"Homem da Montanha" e "Só para alguém gostar" foram os singles que estrearam o trabalho a solo de Tiago Plutão. Integradas no seu mais recente disco, "Relativizar", estas são duas das 9 canções que completam o seu projeto, lançado a 28 de maio. Disponível em todas as plataformas habituais, Tiago apresenta-nos a sua "herança".
A guitarra que havia "lá em casa" foi o mote para que Tiago começasse a tocar. A curiosidade levou-o a descobrir música nova e, por sua vez, a criar. É então que os Jupiturno se cruzam. Durante estes primeiros passos nasce uma caminhada longa.
Depois de passar por uma processo criativo conjunto "chega o momento de fazer o que lhe apetece". Desempregado por razões de força maior, o tempo dedicou-se ao que tanto gosta: a música. Este "alento" levou a que o artista passasse por um processo criativo cada vez mais ligado ao experiencialismo e ao quotidiano. Voltando-se para um registo que bebe um "q.b de psicadélico", o seu mais recente trabalho assenta no Pop, no qual a mensagem se revela o mais relevante "eu tive muita atenção com a mensagem e as letras. Em Jupiturno procuro algo mais subjetivo, ao contrário de Tiago Plutão. É mais objetivo, sou mais eu."
Partindo da importância do "Relativizar", o artista reflete sobre a necessidade de uma identidade própria e das problemáticas que surgem em torno da mesma "olho para as notícias e para os posts dos meus amigos... as pessoas estão sempre irritadas. Ligam demasiado às opiniões, 'será que eu vou bem assim? Será que eu estou bem? Vou parecer isto ou aquilo?' Acho isso muito parvo, sinceramente. Apesar de precisarmos de regras para vivermos em sociedade, não nos podemos moldar completamente se não perdemos a identidade própria. E é isso que eu quero. Passar e relativizar essa pressão toda exterior que existe para termos uma identidade, se não somos todos iguais e somos só números, que na verdade já o somos, infelizmente", afirma o artista.
Com uma capacidade "camaleónica" que se revê no coletivo que é a banda de que faz parte e no seu trabalho individual, Tiago admite inspirar-se no David Bowie no que toca a estas dicotomias. Se tivesse uma viagem espacial, escolheria David para ouvir, isto porque "ele tem imensos álbuns com imensos registos diferentes". É também isso que deseja ser Tiago Plutão.
O disco lançado no dia 28 de maio reúne 9 canções, tal como os planetas - não que fosse algo pensado ao pormenor, mas que, no final das contas, fez sentido. De uma herança que nasce através de uma canção criada no duche, é esta a "cura" que o artista nos reflete. Rabiscando palavras, letras e composições que também estariam guardadas na gaveta e que, agora, lhe fazem todo o sentido, as ideias que surgiram no Paredes de Coura e a particularidade de escrever faixa a faixa fazem também desta composição gradual do artista.
Tiago reconhece ainda que as influências para este disco gravitaram em redor de Velvet Underground, Mac Demarco, Pink Floyd, Capitão Fausto, Caetano Veloso, Tame Impala e The Doors.
Gravado e masterizado por Makoto Yagyu e Fábio Jevelim (HAUS), o disco está disponível em todas as plataformas online com o selo Throwing Punches.
É assim que nasce um "álbum muito sincero. Muito eu". Intimista. É desta forma que Tiago abre o seu diário para quem o ouve.