Já está quase: no dia 12 de outubro, quarta-feira, é inaugurada a exposição “wayfinding” de Alexandra Cabral n’A Pequena Galeria em Lisboa. Nesta exposição, as suas fotografias surgem como um diário visual, atraído pelos fragmentos do quotidiano, onde a singularidade de momentos, formas e cores se destacam.
A designer e instagrammer foi a vencedora do prémio Melhor Instagrammer dos Insties Gerador 2022. A exposição "wayfinding" está integrada na programação do Imago - Lisboa Photo Festival, e pode ser visitada até dia 5 de novembro.
O Gerador entrevistou a Alexandra para que pudesses conhecer melhor o o seu trabalho, as suas expectativas e a exposição que vai apresentar.
Gerador – "wayfinding" é o nome da exposição que vais inaugurar no dia 12 de outubro. Qual é a narrativa que procuras transmitir a quem visite A Pequena Galeria?
Alexandra Cabral – O conceito de "wayfinding" - processo cognitivo que instiga à perceção da envolvente, na tomada de decisões de orientação num espaço - tem-me acompanhado ao longo dos últimos anos, por isso, tornou-se praticamente uma escolha natural para a definição da narrativa e da escolha de cada imagem.
As imagens surgem como consequência de um percurso, num determinado contexto ou movimento, construindo uma narrativa através da analogia impressa na matriz de cada legenda, sendo o conceito de "wayfinding" o denominador comum. São fragmentos que perfazem uma linha temporal visual, na procura de chegar a um destino, cativada por cada instante percorrido, onde cada instante captado dá lugar a inúmeras possibilidades semânticas.
G – O que esperas que as pessoas encontrem nas tuas fotos?
AC – Não esperando nada concretamente, quero acreditar que as fotografias transmitam uma sensação de leveza e alguma tranquilidade nos instantes captados.
G –No teu trabalho, a atração pelos fragmentos do quotidiano é uma das tuas grandes inspirações. Como consegues pegar nestes elementos que muitas vezes são banais, para a maioria das pessoas, e torná-los em inspiração?
AC – Não sei se há uma linearidade pensada, acredito que a nossa forma de olhar para os instantes vai sendo o reflexo do nosso estado de alma, e eu sempre gostei de captar pequenos pormenores, muitas vezes sem explicação aparente.
G – Para além de te dedicares à fotografia, trabalhas como designer. Como é que casas estas duas áreas?
AC – A fotografia está intimamente ligada ao design de comunicação, não consigo dissociar uma da outra. A pesquisa de um repertório visual é uma constante no meu trabalho. No entanto, o tipo de registo fotográfico do dia a dia assume o papel de escape, por vezes de cariz até um pouco terapêutico, na fuga do trabalho diário.
G – Qual a influência da fotografia no teu dia a dia como designer?
AC – Havendo uma ligação inata entre as duas áreas, penso que as duas se influenciam e se contaminam simultaneamente, refletindo as mesmas preocupações estéticas e conceptuais.
G – Foste vencedora do prémio Melhor Instagrammer dos Insties Gerador 2022. Como foi para ti saberes que tinhas ganho este prémio e a oportunidade de expôr n’A Pequena Galeria?
AC – Honestamente, fiquei surpreendida e feliz, tendo em conta o enorme talento crescente na área da fotografia que se candidata todos os anos aos vossos prémios.
É o concretizar de um projeto que já deambulava na minha cabeça, pensando, no entanto que seria primeiramente no Porto ou em Aveiro.
G – Quando pensas na data de inauguração, dia 12 de outubro, qual é o primeiro pensamento que te vem à cabeça?
AC –Entusiasmo e um desassossego bom, mas penso que é esse o melhor desafio, abraçar projetos que surgem nos locais menos previsíveis e nos obrigam a concretizar vontades que, por uma razão ou outra, andávamos a protelar.