Mais de uma centena das obras do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (CACC) vão ser digitalizadas de modo a integrarem a Google Arts & Culture, plataforma que oferece visitas virtuais gratuitas a algumas das maiores galerias do mundo e permite aos internautas visualizarem imagens em alta resolução de peças selecionadas de conhecidos museus, como o nova-iorquino MoMa, o holandês Rijksmuseum e o austríaco Belvedere.
Segundo a nota divulgada na Cultura Portugal, portal lançado pelo Governo no âmbito do programa Simplex, a digitalização de 130 obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado – coleção do ex-BPN –, que se encontram atualmente à guarda do município de Coimbra, no CACC, deverá durar dois meses, tendo arrancado esta segunda-feira, dia 7 de fevereiro. “A visita virtual irá incidir sobre algumas obras da coleção cedido pelo Estado ao município”, avança o comunicado.
Questionada sobre esta iniciativa, a Câmara Municipal de Coimbra não quis fazer comentários e explicou que não pode prestar informações sobre este assunto, nos termos do acordo com a Google Arts & Culture, até ao lançamento do projeto, que ainda não tem data definida.
Já em comunicado enviado às redações, o Centro de Arte Contemporânea de Coimbra dá nota de que o seu funcionamento vai sofrer “algumas alterações” a partir desta semana. Até 18 de março, a entrada será gratuita para visitas às obras patentes nos pisos 2 e 3, “enquanto o primeiro piso estará temporariamente encerrado ao público para dar seguimento a um projeto de digitalização de alta resolução das obras de arte”.
Nos pisos que estão abertos ao público, estão expostas obras de António Olaio, António Sena, Baltazar Torres, Emerenciano, Gerardo Burmester, Joana Rêgo, Joana Rosa, João Penalva, João Tabarra, João Vieira, Lawrence Weiner, Matt Mullican, Nikias Skapinakis, Pedro Casqueiro, Pires Vieira e Rodrigo Oliveira. Além disso, o horário do CACC também passa a ser diferente, isto é, o espaço passa agora a estar encerrado ao fim de semana.
O Centro de Arte Contemporânea de Coimbra foi inaugurado em julho do ano passado, tendo no seu coração as obras da coleção do ex-BPN, que foi adquirida pelo Estado por cinco milhões de euros. Segundo explica o município conimbricense, os curadores convidados, David Santos e José Maçãs de Carvalho, desenharam uma programação composta por várias exposições autónomas, mas que integram o ciclo “De que é feito uma coleção?”. O objetivo, especifica a Câmara, é “atrair e consciencializar os visitantes sobre a importância e a novidade das grandes obras desta coleção, dando assim a conhecer ao público em geral o valor de um conjunto que, seguramente, enriquece o património artístico e a oferta cultural da cidade de Coimbra”.
O CACC situa-se hoje “num edifício junto ao Arco de Almedina”, na Baixa de cidade, estando as instalações definitivas previstas para este centro ainda em requalificação.
De acordo com a informação disponível na Google Arts & Culture, há mais de 60 coleções portuguesas representadas nesta plataforma. É possível, por exemplo, explorar alguns dos espaços e das obras da Fundação de Serralves, no Porto, mas também do Museu de Arte Contemporânea do Chiado, em Lisboa.
A Coleção de Arte Contemporânea do Estado foi iniciada em 1976 e está hoje dispersa por vários organismos públicos, culturais e não culturais, como é o caso do CACC.