Neste país colonial de heróis do mar, o nobre povo resiste à mudança.
A Nação que se vê valente encara o símbolo como imortal,
Rejeita levantar hoje, de novo, um novo significado para Portugal.







As brumas da memória cerram dentes e escárnios,
A voz dos egrégios avós ofusca o grito dos filhos audazes.
Dizem querer guiar-nos à vitória, mas agarram-se ao nevoeiro.
Empunham armas e iludem-se com o alheio, seja na terra ou no mar.
A pátria levou canhões onde não lhe cabia levar.







Apesar disso insistem em marchar,
De punho cerrado e quinas ao peito.
A luz viva do céu continua oculta pelo mito.







Da Europa para a Terra inteira, o nacionalismo não pereceu.
Beijam o solo, as estátuas e erguem os braços pelos vencedores que a chacina elegeu.







Às armas, às armas, sobre a terra e sobre o mar,
Contra os canhões da reflexão, sempre marchar, marchar.







Saudai o sol, que se põe sobre a mudança que nunca há-de vir.
Este eco de pequena afronta não pode ser sinal de ressarcir.







Os raios desta aurora surgem como vontades de bem.
Venha quem vier, este continuará a ser o Portugal que Deus tem.
-Sobre a Sofia Craveiro-
Espírito esquizofrénico e indeciso que já deu a volta ao mundo sem sair do quarto. Apaixonou-se pelo jornalismo ao integrar um jornal local teimoso e insistente que a fez perceber o quanto a informação fidedigna é importante para a vida democrática. Desde essa altura descobriu também que gosta de fazer perguntas para as quais não tem resposta. Vive entre Lisboa e a Covilhã enquanto escreve para diferentes títulos de jornalismo alternativo. Integra ainda o projeto Inocência, de jornalismo de investigação. Encontrou o seu caminho nesta casa chamada Gerador, onde se compromete a suar a alma em cada linha escrita.