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Dullmea e Ricardo Pinto, os autores de um quadro sonoro que pinta harmonias únicas

Orduak. É a partir das horas e da sua relação com o tempo que Dullmea,…

Texto de Patricia Silva

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Orduak. É a partir das horas e da sua relação com o tempo que Dullmea, também conhecida por Sofia Fernandes, e Ricardo Pinto voltam a cruzar-se no universo musical. Lançado recentemente, o álbum dos artistas não só se tem aclamado internacionalmente como se faz ouvir no existencialismo, nas experiências e na história.

A "surpresa internacional" tem sido considerada nas recomendações dos últimos meses. A parceria entre o músico Ricardo Pinto e Dullmea corre tinta na SilenceandSound, na Vital Weekly, Blow Up Magazine, em Itália, entre outros momentos nacionais e internacionais.

Subindo a palco desde os tempos da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, Sofia e Ricardo têm-se vindo a acompanhar mutuamente. Ambos contemplam a equipa do coletivo Rei Bruxo e fazem música para cena. "Conhecemos bem o estilo de composição um do outro e partilhamos uma admiração grande pelo repertório coral dos séculos XX e XXI (Messiaen, Steven Stucky, Arvo Pärt…). Quis convidar o Ricardo por ver na linguagem dele um traço muito interessante e único que eu sabia que iria enriquecer o universo de Dullmea", começa por elucidar Sofia.

Dullmea é a máscara que Sofia Faria Fernandes enverga em palco, não para se esconder, mas antes para sublevar a introspeção que a sua música é capaz de gerar. A voz é o seu "único e derradeiro instrumento." Nascida num quarto, sozinha, com um circuito de efeitos e um microfone à frente, Dullmea é a representação de "muitas horas a experimentar, procurar, brincar e estudar. Além disso, tento rodear-me de material inspirador (música de vários os géneros, livros, filmes, o próprio corpo, a fala, os sons não musicais, os sons feios, etc.)", continua.

Com um nome que parte da troca de letras do título do álbum Medúlla (Björk), um trabalho que é uma "verdadeira ode à voz humana e com uma produção incrível", a artista recorre a um processo de criação que surge a partir de um conjunto de histórias e experiências.

De uma violinista para o mundo - área em que Dullmea se formou profissionalmente - foi a partir do violino que conheceu muita música até aos dias de hoje. Música essa que, como nos diz, "nunca mais sairá da sua biblioteca.

O critério primordial que moveu a artista em Orduak foi a ideia de que "todos temos relações mais ou menos bizarras com o tempo e, pesquisando, cheguei a uma palavra que me agradou: não-tempo (a partir do conceito de não-lugar de Marc Augé): um tempo anónimo, sem significado suficiente para que seja considerado tempo e do qual nenhum indivíduo se chega a apropriar", explica Sofia ao Gerador.

Com conceitos-chave como "rarefação, brechas temporais, alterações de consciência, vazio", o projeto dos artistas caminha também pelo chiaroscuro, o que conseguem a partir de climas mais etéreos e luminosos (secções vocais), ora texturas mais aguçadas e ácidas (noise, drone).

Em 2016 Dullmea nasceu com o álbum Keter, depois seguiu-se Hemisphaeria (2019),[dʊl’mjə̯] (2020 e ainda em progresso). Todos estes trabalhos "são fruto de processos complexos e estimulantes." Agora, chegou a vez de fazer uma viagem até Orduak.

Não ficando por aqui, a artista tem em vista dois trabalhos (um álbum e um processo de investigação) a acontecer em 2022 e 2023, além dos seus concertos. "Acima de tudo, depois de se fechar um álbum, o impulso é regressar ao estudo para desenvolver e sonhar com novas ideias."

Texto de Patrícia Silva
Fotografia da cortesia da artista
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