fbpx
Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

“Catarina e a Beleza de matar fascistas”, depois de uma digressão transporta-se para Lisboa

Entre os dias 19 e 26 de abril a sala Garret, do Teatro D. Maria…

Texto de Patricia Silva

Apoia o Gerador na construção de uma sociedade mais criativa, crítica e participativa. Descobre aqui como.

Entre os dias 19 e 26 de abril a sala Garret, do Teatro D. Maria II, transportará o palco até 2028. Numa realidade em que a tradição é "matar fascistas", Tiago Rodrigues alimenta na sua peça uma reflexão sobre ideologias, valores, tradições e a diversidade social.

No Sul de Portugal, perto da aldeia de Baleizão, uma família cumpre a antiga tradição de matar fascistas. Uma das jovens, Catarina, vai matar o seu primeiro fascista. A preparação é vivida à flor da pele, "é um dia de festa, de beleza e de morte". A casa que estaria no centro do palco, destacando-se pela sua construção e a sua rigidez começa por se "desmontar" a partir do momento que a Catarina mais nova (Sara Barros Leitão), "Catarina minha filha, prima e sobrinha", se mostra incapaz de matar um fascista. Recusa-se a fazê-lo. É, desta forma, que as dúvidas, o caos e necessidade constante de se questionar se impõem ao que seria um fim-de-semana dedicado a cumprir uma tradição.

Na ponta da casa estava sentado um homem amarrado à cadeira (Romeu Costa), o fascista raptado. Ouvimos e vemos um narrador que faria parte da família (Marco Mendonça), com trajes que remetiam para os anos noventa, assim como o resto da família. Estava de auscultadores colocados aos ouvidos. Retirava-os quando entrava na ação. A música era o seu mote.

Construindo uma realidade em que a extrema-direita estaria ao poder, o admirador de Brecht, um outro Catarina, por entre diversas palavras, pergunta-se pela impotência que as mesmas traçam comparando-as a um rastilho para aquilo que pode vir. É então que toda a peça leva o espetador a viver um desconforto, ou não, do que poderia ser a realidade portuguesa dentro de um panorama de poder. O governo, com maioria absoluta, prepara-se para fazer alterações à Constituição, um acontecimento que já teria acontecido. segundo o narador.

Desde as relações parentais à importância das cores e dos corpos presentes em palco que antecipam, por vezes, a ação o medo da morte é menosprezado por aquela que será "uma vida útil".

Remetendo as suas questões ao que seria a "voz" e escrita da primeira Catarina, ceifeira Catarina Eufémia que foi
assassinada em 1954 em Baleizão durante a ditadura fascista, a jovem que a representa, assim como a sua família, recorre ao fantasma da ceifeira para levar a cabo as suas palavras "O que é um fascista? Há lugar para a violência na
luta por um mundo melhor? Podemos violar as regras da democracia para melhor a defender?"

O espetáculo interpretado por António Fonseca, Beatriz Maia, Isabel Abreu, Marco Mendonça, Pedro Gil, Romeu Costa, Rui M. Silva e Sara Barros Leitão estará em exibição até dia 26 de abril, de segunda a sexta-feira, pelas 19horas, e sábado e domingo, pelas 10horas.

Texto de Patrícia Silva
Fotografia Pedro Macedo

Se queres ler mais notícias sobre a cultura em Portugal, clica aqui.

Publicidade

Se este artigo te interessou vale a pena espreitares estes também

16 Abril 2024

‘Psiquiatria Lenta’: Crónicas de João G. Pereira no Gerador editadas em livro

9 Abril 2024

Fernando Dacosta: “Baixou-se o nível das coisas que fomenta a infantilização das pessoas”

3 Abril 2024

Festival Bons Sons convida o público a viver a aldeia em toda a sua diversidade

2 Abril 2024

Mariana Vieira da Silva: Marcelo “será visto como alguém que contribuiu para a instabilidade”

26 Março 2024

Diana Andringa: “o jornalismo está a colaborar na criação de sociedades antidemocráticas”

19 Março 2024

Leonor Chicó: “no nosso quintal já se sentem os efeitos da crise climática” 

16 Março 2024

José Pacheco Pereira atribuiu nota 7 à probabilidade de uma guerra na Europa

12 Março 2024

A Open Food Facts quer empoderar os consumidores através da informação

5 Março 2024

Bolsa Amélia Rey Colaço abre candidaturas para 7ª edição

29 Fevereiro 2024

50 Abris: diferentes retratos da liberdade precisam de apoio para sair em livro

Academia: cursos originais com especialistas de referência

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Práticas de Escrita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Jornalismo e Crítica Musical [online ou presencial]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Planeamento na Comunicação Digital: da estratégia à execução [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Comunicação Cultural [online e presencial]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

O Parlamento Europeu: funções, composição e desafios [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Viver, trabalhar e investir no interior [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Introdução à Produção Musical para Audiovisuais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação ao vídeo – filma, corta e edita [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Pensamento Crítico [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Planeamento na Produção de Eventos Culturais [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Soluções Criativas para Gestão de Organizações e Projetos [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Iniciação à Língua Gestual Portuguesa [online]

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Fundos Europeus para as Artes e Cultura I – da Ideia ao Projeto

Duração: 15h

Formato: Online

30 JANEIRO A 15 FEVEREIRO 2024

Narrativas animadas – iniciação à animação de personagens [online]

Duração: 15h

Formato: Online

Investigações: conhece as nossas principais reportagens, feitas de jornalismo lento

22 ABRIL 2024

A Madrinha: a correspondente que “marchou” na retaguarda da guerra

Ao longo de 15 anos, a troca de cartas integrava uma estratégia muito clara: legitimar a guerra. Mais conhecidas por madrinhas, alimentaram um programa oficioso, que partiu de um conceito apropriado pelo Estado Novo: mulheres a integrar o esforço nacional ao se corresponderem com militares na frente de combate.

Saber mais

1 ABRIL 2024

Abuso de poder no ensino superior em Portugal

As práticas de assédio moral e sexual são uma realidade conhecida dos estudantes, investigadores, docentes e quadros técnicos do ensino superior. Nos próximos meses lançamos a investigação Abuso de Poder no Ensino Superior, um trabalho jornalístico onde procuramos compreender as múltiplas dimensões de um problema estrutural.

A tua lista de compras0
O teu carrinho está vazio.
0