A pandemia obrigou a alterar o formato e a programação da nona edição do Festival Internacional de Músicas Antigas, que regressa a Idanha-a-Nova, entre os dias 20 de novembro e 6 de dezembro. Este ano, a iniciativa será presencial e online e contará apenas com projetos nacionais.
Com o objetivo de apoiar os artistas portugueses, o programa do Festival Fora do Lugar 2020 foi inteiramente revisto e apresenta agora uma proposta repleta de músicos e projetos nacionais. "Apesar de pequenos, quisemos assumir um exemplo de regresso à normalidade - ou a um novo normal ainda em construção -, contribuindo para que o tecido cultural e artístico recupere do tsunami que brutalmente o afetou. Redesenhámos integralmente a programação 2020 e recebemos, agora, músicos portugueses (ou residentes em Portugal) para mais uma programação tão irreverente como surpreendente", comunicou, no Facebook do festival, Filipe Faria, diretor da iniciativa e também diretor da Arte das Musas.
A edição deste ano acontece em formato híbrido, "em casa" (online) e "no lugar" (presencial), sendo que toda a programação estará disponível nas plataformas do evento, via website, Youtube e Facebook.
Duas propostas para uma visita a um dos maiores compositores de sempre, Johann Sebastian Bach, abrem a programação deste ano, com o Fim de Semana Bach Fora de Pé, um programa encomendado especialmente pela Arte das Musas para o Fora do Lugar 2020. O concerto de abertura acontece, às 21h30, no dia 20 de novembro, pelas nas mãos, dedos e fole de João Barradas e do acordeão que o acompanha. No dia seguinte, pelas 21h30, Miguel Amaral e Pedro Rodrigues trazem o primeiro projeto em comum, "Khytar 12.6".
Depois da atuação no pequeno concerto secreto do Fora do Lugar em 2019, Raquel Reis (violoncelo), Gulami Yesildal (saz e voz) e Tiago Santos (percussão) trazem Üryan de volta ao festival, no dia 27 de novembro. No mesmo dia, pelas 21h30, atua Gulami Yesildal, músico turco que vive em Portugal há cinco anos. E, no dia seguinte, à mesma hora, Carlos Rodrigues, também conhecido por Kabeção, estará Fora do Lugar com o seu instrumento, o handpan.
O último fim de semana do festival começa com um concerto pelo ensemble português O Bando de Surunyo, dirigido pelo alaudista Hugo Sanches, e termina com Galandum Galundaina, de Paulo Preto, Paulo Meirinhos, Alexandre Meirinhos e João Pratas.
O festival promove ainda um conjunto alargado de outras atividades paralelas ao longo de todo o período entre 20 de novembro e 6 de dezembro, com passeios, histórias, oficinas, cinema e gastronomia. Consulta toda a programação, aqui.
O Fora do Lugar - Festival Internacional de Músicas Antigas resulta de uma parceria entre a Arte das Musas e o município de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, e conta o apoio do Ministério da Cultura e da Direção-Geral das Artes. A iniciativa que vai já na sua nona edição apresenta uma proposta inspirada no mundo rural e chega ao tecido artístico procurando promover - a partir de um território rural, interior e raiano - uma visão da cultura ligada à experiência do território.
"Fora do Lugar, Fora de Tempo"
No passado mês de outubro, a organização estreou o filme "Olha para mim… que pode não ser verdade, amanhã", realizado por Filipe Faria e filmado por terras do concelho de Idanha-a-Nova.
Numa produção da Arte da Musas, em parceria com o Município de Idanha-a-Nova, a película consistiu no momento "Fora do Lugar, Fora de Tempo’" deste ano e um piscar de olhos à edição de 2020.
O concelho de Idanha-a-Nova, Cidade Criativa da Música da UNESCO, é o cenário desta viagem musical com gravações em Idanha-Velha, Penha Garcia, Monsanto (S. Pedro de Vir-a-Corça) e Idanha-a-Nova (Barragem Marechal Carmona e Capela do Campo Nacional de Atividades Escutistas/Monte Trigo).
Os momentos musicais têm como protagonistas Baltazar Molina e Idalina Gameiro, de Penha Garcia, e Isabel Milheiro, de Idanha-a-Velha.