A partir de uma exposição fotográfica, João Mota da Costa, médico cirurgião e amante de fotografia, conta a história de abandono a que o conjunto de edifícios do Hospital Termal das Caldas da Rainha tem sido submetido. Estando em exibição até dia 4 de janeiro, a exposição questiona ainda o projeto que pretende transformar os edifícios numa unidade hoteleira.
Entre 2017 e 2018 o médico cirurgião fotografou, nas diversas idas às Caldas da Rainha, os edifícios dos Pavilhões do Parque D. Carlos I, construídos no final do século XIX, por Rodrigo Berquó que tinham como finalidade acolher o Hospital Termal das Caldas.
Dividindo-se em cerca de 7 pavilhões, o seu grande desígnio era receber as enfermarias do Hospital Termal da cidade, o que nunca se registou. A exposição, agora em exibição, não só retrata no imaginário as sucessivas ocupações que se perderam num vazio e viveram uma história de abandono.
É partindo deste conceito em torno do esquecimento que o espaço Concas, no Centro de Artes das Caldas da Rainha, recebe os olhares do artista até dia 4 de janeiro de 2022. Em comunicado, a organização do centro explica que “João Mota da Costa desenvolve trabalho autoral, ao longo dos anos, na área da fotografia”, o que se revê em outros trabalhos seus, a título individual.
A mostra “retrata o ciclo de decadência dos Pavilhões do Parque D. Carlos I”. O seu interior chegou a ser casa de “uma biblioteca, uma escola, uma esquadra da polícia, um quartel militar e até a redação de um jornal”, continuam.
Recorde-se que em 2016 o programa de reabilitação de património para fins turísticos (REVIVE), integrou o local na lista de edifícios históricos, com tutela da Câmara Municipal das Caldas da Rainha e o edifício recebeu a indicação para a sua reconversão. Investiram-se cerca de 12 milhões de euros na sua recuperação, com vista à instalação de um hotel, cuja concessão foi entregue, por 48 anos, ao Grupo Visabeira.
Reconhecendo que o projeto têm um "bom futuro", por parte do grupo, os pavilhões emblemáticos das Caldas da Rainha serão convertidos num hotel de cinco estrelas que prevê ter a obra concluída no verão de 2023, de acordo com a autarquia local. Montebelo Bordallo Pinheiro será o nome da sua nova vida.