Inaugurada a 24 de março, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril” é uma exposição que pretende mostrar a importância do movimento estudantil para a democracia portuguesa.
Caracterizada como uma “viagem multimédia”, a exposição apresenta, cronologicamente, filmes originais, sons da rádio pública, fotografias censuradas “que nunca puderam ser impressas nos jornais”, textos escritos “às escondidas e distribuídos com regras de segurança apertadas”, autocolantes artesanais e ainda um mural de homenagem aos mais de 900 estudantes presos durante a ditadura.
Coordenada por Álvaro Garrido, professor de História na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e com o design expositivo de António Viana, “Primaveras Estudantis” estreou-se no Dia do Estudante, 24 de março, de modo a relembrar o dia em que o Estado Novo proibiu as comemorações deste dia e a PIDE ocupou a Cidade Universitária, em 1964. Em reação, a comunidade académica uniu-se contra o regime de Salazar e deu início a uma luta estudantil que iria, mais tarde, abalar a Ditadura e apoiar a Democracia.
24 de março foi também o dia em que se assinalaram mais dias de Democracia do que de Ditadura em Portugal. Para além disso, celebrou-se o início das comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de abril e, coincidentemente, também a data em que se cumprem os 60 anos da crise académica de 1962.
Em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra, a próxima paragem desta exposição será o Convento de S. Francisco da cidade e ficará patente de 22 de outubro de 2022 a 5 de março de 2023.
De momento, “Primaveras Estudantis: da crise 1962 ao 25 de abril” pode ser visitada no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa, até ao dia 28 de agosto.