de Portugal já há muito tempo. A minha experiência seria só de passagem. Agora, já estou a pensar em Português, mas até há bem pouco tempo eu pensava em Inglês ainda.

Depois foi outra coisa que é, a pandemia fechou-nos imenso e apeteceu-me estar com pessoas. Portanto, acho que todo esse processo de tentares ver uma colaboração, uma conversa, abriu tudo isso para mim enquanto artista. E de facto o que falavas do coletivo, faz-me também muito sentido na medida em que o estou a pensar e como estou neste momento. Cada vez mais, tento tirar um bocadinho aquela conotação de que é o meu espetáculo porque já não vejo isso como uma necessidade. Já não tenho que me definir. Então, quem sou eu no meio de uma voz coletiva? É esta questão que é muito mais interessante para mim, como estou agora na minha prática artística.

O meu próximo espetáculo em Inglaterra, que ao final de trilogia, esse também já será coletivo. Aí tive a mesma necessidade de expandir isso para algo mais colaborativo. Uma coisa que falo no espetáculo um bocadinho e que veio muito desta colaboração, é que Portugal é um país super multicultural. E é engraçado porque há uma percepção de que Inglaterra é super multicultural, o que não é. Creio que 87% das pessoas em Inglaterra são White British e há aquela ideia de que Londres é. Confirma-se, mas além de Londres não é. Existem mais cidades na Inglaterra. No entanto, se tu andares pelo país, aqui em Portugal, de facto é multicultural. Temos pessoas de todo mundo, todas as religiões, todos os géneros, todas as sexualidades, todas as cores de pele. Então queria tocar um pouco também nisso. Quer dizer, tens uma país tão multicultural e afinal a imagem que se passa de Portugal é de um país branco, cisgénero, heterossexual? Temos comunidades muito mais representativas do que em muitos sítios do mundo, então porque não dar valor a isso? E essa foi outra coisa que me fez questionar. Vou ser mais um homem branco, cisgénero em palco a falar sobre problemas de emigração? Fui então buscar pessoas que possam falar e percebam de facto isso. Diversas coisas impactaram imenso, como por exemplo, a cena das Fado Bicha, a maneira como elas se apresentam em palco, como estão em palco, o impacto que isso teve no ato I no espetáculo foi megalómano. Adorei que tivesse acontecido.

E também na Casa T. Elas vieram para a mesa e abriram a conversa de uma forma que eu não estava nada à espera. Acho que reforçou esta colaboração, essa percepção do país como uma ideia do espaço cultural onde estamos que é um espaço cultural super branco, super cisgénero. Acabou imenso por definir isto tudo e, para já, vejo-me até como artista a ir mais para este campo colaborativo de ter espaços mais abertos, ainda mais participativos, como também apetece-me rasgar o palco, o espaço teatral para que haja mais possibilidade, não tão contido.

Xavier de Sousa, fotografia de Ana Rocha

G. - Trazer a palco assuntos que nos são tão próximos é também reflexo de outras formas de linguagem e de pensar o Teatro. Concordas que a ideia da prática artística é completamente mutante, principalmente, em momentos como este, de reflexão sobre uma sociedade do presente?

X.S. - Sim, eu acredito que, talvez, as nossas gerações estão a trazer a palco e para o espaço criativo esses pensamentos. Diria que talvez um bocadinho de ego também, ou seja, é uma questão de disrupção das normas. E eu acho isso super interessante porque de facto o que é a Arte? A Arte é uma expressão do que nos vai na alma, certo? E estamos cada vez mais num mundo ou numa sociedade que quer falar de si, não só de passados, mas também do que é o presente, do agora, de coisas que estão a acontecer. Não há menos lirismo por isso, aliás, acho que é um lirismo diferente do que se estava habituado. Acho que temos de ter algum cuidado para não se cair só numa questão de vender, daí o ego que falava há pouco também.

