O que é ser branco? O que implica, ou significa, a vivência de um corpo branco? É para questionar, desordenar e desconstruir a concepção do que é ser branco que o Rama em Flor apresenta o ciclo “Desordem do Conceptual Branco”. Organizado por Nael D’Almeida e Melissa Pereira , este momento de programação pretende “dar visibilidade a corpos que estão normalmente afastados das estruturas de poder, corpos que narram a sua própria história, que expressam a sua vivência e que contam como vêem o branco do seu lugar”.
O ciclo começa já a 8 de junho, às 19h00 na ZDB, com Suzana (violino), Cire (violino), Flow (violoncelo), Eva (contrabaixo) e Ari.you.ok (loopstation e voz). São cinco artistas com vivências distintas, mas com pontos em comum. De acordo com o comunicado de imprensa, a proposta é “uma reinterpretação de uma peça para um quarteto de cordas de Joseph Bologne, Chevalier de Saint-Georges, um virtuoso violinista, maestro e compositor francês negro do século XVII”. Este registo clássico funde-se com “uma sobreposição de afrobeats e loops eletrónicos que transportam as obras clássicas mais ancestrais para o presente contemporâneo”. O espetáculo tem lotação limitada, e os bilhetes têm um custo de 8€.
A 10 de junho, pelas 16h00, no jardim do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, a Fonte - uma rede virtual de jovens africanos na diáspora que podes conhecer melhor aqui - organiza uma conversa de participação livre sobre a branquitude. Para esta conversa, a Fonte reúne um conjunto de pessoas cujas vivências são marcadas pelo privilégio branco. Depois de uma roda de conversa promovida pela Quântica, no Rua das Gaivotas 6, a 12 de dezembro de 2020, a Fonte volta a convocar esta reflexão e a levantar as questões que raramente são levantas. A entrada é livre, limitada à lotação do espaço e mediante inscrição para ramaemflor@gmail.com.
No VALSA, a 23 de junho, inaugura uma exposição com Filipa Bossuet, Sol Duarte e Aicy, artistes que, citando o comunicado de imprensa, “carregam, nas suas obras de arte, as verdades menos convencionais sobre identidade e questões de género, que muitas vezes passam despercebidas e consequentemente se tornam invisíveis à maioria das pessoas”. Filipa Bossuet através da sua pintura a pastel de óleo, fotografia e vídeo, onde vê possibilidades de desobstrução e construção de identidade. Sol Duarte através da pintura, do vídeo e do desenho, onde regista “corpos, os seus e os de outros, físicos e emocionais, terrestres e extraterrestres”. Aicy Ray através da animação, ilustração, Concept art e banda desenhada, em que explora narrativas de resistência.






Os últimos momentos de programação deste ciclo decorrem a 25 e 26 de junho, também no VALSA. No dia 25, haverá uma conversa em torno da questão “o que é que a linguagem e identidade significam para cada corpo?” O Rama convida pessoas de vários meios e grupos invisibilizados para uma conversa “dinâmica, em espaço seguro, onde cada pessoa poderá falar sobre a sua identidade e sobre o valor da linguagem no processo de empoderamento e reconhecimento social”.


Finalmente, no dia 26, haverá um workshop de meditação com recurso a práticas Taoístas com Amanda Santos, que tem trabalhado como terapeuta sexual nos últimos 10 anos. Este é o primeiro de três workshops dados por Amanda no Rama em Flor (sendo o segundo a 24 de julho e o segundo a 18 de setembro), que se propõe a juntar um grupo de pessoas numa sessão de meditação que consiste em “aprender novas práticas holísticas que podem servir de auxílio em situações de tensão e ansiedade”. Para frequentar o workshop é necessário fazer uma inscrição por e-mail e um donativo mínimo de 3€. A lotação é limitada a 12 pessoas.
Podes saber mais sobre o Rama em Flor, aqui.