No dia 23 de abril o mais recente projeto do artista foi editado. Distinguindo-se pelo seu registo lírico, o trabalho, já pensado há cerca de dois anos, apresenta várias canções que se dedicam a abraçar a liberdade e a interpretação. O disco já se encontra disponível nas plataformas habituais.
Composto pelo intérprete, Acordado ou a sonhar é um projeto que já se afirma como completo há um ano. O tema Tudo\Nada foi o segundo tema apresentado, que se traduz numa homenagem ao poeta Walt Whitman. O artista explora a capacidade de encontrar beleza nas pequenas coisas do dia-a-dia, "eu gosto muito do trabalho de Walt Whitman e, acima de tudo, queria homenagear a sua personalidade e a forma como ele consegue ver sempre beleza. Foi a partir daí que eu tive em ideia escrever esta canção", explica ao Gerador.
Jasmim, também conhecido como Martim Braz Teixeira, começou a sua vida artística na fotografia, mas é na música onde se encontra. Quando chegou ao Mighty Sands para ser músico, o seu objetivo era ser responsável pelo registo em vídeo e fotografia da vida da banda. É na liberdade das interpretações da vida e do seu trabalho que se foi construindo a si próprio. No que toca ao seu novo disco, não será diferente: "Há várias questões, mas o que eu acho mesmo interessante é ser o próprio disco ter a interpretação de cada pessoa". É também nesta abertura "ambígua" que pensar a realidade dos dias que nos acompanham se torna possível, ainda que o processo criativo do disco não tenha acontecido na mesma altura " é bastante interessante perceber como as coisas se tornam constantemente atuais. Esta singularidade da arte acaba também por permitir isso, principalmente na música", completa.
Questionado sobre a sua vontade de viver em liberdade, o artista explica que, de facto, é uma busca constante. No que toca ao seu processo criativo, ainda tem um longo caminho pela frente, "continuo sempre à procura dessa sensação de liberdade. No que toca à minha música é sempre uma busca constante de liberdade e é um espaço de a fazer. Eu sinto-me livre ao me permitir criar."
A composição é um fluxo constante para Jasmim e sempre que sente que já reúne as canções suficientes e que está satisfeito, decide organizar o tratamento e criar a sua identidade junto da banda que o acompanha, "tudo isto é um processo constante, começa a ser uma rotina que eu gosto de manter", explica.
Fechando o ciclo a que dedicou nos últimos tempos, Martim acrescenta que já tem em mãos mais projetos, "lançar um disco, para mim, é sempre um alívio gigante e eu estou super feliz. Tenho também uma sensação de 'finalmente fizemos isto' e, agora, podemos começar as outras coisas." Sobre o aqui e agora, o momento é improvisar, sentar-se ao piano e ver o que acontece.