Por exemplo, em Inglaterra, faço curadoria de um programa de comissão, de tournée e de desenvolvimento comunitário chamado New Queers on the Block e durante a primeira tournée o que fizemos foi espetacular, estamos todos muito contentes. Éramos uma espécie de Queer Travelling Band. No entanto, uma das artistas era uma rapariga de cor negra, lésbica, e o espetáculo que ela criou para essa tournée retratava muito um trauma pessoal dela. Era uma experiência real do que se passou. Chegámos ao fim da tournée e ela estava exausta e  tivemos uma conversa na qual ela referiu que não sabia se queria continuar a reproduzir o seu trauma todos os dias, todas as noites, em palco. Percebi bastante o que ela estava a dizer que é, às vezes, também corremos o risco de expor tudo e estar a reproduzir esse trauma, para nós, enquanto artistas e enquanto humanos também pode não ser assim super fantástico. Mas há de facto uma preocupação social que acaba por ser uma preocupação cultural e que hoje em dia se usa muito. Eu acho isso fantástico porque estamos a trazer novas vozes ao palco, novas maneiras de criar que talvez já existiram, mas apenas estamos a dar mais relevo. Quanto mais vozes diferentes existirem, quanto mais maneiras de criar diferentes existirem e terem espaço para o fazer, acho que mais rico o nosso espaço cultural fica e, isso, é uma reflexão da nossa sociedade neste momento.

G. - Falavas muito desta questão cultural e do tradicional. Olhar de fora para dentro é também um processo que te faz repensar nas referências ditas portuguesas?

X.S. - Sim, claro. Tens outra relação com as coisas.

Xavier de Sousa, fotografia de Ana Rocha

G. - Falavas da tua preocupação em abordar temas, posições e opiniões tão complexas no dia-a-dia, sendo que, muitas das vezes, não passaste por elas mesmas e que, dessa forma, fez muito mais sentido partilhar esse momento com quem realmente o vive. Acreditas que a tua credibilidade de trazer à tona esta conversa sendo que não passas por esse tipo de situações coloca-te à prova?

X.S. - Menos credibilidade, não sei, mas acho que conferiu-me uma situação de algum poder. Partindo um pouco da situação que falavas da percepção de quando vens lá de fora já vens com certas experiências, isso foi muito latente. Percebi que a minha voz não era única e então não tinha que ser única, mas percebi também que estava a ser tida como única. Por isso mesmo, decidi abrir o espaço e a conversa porque, de facto, a minha percepção lá fora é bem diferente em termos de poder aceder ao espaço, ter uma comissão boa e ter proteção e suporte. Acho que no que toca à credibilidade é um mundo novo, Portugal, para mim. Eu nunca fiz um espetáculo aqui e tem sido uma enorme aprendizagem. Não sinto que tenha que provar nada a ninguém nesses termos porque sei que aquilo que estamos a fazer está a ser super estimulante para nós e isso chega-me.

Há um modo de performance que eu emprego que se inicia com um momento mais convivial e depois há uma parte que é mais teatral e eu uso um modo de performance que é tipicamente inglês que é o Verbatim que é super corrente em Inglaterra. Eu acho piada porque, ao ensaiar, eu não conseguia ver ninguém e não conseguia perceber se as pessoas estavam a gostar e a acompanhar e, a Ana, depois lá me disse que estava tudo a correr bem. Isto porque deixou-me um bocadinho menos despreocupado na medida em que pode ser uma linguagem que não seja tão comum aqui, mas tem que ser uma linguagem com a qual as pessoas se possam relacionar, mas também a verdade é que estamos em território novo para nós enquanto equipa, para mim enquanto artista, para as Fado Bicha enquanto artistas também, pois é a primeira vez que fazem uma coisa destas e mesmo para o TBA, mas acho isso excitante de certa forma. Quem vier é bem-vindo.

G. - Quase diria que é uma estreia absoluta para todos os que acompanham o teu espetáculo...

X.S. - Sim, sem dúvida. Já tive diversas experiências, até no que toca às próprias opiniões. Também há uma coisa que, por exemplo, eu adoro ver Teatro, mas às vezes tenho que cancelar aquela vozinha crítica que está ali.

A Vanessa Redgrave, era jovem, com 16 anos e uma vez foi ver um espetáculo que detestou porque dizia que eles não faziam as coisas bem. O pai, que era também diretor de teatro, perguntou-lhe se a técnica era boa e se tinham conseguido atingir os objetivos, qual seria o problema, ou seja, tem muito que ver com isso, a bagagem que levamos quando vamos a um espaço cultural. Muita gente, por exemplo, disse-me ao início que viram vídeos e viram espetáculos que eu fiz lá, em Inglaterra, e tínhamos o público todo em festa, pessoas todas em pé, a beber shots, e avisaram-me logo que em Portugal isso não aconteceria, (risos).
Tentar não custa! Vamos ver o que nos reservam.

Texto por Patrícia Silva
Fotografia de Ana Rocha

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