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Zigurfest: há nove anos a transformar Lamego num palco de descobertas

No total, serão 23 concertos, diversas exposições e dois workshops que irão escrever a história…

Texto de Ricardo Gonçalves

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No total, serão 23 concertos, diversas exposições e dois workshops que irão escrever a história da 9.ª edição do Zigurfest, festival que arranca esta quarta-feira, dia 21, prosseguindo até sábado, dia 24, em Lamego. As propostas do festival fazem deste um momento de descoberta, pontuado de nomes emergentes e outros já mais reconhecidos do panorama nacional, numa agenda cuja linha orientadora não segue géneros musicais ou artísticos.

Mais do que isso, o Zigurfest chega à edição de 2019 com o rótulo de festival inteiramente gratuito, multidisciplinar e que não repete nomes do seu cartaz. Este ano passam por Lamego mais de 30 artistas como Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo, Jasmim, Odete, Glockenwise, Krake + Adolfo Luxúria Canibal, Chinaskee, Violeta Azevedo, Minus & Mrdolly, Algumacena, Mynda Guevara, Luís Vicente + João Valinho, Terebentina, Dada Garbeck, Ivy, Djumbai Djazz, Stasya, Zentex, Afta 3000, Conferência Inferno, 3I30, Menino Da Mãe, Tiago E Os Tintos e Daniel Catarino Trio.

Em entrevista ao Gerador, António Maria Cardoso, responsável pela comunicação do festival antecipou a edição de 2019, olhando de forma positiva para o percurso percorrido pelo Zigurfest ao longo de nove anos consecutivos. “É um balanço positivo porque ano após ano o festival tem crescido em dimensão, em projeção mediática e em número de público”, explica, realçando o papel da autarquia no apoio que tem dado ao festival, “mesmo com as mudanças autárquicas” sentidas.

A tónica da descoberta mantém-se como mote do Zigurfest, cujo slogan é “Em cada rua um palco, em cada palco uma descoberta”. Para António, é neste elemento que reside a verdadeira essência do evento que tem “um real impacto na cidade”, que se explica pela “componente de envolvência muito grande do festival com espaços e comércio local” e porque “procura desafiar as pessoas a conhecer novas propostas”.

O Zigurfest decorre em vários locais da cidade de Lamego © Vera Marmelo

Não sendo um festival de recintos, é possível, durante os dias do festival assistir a concertos em diversos locais de Lamego, como o Teatro Ribeiro Conceição, que funciona como “centro nevrálgico do Zigurfest”, a Casa do Artista, o Horto do Castelo, a Alameda (Parque Isidoro Guedes), as Oficinas de Restauro do Museu de Lamego e a já habitual Rua da Olaria.

“Desta forma pretendemos dar a conhecer esses espaços da cidade a quem nos visita”, refere António Maria Cardoso, que sublinha a importância do evento no próprio turismo da região. “Este modelo acaba por se tornar aliciante, uma vez que obriga a diversificar os espaços em apresentamos programação”, acrescenta.

Além dos concertos, o Zigurfest conta ainda com a realização de exposições e workshops na ZONA - Residências Artísticas de Lamego, que este ano ganha importância redobrada ao ser integrada como programação/roteiro geral do festival. Nascida no festival ZigurFest e criada pelo artista João Pedro Fonseca, este espaço tem como objetivo a integração das mais variadas vertentes expressões artísticas contemporâneas no município lamecense.

Na programação deste ano, estão previstas as exposições de Chana de Moura (1989) e Pedro Cabrita Paiva (1991), e a instalação audiovisual Espectadores de João Pedro Fonseca. No mesmo espaço decorrem ainda dois workshops: um que irá abordar a produção musical com vista à criação de um espaço sonoro e outro que pretende funcionar como partilha de alguns exercícios que fazem parte do processo criativo de composição artística. Este segundo termina com um live-act de Carincur a apresentar o seu novo álbum Sorry If I make love with Sound editado no inicio do ano pela ZABRA Records.

Nove anos depois de se ter criado o Zigurfest – primeiro através de um coletivo informal, depois como associação Zigur Artists –, António Maria Cardoso acredita que o factor de distinção deste festival está na sua capacidade de envolvência com o território onde se insere e onde acabam por criar um “roteiro”, mas também no cartaz que de ano para ano se transforma totalmente, sem que se repitam nomes. Por outro lado, o responsável realça que nas zonas interiores do país, mais distantes dos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, é maior o desafio de impor uma programação que se quer “alternativa e disruptiva”.

“Acho que existem atualmente muitos festivais e há um caminho que foi aberto para que se apoiem iniciativas deste género, agora é certo que há projetos com mais historial que acabam, onde o denominador comum pode ser a falta de apoio local”, sublinha. Não obstante é “mais difícil fazer um festival numa zona descentralizada, pelo contexto das próprias cidades do interior que muitas vezes não são abertas a este tipo de programação, não entendem de que forma é que podem capitalizar”, afirma.

O Zigurfest decorre há nove anos consecutivos © Rafael Farias

No caso do Zigurfest, o apoio do município mantém-se patente, o que ajuda a melhorar o impacto do mesmo, nomeadamente na “juventude local, a quem abriu caminho para outras linguagens”, sustenta.

Num ano penoso para tantos festivais (fora dos circuitos mais comerciais) que não se irão realizar por falta de verbas, a organização do Zigurfest já pensa numa 10.ª edição, onde se irá o mote do ecletismo e da multidisciplinaridade. “Há um público crescente que procura este tipo de iniciativas, festivais fora dos circuitos habituais, com menos presença de marcas e com uma programação que seja desafiante”, explica.

“Afirmar o Zigurfest como festival de música emergente e de descoberta foi bastante importante e felizmente que temos tido essa compreensão, de que não somos um festival de um género musical ou artístico, mas que acompanha os diversos movimentos”, conclui.

Tal como habitualmente, o Zigurfest integra-se nas Festas da N.ª Sr.ª dos Remédios, funcionando como um “lado alternativo das mesmas”. A 9ª edição do festival decorre entre esta quarta-feira, dia 21 e sábado, dia 24 de agosto.

Texto de Ricardo Ramos Gonçalves
Fotografia de capa de José Caldeira

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