Palácio Pancas Palha. Jardim que o acompanha. Lisboa. É entre os dias 3 e 5 de setembro que estas referências de espaço se fazem ouvir, na residência da Companhia Olga Roriz, com aquela que é a segunda edição de INTERFERÊNCIAS, uma plataforma de apoio à criação e prática das artes performativas.
Das 60 candidaturas aceites, após conclusão do open call, apenas foram selecionados 8 projetos para as residências artísticas, que vêm a decorrer desde o dia 16 de agosto, prolongando-se até dia 31 do mesmo mês. Xs jovens artistas que compõem o leque de apresentações são: Alice Azevedo e Lila Tiago com NŌS SUNT – Uma Exibição; Beatriz Valentim com SELF; Bibi Dória com nome de filme; Connor Scott com to punch a cloud; Elizabete Francisca apresenta a besta, as luas; Gaya Medeiros com ATLAS da BOCA; Gisela Ferreira e Mário M. Fonseca apresentam FANTASMAS DE PRATA e Natacha Campos com THEFRUIT.
Definindo-se pelo seu lado "plural, experimental e transversal" a várias práticas artísticas, o INTERFERÊNCIAS fomenta uma lógica de relação horizontal entre público, artistas e programadores culturais, contribuindo assim para uma ampliação das escalas de visibilidade dos artistas seleccionados.
A programação geral será anunciada durante a próxima semana, no entanto, já é possível conhecer alguns dos projetos e performances reservadas pelos artistas:
- to punch a cloud de Connor Scott, assenta numa investigação do equilíbrio. É possível ler em sinopse que o projeto do artista é "um ponto de encontro íntimo entre o intérprete e espectador em que partilham propostas de imagens, danças e diálogos, de maneira a encontrar alguma forma de consolo entre a esmagadora noção de tempo."
- Já em FANTASMAS DE PRATA, Gisela Ferreira e Mário Fonseca reconhecem em "cada organismo riquezas que não podem verdadeiramente ser extraídas. Olhamos para encostas desfiguradas e lembramos um passado fértil e abundante. Somos terra, histórias, mudança, e talvez humanos", lê-se também na sinopse da performance.
- Bibi Dória parte de nome de filme tendo em conta a premissa que um filme contado é muito diferente de um filme assistido. Situando-se no cruzamento entre a dança, a performance e o cinema, "este projeto é uma tentativa de memorização e relato de um filme de ficção do começo ao fim. Um corpo-acervo do próprio filme que descreve e das inúmeras imagens que propõe não apenas no exercício de memória individual, mas também no imaginário coletivo que é ali gerado."
- ‘SELF’, de Beatriz Valentim, concentra-se num dueto, depois de partir de um solo, pois tem na sua base conceitos como reflexividade e dualidade. "Partindo do conceito sociológico de self, propus-me a pensar que perguntas fazemos a nós mesmos e que perguntas fazemos aos outros; que relações de dependência temos do ponto de vista social; que espaços e contextos habitamos. A análise reflexiva do eu pressupõe o outro e vice-versa.O corpo-contorno que vão encontrar neste trabalho surge, para mim, como um corpo vazio de significado, pronto a receber estímulos internos e externos, que serão constantemente analisados e experienciados pelas intérpretes, num percurso de dualidade e dualismo", lê-se na página oficial do INTERFERÊNCIAS.
Aos projetos apresentados juntam-se ainda: Natacha Campos apresenta THEFRUIT, Alice Azevedo e Lila Tiago NŌS SUNT – Uma Exibição, Elizabete Francisca revela besta, as luas e Gaya Medeiros com ATLAS da BOCA.
Fica a par de mais informações sobre os os projetos aqui.