Rafaela Cortez Gonçalves ganhou com uma proposta de reportagem que investiga a interseção entre o modelo de proteção de crianças em Portugal e a violência institucional contra mulheres pobres, imigrantes e racializadas, questionando se o Estado reprime suas vidas familiares, inclusive através de esterilização forçada. Esta abordagem surge após Liliana Melo escrever em 2013: “O vosso trabalho é única e exclusivamente destruir famílias”, com posterior condenação do Conselho da Europa ao Estado português por violação do direito à vida privada e familiar após a institucionalização de sete dos seus filhos. A reportagem visa escrutinar se as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), que afirmam proteger o "superior interesse da criança", realmente cumprem esse objetivo ou contribuem para a perpetuação da violência institucional.
Joana Sofia Justo Filipe Mendes foi premiada pela sua proposta de reportagem que investigará a multiculturalidade nas escolas portuguesas. O objetivo é analisar a inclusão escolar e as estratégias de ensino para atender à diversidade cultural no país, bem como explorar as dificuldades enfrentadas pelos educadores ao receberem alunos de várias nacionalidades. A reportagem compartilhará exemplos do processo de integração e multiculturalismo dos alunos, investigando o papel ativo dos envolvidos na resolução desses desafios e acompanhando o desenvolvimento desse processo nas escolas.
A Bolsa Gerador Ciência Viva para Jovens Jornalistas pretende criar condições para que jornalistas, até aos 35 anos, formados ou em formação, desenvolvam uma reportagem de investigação de qualidade com os meios necessários.