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Através de um viaduto, Ílhavo percorre os mares

É na Avenida dos Bacalhoeiros, em Ílhavo, que se presencia um conjunto de murais pintados…

Texto de Patricia Silva

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É na Avenida dos Bacalhoeiros, em Ílhavo, que se presencia um conjunto de murais pintados nos pilares do viaduto que percorre que a "epopeia" da pesca do bacalhau tão ligada à memória da população local. Os murais que retratam a pesca do bacalhau à linha, foram pintados por António Conceição, artista plástico.

O pintor que começou por criar murais em Cabo Verde, aos 14 anos, com trabalhos encomendados pelo município do Mindelo e chega a Portugal, em 2000, para se especializar em Artes Plásticas e Pintura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, levou a sua tarefa a cabo apoiando-se em fotografias antigas e nos relatos da época, sem esquecer os populares que acompanharam o trabalho e que “faziam comentários muito interessantes e até algumas correções”.

António explica à Lusa que "algumas pessoas disseram que a faca de escalar o bacalhau não estava bem ou que não era assim que se pegava nela. Houve até um senhor que chegou a levar-me uma faca original, para ver como era e tornar a pintura mais realista”.

Aceitando o desafio que partiu de Leonardo Aires, um comerciante de bacalhau há mais de 35 anos que o contratou para fazer o trabalho, o artista pretende atribuir componentes a um futuro museu, ao ar livre, dedicado à pesca do “fiel amigo”, que Leonardo pretende também construir no espaço exterior, situado em frente à sua empresa, na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo.

O primeiro mural a ser pintado foi o das mulheres das secas, que por ali abundavam. Seguiram-se os restantes pilares onde foram pintadas cenas de pesca do bacalhau e retratos de personalidades locais, como o capitão Valdemar Aveiro ou o empresário Egas Salgueiro. No extremo do viaduto, há também uma imagem do porto de St. Johns, no Canadá, onde os navios da frota portuguesa atracavam para se abastecerem.

O próximo passo, segundo Leonardo, será pintar na face de um dos pilares, os nomes dos portugueses que morreram na pesca do bacalhau, em homenagem a estes "lobos-do-mar" que nunca regressaram ao seu porto de partida. Por baixo do pontão, serão também pintados os nomes dos pescadores que fizeram várias campanhas bacalhoeiras e de mulheres que trabalharam na seca.

O projeto inclui várias esteiras onde se secava o bacalhau ao sol e uma réplica em ponto pequeno de um lugre em cimento, para as crianças brincarem, e terá ainda a presença de um dóri original - pequeno bote de madeira usado por um único pescador na pesca do bacalhau à linha - que pertencia ao Argus, um dos mais emblemáticos navios bacalhoeiros portugueses

Texto de Patrícia Silva e Lusa
Fotografia DN

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