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‘Boa Nova’, um olhar voltado para a frente que resgata a frescura analógica

Até dia 21 de novembro a instalação interactiva de Lander Patrick recupera o entusiasmo do público como uma potência transformadora. É através de processo de interação com o desconhecido que Lander procura questionar a natureza dos jogos e dos contactos singulares que as pessoas constroem entre si.

O ponto de partida foi O corpo por vir. A conferência e debateque se realizou em maio em parceria com a Culturgest e que contou com oradores de áreas distintas, aborda o problema do corpo a partir de múltiplas perspectivas. Boa Nova é uma das instalações que assinala o retomar desta reflexão no Convento São Pedro de Alcântara. Iniciada a 19 de novembro, a criação inédita de Lander Patrick foi o "desdobrar" de um outro projeto que já tivera criado anteriormente, realizado numa casa de banho.

O vermelho é o tom de cor que pinta conexões abstratas ao longo de dois andares no centro do convento, uma alavanca "cheia de potências" que aguarda uma partilha de vozes e corpos para anunciar a Boa Nova.

jogo é uma representação de escapar à realidade, o que pode estar ligado com a sua evolução." - Lander Patrick

A experiência que o desafiou a sair do seu local do conforto fez com que "gostasse" de criar algo que que o ligasse diretamente a desconhecidos. A instalação Boa Nova - feita através de telefones caseiros com copos de iogurte - é o culminar de uma plataforma que, juntamente com etiquetas de conversação que residem em si mesmo, permite ao público uma partilha de memórias, referências e debates. "No fundo, o meu objetivo é gerar debate que tem em consideração estas vivências que cada vez mais se fazem ouvir em bolhas digitais", afirma o artista.

Através de uma plataforma de jogo em que desconhecidos se conhecem e elucidam diferentes realidades e personalidades, a diversidade geracional e o seu contacto é também uma consideração, direta ou indiretamente ligada à obra do artista. O mesmo reconhece que ainda pertence a uma geração que se está a despedir da vida analógica. Poderá a evolução ser também uma representação geracional?

Lander admite que não sabe ao certo como a nova geração se faz acompanhar, mas "o concreto e a capacidade de abstração é algo estimulado e que, de certa forma, está ligada com o jogo. Jogo esse de fingir ou escapar a algo. O jogo é uma representação de escapar à realidade, o que pode estar ligado com a sua evolução", explica.

O jogo tem uma capacidade "misteriosa" de subverter os humanos." É assim que o artista reconhece a sua obra. É um recurso que apela à memória, no entanto, o espírito com que monta a instalação é "com o objetivo de olhar para a frente e não para trás", continua.

O vermelho é o tom de cor que pinta conexões abstratas ao longo de dois andares no centro do convento, uma alavanca "cheia de potências" que aguarda uma partilha de vozes e corpos para anunciar a "Boa Nova".

Sobre uma programação que se diversifica no tempo, nas visões e se questiona, a "frescura" analógica que Lander pretende resgatar, dando-lhe uma nova vida, é também um momento de curiosidade numa instalação interativa, enquanto experiência social.

O corpo por vir, uma programação que questiona o(s) corpo(s)

Contando com uma programação até ao final do ano, de 18 de novembro a 18 de dezembro, Marta de Menezes apresenta Paired Immunity, um projeto expositivo online que explora os limites da individualidade humana numa sociedade cada vez mais alicerçada na biotecnologia.

Em dezembro, nos dias 28, 29 e 30, Gonçalo Alegria apresenta na Latoaria do Monte a criação inédita Corpúsculos Estranhos, uma shadow box que vai construir com materiais recolhidos numa série de encontros com convidados, processo aberto ao público online e em visitas ao seu atelier. Decorre também uma apresentação do conjunto de peças inéditas Máquina-Olho-Mão, de Sara Morgado Santos, que está a ser exposto em ambiente doméstico, circulando por casas particulares.

O projeto apresentará ainda uma publicação com um carácter lúdico, Sebenta d’O corpo por vir, desenvolvida pela designer Ana Teresa Ascensão, com base numa selecção dos materiais da conferência / debate feita pelas curadoras Andreia Páscoa e Joana Braga. Esta conferência / debate, em parceria com a Culturgest, contou com os oradores: Ana Mira (dança/filosofia), Clara Saraiva (antropologia), Gisela Casimiro (literatura / artes visuais), Gonçalo M. Tavares (literatura), João Tavares (psiquiatria), Pedro Machado (astrofísica) e Sílvia Pinto Coelho (dança / ciências da comunicação).


Texto por Patrícia Silva
Fotografia da cortesia da organização
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