O MIL - Lisbon International Music Network regressa nos dias 15, 16 e 17 de setembro, para sublinhar que o futuro da cultura é ao vivo. Além dos habituais concertos, o Hub Criativo do Beato recebe masterclasses, keynotes, debates e workshops, lançando as questões - O futuro da cultura é o futuro do ao vivo?; Que transformação digital?; Como resistir e transformar pelas artes?.
Em 2021, o MIL provoca o debate sobre todas as questões que determinam o futuro da música e da cultura, acreditando que falamos de um futuro ao vivo. O programa de convenção do MIL introduz assim uma reflexão sobre a – urgente -, necessidade de proteger todo o ecossistema da cultura ao vivo, ao mesmo tempo que pensa, de forma critica, a atual transformação digital e o seu impacto.
Este ano o programa traz para o centro do debate a importância de desenhar estratégias e políticas culturais a longo prazo para o setor. Andy C. Pratt, académico e consultor par aa cultura e a economia criativa, irá responder à premissa “The future of culture is the future of live”, abordando a necessidade de investir em infraestruturas e políticas públicas que protejam todos os intervenientes. Também Luis Viegas, Johg Cohen, Rafaela Ribas, Tanya Makarova e Luís Fernandes, protagonizam um painel de agentes, manager e promotores que vão debater este tema, questionando-se sobre quais os novos desafios de voltar aos pacos, nos mercados de música de pequena dimensão: “Como começar?”, “Quais são as estratégias a serem colocadas em prática para retomar os tours?”.
Os debates continuam, na perspetiva de entender como construir o presente e o futuro: “New perspectives for music festivals”, com Abel Gonzalez, Bob Van Heur, Carla Cardoso, Hugo Ferreira, e moderação de Inês Henriques); “Consider local music scenes “, com Ana Garcia, Lluc Silvestre, Márcio Laranjeira, Pedro Azevedo, Tanya Makarova e Isilda Sanches na moderação; “How bad is it”, que junta profissionais europeus de vários sectores do ecossistema da música ao vivo para tentar responder a uma simples pergunta – Após tão longa crise, quais são os danos de que estamos a falar? – com Letizia Angelini, Márcio Laranjeira, Naiara Lasa e Fabien Miclet na moderação; “The future of music is live”, com Alexandra Vidal, Lutz Leichsenring, Pedro Fradique, VIOLET e moderação de Grank Kimenai; “Connecting Portugal <> España”, para entender como se pode desenvolver o ainda pouco desenvolvido intercâmbio de música entre países vizinhos, com Naiara Lasa, LaBaq e Joan Vich, e Hugo Costa; “A new generation of artists may be lost. How to fight that?”, com Chlóe Nataf, Clemence Renaut, Filipa Marinho, Tom Bonte e Elise Phamgia; “Rooting the avant-garde in traditional stocks: musical dialogues in uncertain times”, com Álvaro Romero, Lavoisier, Pedro da Linha, Tarta Relena e Iñigo Sanchez; “The presente and the future of cultural programming for children and families”, onde Ana Bento, Catarina Ferreira, Marcus Carbon e Maria João Lamas vão debater sobre as novas dinâmicas e possibilidade para a programação que é feita para os públicos infantil e familiar; “Cultural policies: long-term strategies for the sector”, com Arthur Le Gall, Mafalda Dâmaso e Rita Tomás e ainda “Sustainability and ethis: the case for festivals”, com Claire O’Neill e Artur Mendes.
Em tempos incertos e onde “adaptação” é palavra de ordem, pensar a música e o seu ecossistema é fazer também uma reflexão crítica sobre a transformação digital em curso. O MIL vai discutir que transformação podem os setores da música e cultural seguir para tornar o espaço digital mais democrático e acessível, questionando o poder que as grandes empresas tecnológicas têm no espaço virtual e fora dele. Durante estes debate irão ainda refletir sobre as novas políticas para o streaming e o futuro dos direitos de autor num contexto digital.
A escritora e editora que escreve regularmente para o The Baffer, Liz Pelly, irá abordar, ao lado do músico e compositor Tom Gray, este tema (fazendo parte de uma das três keynotes do festival). Os debates serão com os temas: “ Breaking big music tech consolidation”, com Alexandra Jouclard, Fieldling Hope, Maria João Melícias e Frank Kimenai; “ The future os author’s copyright”, com Adam Elfin, Monyca Motta, Thomas Phillips e Teresa Nobre; “Can streaming be fixed?”, com David Turner, Naomi Pohl, Terry Tyldesley e Steve Mayall.
Como resistir e transformar pelas artes, é outra das questões lançadas pelo festival. Num momento em que as forças populistas voltam a ganhar terreno, qual é o papel das artes, da cultura e dos seus protagonistas? “Na convenção do MIL 2021, damos voz a quem resiste, na arte na rua e no espaço digital”, por isso o último keynote é pela voz da cantora e compositora Lila Tiago e da artista multimédia brasileira Linn da Quebrada, com a keynote, “‘A luta é premente, a voz é veemente’: narrativas da (r)existência com Lila Fadista e Linn da Quebrada”.
Os debates sobre este tema são:“Act of resistance, networks of hope”, com Nabeel Al-Raee, Victoria Ruiz, Tiago Carrondo e Di Cândido; “Empowerment through access”, com Julien Fournier, Maria Martin, Mariana Duarte Silva, Paula Cardoso e Marie Fol; “Making na impact with – and out of – art”, com Anna Zò, Jwana Godinho, Nael D’Almeida e Gisela Casimiro; “How do arts and cultural centres interact with neighborhood changes?”, com Mafalda Corrêa Nunes, Michelle Bee e Ella Overkleeft e ainda “Cultural journalism in populista times”, com Aida Camprubi, Amina Bawa, Andreia Monteiro, Eddie Pipocas e Carolina Franco.
Para quem quiser mergulhar nos workshops do MIL, Jonathan Goodcare – “The changing audience for live music” -, irá olhar à pesquisa sobre públicos de música e do setor da cultura, dando a conhecer as tendências dos tempos recentes, especialmente nos últimos anos. “New approaches to digital intelectual property” terá a participação do professor e promotor da Creative Commons em Espanha, Ignasi Labastida i Juan, para entender se, na era da transformação digital, propriedade intelectual e acessibilidade, os artistas e os agentes independentes conseguem detê-las no atual cenário. Por último, a Executiva Sénior de Sincronização Criativa na Sony Music Publishing, Chi Chi Nwakodo – “Getting the most out of sync” -, vai explicar-nos como a sincronização tem sido uma importante fonte de receita para os artistas, contudo um negócio ainda pouco explorado pela maioria dos artistas.
Os bilhetes já estão à venda e têm um custo entre 25 e 70€, conforme a modalidade escolhida. O bilhete PRO (acesso aos concertos, convenção e base de dados de profissionais) tem um custo de 70€, o bilhete de festival (acesso aos concertos dos 3 dias) custa 25€ e o bilhete de estudante (acesso aos concertos e convenção) tem um custo de 35€.
Programa completo, aqui.